* José Geraldo Mendonça
Dona Maria da Cruz era pertencente à família da Torre, e casada com Salvador Cardoso de Oliveira, que era sobrinho de Matias Cardoso de Almeida, fundador das Comunidades de Morrinhos, Amparo e São Romão, além de outras menores nas barrancas do Rio, como Porto de Salgados (hoje Cidade de Januário). Tinha uma filha casada com Domingos Martins Pereira, que era irmão do Vigário Geral da Bahia. Ela era uma pessoal maguinanima, caridosissima, dotado de um espírito verdadeiramente cristão. A casa grande de sua fazenda, Pedras de Baixo era um orfanato. Ela sustentava e cuidava dos enfermos e inválidos. Provia a educação dos menores, pagando os mestres de leitura, música e ofício. Casava as moças e empregava os jovens. Mantinha o culto religioso na capela da fazenda. Era a vida e alma daquela região. A sua Fazenda Pedras de Baixo era administrada com maestria por sua proprietária Dona Maria. Tudo se tornava mais fácil para ela, uma vez que todos a adoravam como a uma santa.
Na revolta contra a cobrança pelos quintos atrasados pelo Governador Martinho Mendonça, ela e seu filho Pedro Cardoso de Oliveira, foram considerados os cabeças do movimento por causa do prestígio que desfrutavam nos altos sertões do São Francisco e Rio Verde.
Tudo começou quando o filho do Mestre de Campo Antônio Gonçalves Figueira, fundador das Fazendas: Brejo Grande, no Rio Pardo, Olhos D´agua e Boa Vista, em Gameleira, Jaíba, no Rio Verde, e Fazenda dos Montes Claros, foi preso na Fazenda dos Montes Claros, onde estava residindo como administrador da mesma, desde que o seu pai voltou para a sua Vila natal, Santos, onde pretendia passar o resto dos seus dias ao lado dos amigos e parentes. Sendo que a prisão de André Gonçalves Figueira na Fazenda dos Montes Claros não tem registro, segundo Diogo de Vasconcelos, no seu livro “Histórias Antigas de Minas”. E segundo ele tudo se deu por causa da devassa, que era como se chamava a cobrança dos impostos atrasados, o quinto. Sendo que tudo começou quando o Rei de Portugal designou para Governador da Província de Minas Gerais o Fidalgo Português Gomes Freire de Andrade, em 1735. O Gomes Freire era um homem maneiroso, que apoiado com o prestígio do seu nome, aliado ao bom senso e uma boa dose de tolerância, resolveu não cobrar os quintos atrasados, condição imposta pelo Rei de Portugal, conseguindo com isto exercer a lei dentro da boa ordem e normalidade. Mas o Rei de Portugal queria mais e mais ouro. Insatisfeito com a administração de Gomes Freire, chamou-o ao Rio de Janeiro e mandou em seu lugar para o Governo das Minas Gerais o truculento Martinho Mendonça com a incumbência de receber os impostos atrasados. E para intimidar os contribuintes que estavam em atraso com os impostos cobrados pelo Rei, o quinto, que depois que a produção do ouro na Província entrou em declínio, resolveu que todos os cidadãos daquele momento em diante teriam que pagar o quinto para que a arrecadação na Colônia não tivesse uma queda acentuada, prejudicando os interesses da Coroa Portuguesa. Com isto os fazendeiros, comerciantes e artesões passaram a pagar o quinto que antes só era cobrado dos garimpeiros e negociantes daquele metal. O Martinho Mendonça organizava as expedições que acompanhavam o seu emissário para aplicar a devassa. O povo das Minas Gerais não aceitava passivamente aquela ação do Governador da Província e reagiam á bala. A primeira se deu barra do Rio das Velhas. A expedição que chegou ali acompanhando o Juiz de Papagaio (Curvelo), Alexandre de Souza Flores, foi recebido à bala pelo Coronel Antônio Tinoco Barcelos e sua gente. No Urucuia não foi diferente. O jovem Matias Cardoso de Oliveira, que era um dos filhos de Dona Maria da Cruz, enxotou o emissário de Matinho Mendonça à bala. Diogo de Vasconcelos deduz daí que a expedição que veio a Fazenda dos Montes Claros tinha um contingente maior de força porque apesar de ter sido rechaçado à bala pelo jovem André Gonçalves Figueira, conseguiu domina-lo e prendê-lo. E segundo consta o incidente da Fazenda Montes Claros não tem registros, mas Dr. Hermes Augusto de Paula acreditava que a contenda ali foi muito seria, pois o André Gonçalves Figueira foi degredado para Angola. E com a prisão deste a Fazenda dos Montes Claros ficou entregue aos agregados. O Sargento-Mor Manoel Ângelo, primogênito de Antônio Gonçalves Figueira assumiu a administração da Fazenda. E foi ele que vendeu a Fazenda ao Alferes José Lopes de Carvalho em 1758, convencido que não era a dele aquela vida no meio rural. A atitude do Governador da Província das Minas Gerais desencadeou um clima de revolta e descontentamento muito forte no povo do Alto Sertão do São Francisco e Rio Verde. Por isto começou a ser organizado um exercito de aproximadamente quinze mil (15.000) homens (segundo o antropólogo Dr. João Batista de Almeida Costa) para marchar contra Vila Rica e derrubar o Governador da Província de Minas Gerais, Martinho Mendonça. E tudo estava preparado para no dia aprazado as forças revolucionarias atacarem Vila Rica.
Aconteceu, porém que o Padre Antônio Mendes Santiago, um dos chefes da revolução, atacou a expedição do Emissário do Governador que foi a São Romão fazer a devassa. Eles foram dominados e presos, mas por poucos dias, porque Domingos Alves Maciel, que não havia aderido ao movimento, pois era inimigo dos Cardoso, resolveu defender os homens do Governador. E invadiu o arraial de São Romão com o seu pessoal atacando o Padre Antônio Mendes Santiago, sem dar tempo de ele pedir ajuda aos seus amigos, e libertou todos da Expedição do Governador. O Domingos Alves Maciel comandava um bando de homens da pior espécie, indisciplinados e violentos. O Arraial de São Romão se entregou sem oferecer a menor resistência para evitar o pior, mas não deixou de sofrer os saques e todo tipo de violência dos homens de Domingos Maciel. Incontinente Pedro Cardoso invadiu o Arraial de São Romão e expulsou o Domingos Maciel e sua gente e restabeleceu a ordem naquela comunidade. Pedro Cardoso era completamente avesso ao banditismo. Os homens de Domingos Maciel, após o incidente romperam com o seu comando e saíram para o sertão das Gerais invadindo tudo, matando animais, queimando fazendas, saqueado, assassinando e cometendo toda sorte de violências por onde passavam. Ao Pedro Cardoso não restou outra alternativa se não partir em busca desses bandidos e combate-los até exterminar com todos eles. Com isto a idéia da revolta ficou em segundo plano e esfriou já que o perigo do banditismo era mais eminente naquele momento.
O Governador Martinho Mendonça se pôs calmo, afinal ele acabou com a revolta sem gastar um só tiro. A vista do fracasso dos revoltosos o Governador se organizou para com a ajuda dos Dragões (Polícia Especial do Governo Português na Colônia) prenderem todos os chefes da revolta. Mas aconteceu que todos fugiram para lugares ermos e desconhecidos do sertão das Gerais. E um dia quando a vida já havia voltado ao normal para todo mundo e as pessoas já estavam cuidando dos seus afazeres chegou a Fazenda das Pedras de Baixo, o Ministro Manoel Dias, e procurou a Dona Maria da Cruz solicitando-lhe a presença em São Romão para prestar algumas informações. Mas somente depois de embarcada foi que ela descobriu que estava presa. Em São Romão juntou-se a Pedro Cardoso e outros Chefes já aprisionados e todos foram levados para Vila Rica e, em seguida, para Salvador. E lá na Bahia começaram os interrogatórios e no decorrer do mesmo Pedro Cardoso assumiu sozinho toda a responsabilidade da revolta alegando que apenas usou o prestígio e nome da sua mãe, Maria da Cruz, para tentar organizar o movimento contra o quinto e que ela era inocente, assim como todos os outros prisioneiros ali presentes. O Vigário Geral da Bahia que conhecia muito bem as obras sociais de Dona Maria da Cruz e todos os outros prisioneiros ali presentes, porque naquela época essa região do Alto Sertão do São Francisco até o Rio das Velhas fazia parte da Província da Bahia, intercedeu junto às autoridades portuguesas conseguindo as suas libertações. Dona Maria da Cruz voltou para a sua Fazenda e sua gente e Pedro Cardoso foi degredado pela Coroa Portuguesa. E este foi o primeiro episódio da Inconfidência em Minas Gerais e foi chamada de Inconfidência Sanfranciscana (segundo o Antropólogo Dr. João Batista de Almeida Costa). E este assunto é marcado de muitos pontos obscuros por falta de registros oficiais e o que se sabe é baseado em relatos orais obtidos por alguns pesquisadores. Sendo que seria imprescindível que se pesquise mais sobre este assunto que é importantíssimo para o Norte de Minas, já que em breve seremos um novo Estado da União.
Fonte: PAULA, Hermes Augusto. Montes Claros – Sua História, Sua Gente e Seus Costumes. 2ª Ed., Montes Claros, 1979;
VASCONCELOS, Diogo. Histórias Antigas de Minas, 1ª Ed.
Relato do Dr. João Batista de Almeida Costa em entrevista a TV Geraes.
* mendonca_josegeraldo@yahoo.com.br
domingo, 15 de março de 2009
Pode entrar a casa é sua
José Geraldo Mendonça*
O governo federal inaugurou uma nova e produtiva relação com os estados, municípios, terceiro setor e população.
É o portal de convênios que a partir de agora vai viabilizar todas as etapas na realização de um projeto, do credenciamento a prestação de contas. Isso irá reduzir custos operacionais, além de dar mais agilidade ao processo e transparência na utilização de mais de 15 bilhões de reais em recursos públicos só para o exercício do ano de 2009.
O portal de convênios a partir de agora irá viabilizar todas as etapas na realização de um projeto.
Agora só não monta projetos em seu município aquele “prefeito” que não quiser fazer nada pelo seu povo, principalmente os menos favorecidos da sorte.
O governo Lula disponibiliza 15 bilhões de reais só para o ano de 2009.
Os administradores do sul do país são os mais bem preparados e são os mais ágeis na montagem de seus projetos por isso sempre abocanham a maior parte dos recursos disponibilizados pelo governo federal.
Projetos como: Hortas comunitárias, Cooperativa especial para os portadores de necessidades especiais “Floricultura” Clube de mães, Clube escola para amparar nossas crianças e adolescentes, Projetos especiais de apoio aos produtores rurais, Fábricas de farinha e derivados da mandioca, com o apoio da “Embrapa”, fábrica de blocos-social, cooperativa de catadores de lixo, cursos profissionalizantes na construção civil, com a construção de casas para os sem teto, preparando pedreiros, armadores, eletricistas, bombeiros hidráulicos e esgoto, carpinteiros e mestres de obra. Cooperativa de reciclagem dos entulhos disponibilizados pelas caçambas, para produção de areia, brita, cascalho, Associações de criadores de abelhas e outros pequenos animais, cozinhas comunitárias nos povoados da zona rural, para aproveitarem os produtos disponibilizados nas suas propriedades, e um cem número de atividades artesanais que poderão serem desenvolvidas tanto na periferia como na zona rural do município. Esperamos que essa nova administração que começa deva ser dirigida no sentido de resolver os problemas sociais como: pobreza e abandono, que são cruciantes em nosso município já que nenhum outro prefeito até agora levou a sério as suas obrigações para com a população que o elegeu.
Essa abertura do governo Lula só irá facilitar as coisas para os nossos prefeitos.
É só o prefeito exigir que cada um de seus secretários monte o mais rapidamente possível um projeto para beneficiar o povo dentro de sua área de abrangência, principalmente das secretarias de: educação, social e agricultura.
É lembrar!...
Esse país só vai desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
PS.: Onde se nformar:
Ministério de planejamento
Governo federal
Centro de atendimento
SERPRO
0800 978 2329
Centro de atendimento
IBAM
0800 282 9948
Portal convênios:www.covenios.gov.br
É a gestão pública a serviços de mais brasileiros.
* josegmendonca@gmail.com
O governo federal inaugurou uma nova e produtiva relação com os estados, municípios, terceiro setor e população.
É o portal de convênios que a partir de agora vai viabilizar todas as etapas na realização de um projeto, do credenciamento a prestação de contas. Isso irá reduzir custos operacionais, além de dar mais agilidade ao processo e transparência na utilização de mais de 15 bilhões de reais em recursos públicos só para o exercício do ano de 2009.
O portal de convênios a partir de agora irá viabilizar todas as etapas na realização de um projeto.
Agora só não monta projetos em seu município aquele “prefeito” que não quiser fazer nada pelo seu povo, principalmente os menos favorecidos da sorte.
O governo Lula disponibiliza 15 bilhões de reais só para o ano de 2009.
Os administradores do sul do país são os mais bem preparados e são os mais ágeis na montagem de seus projetos por isso sempre abocanham a maior parte dos recursos disponibilizados pelo governo federal.
Projetos como: Hortas comunitárias, Cooperativa especial para os portadores de necessidades especiais “Floricultura” Clube de mães, Clube escola para amparar nossas crianças e adolescentes, Projetos especiais de apoio aos produtores rurais, Fábricas de farinha e derivados da mandioca, com o apoio da “Embrapa”, fábrica de blocos-social, cooperativa de catadores de lixo, cursos profissionalizantes na construção civil, com a construção de casas para os sem teto, preparando pedreiros, armadores, eletricistas, bombeiros hidráulicos e esgoto, carpinteiros e mestres de obra. Cooperativa de reciclagem dos entulhos disponibilizados pelas caçambas, para produção de areia, brita, cascalho, Associações de criadores de abelhas e outros pequenos animais, cozinhas comunitárias nos povoados da zona rural, para aproveitarem os produtos disponibilizados nas suas propriedades, e um cem número de atividades artesanais que poderão serem desenvolvidas tanto na periferia como na zona rural do município. Esperamos que essa nova administração que começa deva ser dirigida no sentido de resolver os problemas sociais como: pobreza e abandono, que são cruciantes em nosso município já que nenhum outro prefeito até agora levou a sério as suas obrigações para com a população que o elegeu.
Essa abertura do governo Lula só irá facilitar as coisas para os nossos prefeitos.
É só o prefeito exigir que cada um de seus secretários monte o mais rapidamente possível um projeto para beneficiar o povo dentro de sua área de abrangência, principalmente das secretarias de: educação, social e agricultura.
É lembrar!...
Esse país só vai desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
PS.: Onde se nformar:
Ministério de planejamento
Governo federal
Centro de atendimento
SERPRO
0800 978 2329
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IBAM
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É a gestão pública a serviços de mais brasileiros.
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Artesanato de palha de milho ganha a Europa
José Geraldo Mendonça*
A participação do SEBRAE na área de inovação, associativo, fiança, atendimento, mercado e design, foi fundamental para que aquele grupo das Marias Artesão, da região de Patos de Minas, Alto Paranaíba, atingissem o estágio que elas alcançaram hoje, com o grupo de senhoras de 60 anos ou mais passando de 12 para 25 artesãs e alcançando esse ano de 2008 renda de R$ 33.000,00 só com exportação de 600 presépios de palha só para a Holanda.
Só não entendo porque aqui em Montes Claros ainda não existe ação do SEBRAE em nenhum setor de alimentos e outros, porque será?
Só pode ser explicado porque os nossos prefeitos nunca interessaram em aproveitar o apoio desse importante órgão do governo para ajudar a nossa população carente, com seus problemas sociais, com montagens de alguma associação de produtores. Porque o SEBRAE é exemplo de ação e operacionalismo em todo o país.
Só quando se tem frente de uma prefeitura um prefeito idealista e altamente sensível com os problemas sociais como o nosso novo prefeito se pode esperar uma mudança substancial nesse setor.
Portanto espero que iremos acabar com a pobreza e o abandono em nosso município porque só assim nós iremos ficar livres dessa violência que hoje assola nossa cidade.
Já que a pobreza e o abandono são os geradores dessa violência que tanto nos incomoda.
E essa pobreza e abandono que a gente vê espalhado por todo o país é ainda herança da famigerada revolução de 64, triste ditadura.
Os militares jogaram os agregados das fazendas contra seus patrões na zona rural provocando aquela verdadeira avalanche de migrantes daqueles pobres coitados para as periferias das cidades, criando assim esses bolsões de pobrezas que hoje geram tanta violência no país.
E só hoje com o governo Lula apareceu alguém preocupado em ajudá-los.
Entretanto não adianta o governo federal criar programas para levar benefícios a essa grande camada de deserdados da sorte que na realidade são vítimas do sistema, se os prefeitos não interessarem em colocá-los em execução em benefício dessa gente, em seu município.
O comum de se vê por ai é os prefeitos tumultuando as coisas como no caso da Bolsa Família, que eles acabam credenciando pessoas de posse, só porque são seus apadrinhados políticos. O ministério do Desenvolvimento e Combate a Fome estima que 800.000 pessoas que hoje recebem a Bolsa Família são de pessoas que não necessitam dessa ajuda, enquanto que outro tanto de pessoas que realmente são carentes estão fora do programa.
É muito triste, mas esse tipo de coisas é muito comum de vê por todo país.
Entretanto o que deveria ser comum de se vê deveria ser os prefeitos levando ao povo todos os benefícios criados pelos governos federal e estadual.
Eu volto a afirmar que o prefeito deverá exigir mais e muito mais de seus assessores diretos “secretários”, para que ele consiga levar mais e mais benefícios para a nossa população. Só assim iremos acabar com a pobreza e o abandono em nosso município, criando aqui um cem número de projetos levando ocupação e renda a essa nossa população já tão judiada de nossa periferia e zona rural.
Eu volto a lembrar!...
Esse país só irá desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
* mendonça_josegraldo@yahoo.com.br
A participação do SEBRAE na área de inovação, associativo, fiança, atendimento, mercado e design, foi fundamental para que aquele grupo das Marias Artesão, da região de Patos de Minas, Alto Paranaíba, atingissem o estágio que elas alcançaram hoje, com o grupo de senhoras de 60 anos ou mais passando de 12 para 25 artesãs e alcançando esse ano de 2008 renda de R$ 33.000,00 só com exportação de 600 presépios de palha só para a Holanda.
Só não entendo porque aqui em Montes Claros ainda não existe ação do SEBRAE em nenhum setor de alimentos e outros, porque será?
Só pode ser explicado porque os nossos prefeitos nunca interessaram em aproveitar o apoio desse importante órgão do governo para ajudar a nossa população carente, com seus problemas sociais, com montagens de alguma associação de produtores. Porque o SEBRAE é exemplo de ação e operacionalismo em todo o país.
Só quando se tem frente de uma prefeitura um prefeito idealista e altamente sensível com os problemas sociais como o nosso novo prefeito se pode esperar uma mudança substancial nesse setor.
Portanto espero que iremos acabar com a pobreza e o abandono em nosso município porque só assim nós iremos ficar livres dessa violência que hoje assola nossa cidade.
Já que a pobreza e o abandono são os geradores dessa violência que tanto nos incomoda.
E essa pobreza e abandono que a gente vê espalhado por todo o país é ainda herança da famigerada revolução de 64, triste ditadura.
Os militares jogaram os agregados das fazendas contra seus patrões na zona rural provocando aquela verdadeira avalanche de migrantes daqueles pobres coitados para as periferias das cidades, criando assim esses bolsões de pobrezas que hoje geram tanta violência no país.
E só hoje com o governo Lula apareceu alguém preocupado em ajudá-los.
Entretanto não adianta o governo federal criar programas para levar benefícios a essa grande camada de deserdados da sorte que na realidade são vítimas do sistema, se os prefeitos não interessarem em colocá-los em execução em benefício dessa gente, em seu município.
O comum de se vê por ai é os prefeitos tumultuando as coisas como no caso da Bolsa Família, que eles acabam credenciando pessoas de posse, só porque são seus apadrinhados políticos. O ministério do Desenvolvimento e Combate a Fome estima que 800.000 pessoas que hoje recebem a Bolsa Família são de pessoas que não necessitam dessa ajuda, enquanto que outro tanto de pessoas que realmente são carentes estão fora do programa.
É muito triste, mas esse tipo de coisas é muito comum de vê por todo país.
Entretanto o que deveria ser comum de se vê deveria ser os prefeitos levando ao povo todos os benefícios criados pelos governos federal e estadual.
Eu volto a afirmar que o prefeito deverá exigir mais e muito mais de seus assessores diretos “secretários”, para que ele consiga levar mais e mais benefícios para a nossa população. Só assim iremos acabar com a pobreza e o abandono em nosso município, criando aqui um cem número de projetos levando ocupação e renda a essa nossa população já tão judiada de nossa periferia e zona rural.
Eu volto a lembrar!...
Esse país só irá desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
* mendonça_josegraldo@yahoo.com.br
terça-feira, 10 de março de 2009
O BANDEIRANTE ANTÔNIO GONÇALVES FIGUEIRA E VÁRIOS FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA A COLONIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO NORTE DE MINAS
* José Geraldo Mendonça
Ele nasceu em Santos, Vila do Litoral de São Paulo. Ele era filho primogênito de Dona Maria Gonçalves Figueira (de Itanhaem) e Manoel Afonso Gaia (de Santos).
Ali se transformou em um sertanista famoso, distingui-se sobremaneira na campanha contra os índios ANAIÓS, não somente pela sua bravura, mas também suprindo as poucas forças por astúcia e estratagemas. Durante as suas caçadas dormia caçado para ser o primeiro a levantar e entrar em combate.
Sua primeira viagem ao que hoje se constitui no Norte de Minas foi quando participa na famosa expedição das esmeraldas, do lendário bandeirante Fernão Dias Paes Leme, em que ele saiu de São Paulo no dia 30 de outubro de 1672, com o seu genro Borba Gato e dois filhos. O Figueira nessa expedição era ajudante de ordem de seu cunhado Matias Cardoso de Almeida lugar tenente da expedição.
Outras expedições que também saindo de São Paulo e da Bahia tinham como destino as Minas Gerais:
A de Francisco Bruza de Espinosa e Apicuêlta Navarro que saindo da Bahia chegaram até a região hoje conhecida como Jaíba – 1.553.
Sebastião Fernandes Tourinho – 1.572/3. Antônio Dias Adorno, que chegou em Itacambira, e chegou a colher algumas pedras de esmeraldas na Lagoa Vapabuçu, que ele levou ao Rei de Portugal – 1.676.
Outros também empreenderam viagens a Minas, saindo de São Paulo: André de Leão Glimer – 1.601.
Matias Cardoso de Almeida de 1.672-4, Lourenço de Caetano Taques – 1.668, Antônio Rodrigues Arzão 1.693.
E ainda outros como:
Bartolomeu Bueno da Silveira
Miguel Garcia de Almeida
Antônio Dias de Oliveira
Manuel João Camargo
Padre João de Faria Fialho
Todos esses saíram de São Paulo para Minas Gerais entre os anos de 1.694e 1.698.
Só que nessa viagem que o Figueira fez com a expedição das esmeraldas, tanto ele como o seu cunhado Matias Cardoso desligaram da expedição aqui no Norte de Minas aborrecidos, porque eles rodavam, rodavam e voltaram sempre ao mesmo lugar (hoje conhecido como 7 passagem), a expedição das esmeraldas ficou 7 anos em Minas.
Da 2ª vez, já em 1.691, eles passaram aqui no Norte de Minas, rumo a capitania de Pernambuco, onde iriam fazer a guerra contra o Zumbi de Palmares. O Matias veio na frente trazendo 600 homens e ficou esperando por Figueira na barra do Rio das Velhas (hoje Barra de Guaicuí).
Figueira veio como guia da expedição do Cel. João Amaro, que também trazia 600 homens. Ele veio aproveitando a trilha aberta quando da passagem da expedição das esmeraldas, e aproveitando os pontos de pouso construídos pelo Fernão Dias Paes Leme: Lopo, Viturana e Sumidoro.
Capitão Figueira veio sem parada para descanso até encontrar com Matias na barra do Rio das Velhas.
Dali em diante eles seguiram juntos até Recife na capitania de Pernambuco, onde encontraram o terceiro grupo, o de Domingos Jorge Velho, que havia vindo pelo mar e que também havia trazido outros 600 homens.
Eles então trataram de traçarem as estratégias para essa guerra.
Guerra fria, bem calculada para fazer prisioneiros (escravos).
Zumbi comandava um exército de 30.000 homens: negros escravos fugitivos e Índios ANAIÓS rebelados (segundo Dr. Hermes).
A luta contra Zumbi durou sete anos. Zumbi que depois da queda de Macacos, naquela batalha histórica onde cerca de 500 homens de seu exército despencaram daquele paredão da serra da Barriga, e que durante muitos anos, foi relatada por escritores da época como sendo um suicídio coletivo e que Zumbi teria morrido junto (1.694).
Esses escritores estavam com a cabeça cheia de histórias da antiguidade, e basearam em fatos ocorridos naquela época remota, em que os judeus para não caírem nas mãos dos romanos se lançaram dos paredões de pedra da fortaleza de Massada século I.
Só a partir de 1.960 é que historeografia com a verdadeira história passou a ser aceita, no meio cultural do país.
Depois da queda de Macacos, Zumbi chefiando um pequeno grupo, lutava despreparado para se manter vivo o seu ideal de liberdade. Como esse punhado de bravos passaram a viver escondidos na mata e praticando táticas de guerrilha.
Só que numa dessas escaramuças um de seus homens de confiança foi capturado pelos homens da força dos bandeirantes.
Os homens dos bandeirantes torturaram o prisioneiro, Antônio Soares e o convenceram a levá-los escondidos até o esconderijo de Zumbi.
Quando Antônio Soares chegou em frente ao Zumbi, depois de cumprimentá-lo, o apunhalou a traição executando assim o seu antigo chefe, em 20 de novembro de 1.698.
Os homens dos bandeirantes tomaram o seu corpo, arrancaram-lhe um dos olhos, cortaram a sua mão direita, cortaram o seu pênis que foi enfiado em sua boca, cortaram a sua cabeça que foi salgada e apodreceu espetada na ponta de uma estaca em uma praça pública do Recife.
Terminada assim a guerra, chegou a hora de dividir cordialmente os prisioneiros entre os vencedores.
O Figueira tocou 700 prisioneiros escravos (segundo Dr.Hermes).
Segundo (Isidoro Coelho de Azevedo) o Figueira negociou na partilha, abrindo mão de 500 prisioneiros em troca de todo o rebanho de bovinos e eqüinos capturados dos negros.
Tanto que Matias recebeu 1.200 prisioneiros escravos.
Figueira então desistiu de voltar a São Paulo, veio até Tranqueiras, de lá tomou a trilha aberta por eles quando da passagem rumo a Recife,
Quando ele atingiu o Rio Pardo, parou, escolheu um local na bacia do Rio e montou ali a sua fazenda Brejo Grande hoje povoado, distrito da cidade de Rio Pardo.
Ali na sua fazenda Brejo Grande ele plantou o primeiro canavial, instalou o primeiro engenho de cana e o primeiro alambique e foi ali que foram produzidas as primeiras rapaduras, as primeiras tachadas de açúcar mascavo e a primeira aguardente (cachaça) no hoje estado de Minas Gerais.
Quando ele regressou de Palmares ele trouxe um grande rebanho de bovinos e eqüinos capturados dos negros e que na negociação da partilha ficou para ele (segundo Isidoro Coelho Azevedo).
Ele passou então a criar os seus animais na Fazenda Brejo Grande. Só que essa região era habitada por grandes nações de índios TAPUIAS que começaram a incomodar o Figueira com suas carreiras e emboscadas. Ele então preparou uma nova expedição com aval do vice-rei, e partiu para dominar aqueles indígenas. Ele mostrou a sua bravura, combatendo e vencendo grandes nações de índios contando apenas com nove armas de fogo (segundo Dr. Hermes). Ele seguiu em frente, sempre rumo ao poente, chegou às margens do Rio Gameleira (hoje terras do município de Monte Azul), onde combateu e venceu uma grande nação indígena e montou ali a sua fazenda Olhos D’Água.
Um pouco mais na frente ele enfrentou e venceu, depois de muitos dias de luta, a maior nação indígena da região, que tinha a sua aldeia aí nas margens do rio Jacu das Piranhas (a aldeia Brejal), montou aí a sua fazenda Boa Vista depois de vencidos os índios. Nessa luta ele conseguiu fazer centenas de prisioneiros (escravos). Continuou em frente às margens do Rio Verde, outra luta, outra vitória, contra os índios dali. Ali ele montou a sua fazenda Jaíba (hoje cidade de Jaíba). E esse nome dado por ele à sua fazenda passou a denominar toda essa região mesmo depois de ser montado ali em Mocambinho o maior projeto de irrigação de toda a América Latina.
Nas lutas que ele travou com todas essas nações indígenas, lhe rendeu centenas de prisioneiros (escravos).
Porque ele era especialista em caçar índios desde lá de São Paulo. Ali na sua fazenda Jaíba ele recebeu a doação de uma sesmaria, via alvará do dia 12 de abril de 1.707, de três léguas de comprimento por légua e meia de largura, na cabeceira do Rio Verde, na sua margem esquerda.
Figueira fugindo da região palustosa do Rio Verde instalou a sua fazenda à margem direita do Rio Vieira, no altiplano, local onde hoje está edificado o H.U. Hospital Universitário. Aí na sede de sua fazenda ele construiu a casa residencial, currais, demais instalações e uma pequena capela em louvor a Nossa Senhora.
O padre Antônio Cordeiro de Ávila morador de Papagaios (hoje Curvelo) é quem frequentemente vinha celebrar em sua capela.
Também o padre Antônio Mendes Santiago fazia visitas regulares a sua fazenda dos Montes Claros, e celebrava também aí em sua capela.
Ele era da freguesia de Santo Antônio de Itacambira. Segundo o escritor Diogo de Vasconcelos teria sido ele o padre Antônio Mendes Santiago, o responsável pela construção de centenas de igrejas e capelas em todas as fazendas e povoados por toda essa região, ampliando a prática da fé católica conforme o mesmo escritor.
Outro padre também fez parte da história da fazenda dos Montes Claros, foi o padre Teotônio Azevedo.
O terreno salitroso e as magníficas pastagens nativas indicaram a Figueira o rumo a seguir (a pecuária).
O regime pastoril ali se esboçou como uma sugestão dominadora dos Gerais.
Segundo comentário de Euclides da Cunha que acrescenta, nem faltava para isso sobre a rara fecundidade do solo, um elemento essencial, o sal gratuito nas baixadas salobras dos barreiros.
Constitui-se desta maneira favorecida a extensa zona de criação de gado, que já no alvorecer do século XVIII, dominava toda essa região do Norte de Minas, indo até Goiás, passando para o outro lado do Rio São Francisco, margem esquerda, que naquela época ainda era considerado território de Pernambuco.
Desenvolveram desde o primeiro momento a criação de gado por toda essa região.
A região que era rica em pastos nativos colaborou para a expansão da pecuária.
Além disso, era uma região muito saudável isso colaborou, mostrando ali um gado sempre muito gordo e sadio, e as vacas procriavam com muita rapidez e regularidade. Por isso em muito pouco tempo a criação de gado já dominava toda essa região do Norte de Minas.
Ele era de muita visão, pois logo que chegou à região, colocou uma turma de homens, alargado a picada que eles abriram quando da suas passagens ali rumo à capitania de Pernambuco. Derrubaram matas construindo ali uma estrada acessível para passar com as suas boiadas rumo a Tranqueiras, na Bahia, para negociar ali o seu gado nessa que era a região mais populosa da Colônia. Essa estrada que ele abriu ligando a sua fazenda dos Montes Claros a Tranqueiras, na Bahia, foi denominada “Estrada Nova”, 1.709.
Essa sua estrada Nova passava pela sua fazenda Brejo Grande no Rio Pardo. Hoje o único trecho desta estrada que ainda existe está aí em cima da serra. Ela começa aí em frente a cidade de Monte Azul e vai até Rio Pardo. A região aí em cima da serra é lindíssima. Esse trecho da estrada Nova aí em cima da serra poderá ser transformado em uma excelente atração turística.
Figueira também abriu estradas ligando a sua fazenda dos Montes Claros até Pitangui, Serro e às outras vilas de bacia do Rio da Velhas.
No início o gado era levado e comercializado nessas regiões consumidoras. Com o passar do tempo os tropeiros passaram a virem carregados de sal das regiões produtoras de “Casa Nova”, “Pilão Arcado”, até a sua fazenda dos Montes Claros, aí a carga de sal era vendida ao Capitão Figueira, e eles carregavam com carne de sol para levar para o Nordeste.
Ele passou a abater o gado aí na sua fazenda, as carnes eram salgadas, colocadas para curtir em grandes gamelas de madeira (maceira). Depois as mantas de carne eram colocadas ao sol para secar em jiraus, de varões de madeira. Produzindo assim a carne de sol (Jabá).
Os porcos gordos também eram abatidos, o toucinho, as banhas e a carne: lombo e pernis eram salgados.
Depois enrolavam os panos de toucinho colocando dentro as banhas e as carnes. Tudo era bem amarrado formando uma peça fechada. Os tropeiros vinham de todas as regiões até a fazenda dos Montes Claros para comprar as carnes para levarem para as suas regiões.
Esse sucesso da criação de gado nessa região atraiu para esse lugar aqui nosso Norte de Minas, muita gente contribuindo assim para o povoamento de toda a região.
O rei de Portugal contribuiu com essa ocupação, distribuindo em 1.707, 20 sesmarias nessa região.
Entre os irmãos de Figueira que receberam sesmarias podemos citar:
I.Manoel Afonso Gaia -
Homônimo de seu avô, morou primeiro em Cachoeira, Bahia. Ali se casou, sendo também o Capitão-Mor da vila. Conseguiu a sua sesmaria também em 1.707. Para cá se transferiu com mulher e 7 filhos, onde se fixou definitivamente, tendo falecido depois dos oitenta anos de idade deixando em nosso meio numerosa descendência, principalmente na cidade de Brasília de Minas, dele provindo os Gaia, ali domiciliados até hoje. Muitas fazendas possuiu o Manoel Afonso, mas a sua sesmaria era a fazenda “Tabua”, que se transformou em um povoado com esse mesmo nome. Hoje as suas terras já foram subdivididas entre vários proprietários.
II. Pedro Nunes Siqueira –
Também sesmeiro cujas terras se situam na vertente do Rio Pacuí, hoje pertencentes ao grupo Montes Claros Diesel S.A. e são chamadas de Campo Azul. Pedro era capitão de ordenança do Rio São Francisco, e aqui deixou grande descendência.
III.Miguel Gonçalves Figueira –
Ele dedicou primeiro a mineração no serro, em cujo mister se tornou riquíssimo. Mudou em 1.707 quando recebeu sua sesmaria para junto de seus irmãos, sua sesmaria limitava com seu irmão Pedro.
Mais chegou a ter seis enormes fazendas das quais cada uma de per si já constituía em um respeitável latifúndio. Não era um esbanjador, entretanto era um grande cidadão, côncio de suas obrigações sociais. De uma só vez, doou 70 gramas de diamante aos padres para a construção do Curado de Bom Jesus de Macaúbas (hoje um colégio de freiras).
Os padres ficaram de tal maneira agradecidos com aquela doação e tanta generosidade que arranjaram o casamento da bela jovem Leonor Pereira Abreu, sobrinha do padre Manoel Amorim, com o ricaço já bem avançado em idade.
IV.João Gonçalves Figueira –
Também sesmeiro no Rio Verde, sua sesmaria era a fazenda “Araras”, hoje pertencente a Ademar Figueiredo (Nozinho Figueiredo) e Ilídio dos Reis (segundo Dr. Hermes).
Abandonou a pecuária pela mineração de ouro e diamantes em Serro Frio, fazendo justamente o caminho inverso de seu irmão Miguel.
Entretanto seus filhos continuaram com a criação de gado na sua fazenda Araras. Entre eles: Lourenço Caetano Figueira, Antônio Gonçalves Lara e o genro Agostinho Costa Nogueira.
Entre os cunhados de Figueira podemos citar: o Cel. João Peixoto Veigas, que era casado com sua irmã Dona Maria de Neves, Atanásio Cerqueira Brandão, casado com Dona Catarina Siqueira, Matias Cardoso de Almeida, casado com Dona Inês Gonçalves Figueira.
Dentre as não aparentadas conseguimos os registros apenas das presentes pessoas: Estevão Pinheiro que adquiriu as fazendas Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba do Capitão Figueira, e que deixou grande descendência na cidade de Mato Verde, o capitão de Cavalos Belchior dos Reis de Melo, que foi o primeiro proprietário da fazenda Ribeirão, e Domingos Carneiro, que foi o proprietário da fazenda Riachinho, todas duas no hoje município de Monte Azul (segundo Isidoro Coelho Azevedo).
A Brejo Grande, sua fazenda na Bacia do Rio Pardo, não foi encontrado registro sobre a quem ela foi vendida.
Havia também outros sesmeiros na região (pois eram 20 sesmarias) que desapareceram por falta de registro.
Assim como muitas outras pessoas que se instalaram aqui no Norte de Minas, atraídos pelo sucesso alcançado pelo capitão Figueira na criação de gado.
Esses proprietários dos currais do Rio Verde criaram os primeiros povoados nessa região.
Eles foram os povoadores de Montes Claros e toda essa região, daquilo que é hoje o Norte de Minas.
Por isso se considera os Figueiras e aparentados como os Colonizadores do Norte de Minas.
Enquanto que seu cunhado Matias Cardoso de Almeida, que também havia participado da guerra contra Zumbi em Palmares, veio com seus 1.200 escravos, que conseguiu na partilha após a guerra.
Ele veio também até Tranqueiras de lá tomou o rumo de Currais dos Figueira (hoje Brumado) e de lá tomou o rumo do Rio São Francisco, onde fundou Morrinhos (hoje Matias Cardoso), Amparo e São Romão, além de outras pequenas povoações nos barrancos do Rio, como Porto de Salgados (hoje Januária) abrindo assim a estrada do São Francisco.
Aí em Morrinhos seu filho Januário Cardoso de Almeida, construiu a majestosa Matriz.
Ele também atraiu parentes para o alto sertão do São Francisco. O seu sobrinho Salvador Cardoso de Oliveira que era casado com Dona Maria da Cruz, fundador da fazenda Pedras de Baixo (hoje cidade Pedras de Maria da Cruz).
O Pedro Cardoso de Oliveira, que era filho de Salvador Cardoso de Oliveira e Dona Maria da Cruz, foi o fundador da fazenda Urucuia, e colonizador daquela região e São Romão.
Aí na região do pantanal de Pandeiros, ele desenvolveu uma grande criação de gado, com a participação de muitas outras pessoas que ficaram no anonimato por falta também de registro, e que se instalaram ali. Aí no barranco do Rio ele instalou um grande abatedouro de gado. As carnes eram salgadas e expostas em jiraus de varões de madeira ao sol na beira do Rio para atrair a atenção dos barqueiros que navegavam pelo Rio.
As barcas (carrancas) que vinham de Cachoeira, Bahia, carregadas de sal para abastecer essa região de criação de gado, dali até Goiás. E voltavam para o Nordeste carregadas de carne de sol.
Esse comércio ribeirinho de sal era feito no começo pelos tropeiros que traziam o sal das regiões produtoras de Casa Nova e Pilão Arcado e depois de Margarida, para Cachoeira, e dali o sal era levado rio acima pelas carrancas até o porto de salgados, para abastecer os lambedouros desta região até Goiás, e voltavam carregados de carne de sol para abastecer o Nordeste.
Com a chegada da estrada de ferro, o movimento mudou de Cachoeira para Juazeiro e o sal para abastecer essas regiões passou a vir de Aracajú e Mossoró no Rio Grande do Norte.
Também no Rio São Francisco as coisas mudaram. Em 1.852 foi montado o primeiro “Vapor” o “Saldanha Marinho”, em um estaleiro no rio das Velhas.
Esse vapor navegou durante 29 (vinte e nove) anos pelo Rio das Velhas. Em 1.871, o governador da província de Minas, dona do vapor, autorizou sua decida pelo Rio das Velhas até sua foz, entrar no Rio São Francisco e navegar até a sua foz no Oceano Atlântico.
Ele então desceu o rio, parando em vários Portos de cidades ribeirinhas para abastecer, e fez escala no Porto de Juazeiro em 4 de fevereiro de 1.871, e continuou descendo o Rio até Boa Vista em Pernambuco (hoje CORIPÓS ou Santa Maria de Boa Vista), porque não poderia continuar descendo o Rio por causa da série de cachoeiras que há no Rio abaixo dali. De Boa Vista ele voltou a Juazeiro, onde permaneceu ancorado a espera da decisão que estava sendo tomada no Rio de Janeiro para a criação de uma companhia de navegação no Rio (Viação Brasil).
Enquanto ele estava ancorado aí no Porto de Juazeiro, estava sendo montado ali em um estaleiro improvisado, o Estaleiro Jovino, um outro vapor que havia sido adquirido no estaleiro de Ponta da Areia, no Rio de Janeiro e o seu transporte até Juazeiro durou 4 anos, entre transporte marítimo, ferroviário e por fim de carro de bois.
Esse outro vapor era idêntico ao nosso Vapor Saldanha Marinho que teve a mesma procedência.
Esse vapor o Presidente Dantas tinham características idênticas: roda do meio, com motor mono-cilíndrico, idêntico comprimento, calado e largura. Eles foram os primeiros vapores a navegarem no Rio São Francisco.
Naquela época a companhia Baiana com sede em Juazeiro, na Bahia, chegou a ter 15 vapores, várias chatas, rebocadores e lanchas.
Já a companhia Mineira com sede em Pirapora chegou a ter 12 vapores, várias chatas e alguns rebocadores.
Naquela época se fazia viagens regulares de Juazeiro a Pirapora, e vice-versa, transportando passageiros e todo tipo de carga.
Os vapores contribuíram grandemente para o desenvolvimento do Norte de Minas e principalmente para o desenvolvimento das comunidades ribeirinhas.
Os Portos de Juazeiro e Pirapora eram ligados a outros centros do sul do país e todo Nordeste por estradas de ferro (conforme José Bergamini).
Figueira também havia ligado por estradas a sua fazenda dos Montes Claros com as suas outras fazendas Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba, assim como com os seus parentes no barranco do rio São Francisco.
Depois que ele vendeu as suas três fazendas: Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba para o Estevão Pinheiro, ele resolveu deixar a sua fazenda dos Montes Claros nas mãos de seu filho André Gonçalves Figueira e voltou para sua vila natal, Santos, para viver o resto de seus dias, perto de seus amigos e parentes. Ali também ele teve uma fazenda e morreu aos 68 anos conforme o Professor Arquiminio Altamiro Pires.
Em 1.736, o Rei de Portugal designou o Martinho Mendonça para governar a província de Minas em substituição ao Gomes Freire, com a incumbência de cobrar o 5º de todos os negociantes da província: negociantes em qualquer ramo, até artesãos.
Antes o 5º era cobrado apenas dos mineradores e comerciantes do ouro.
Como a produção de ouro na província caiu drasticamente, o governo de Portugal instituiu a cobrança do 5º para todos para não deixar cair os rendimentos da coroa em sua Colônia de Além Mar.
Para cobrar o 5
º o Martinho Mendonça organizava uma escolta armada para acompanhar uma autoridade que iria fazer a cobrança em determinada área.
A primeira cobrança foi na Barra do Rio das Velhas.
A escolta de 40 homens fortemente armados acompanhavam o juiz de Papagaios (Curvelo) André de Souza Flores. Só que eles foram recebidos à bala pelo Cel. Antônio Tinoco Barcelos e seus homens.
Eles foram obrigados a votarem com uma quente, outra fervendo, e de mãos vazias.
O Martinho então aprendeu a lição porque a escolta organizada para vir à bacia do Rio Verde, na fazenda dos Montes Claros foi muito maior.
Aqui eles também foram recebidos à bala pelos homens de André Gonçalves Figueira. Mais eles resistiram ao combate, venceram e prenderam o André Gonçalves Figueira. Também confiscaram tudo de valor que encontraram (segundo pesquisas feitas pelo Dr. Hermes; já o Diogo de Vasconcelos só fala que não havia registro daqueles acontecimentos).
O André posteriormente foi deportado para Angola.
Com a prisão de André a fazenda dos Montes Claros ficou entregue aos agregados da fazenda até a vinda de outro filho do Capitão Figueira, o sargento-mor Manoel Ângelo Figueira.
O sargento- mor Manoel Ângelo Figueira era o primogênito do Capitão Figueira, e foi ele que negociou a venda da fazenda dos Montes Claros para o Alferes José Lopes de Carvalho em 1.758.
O padre Teotônio Azevedo já vivia aqui no Norte de Minas, foi quem secretariou o 2º proprietário da fazenda dos Montes Claros em 1.769, na doação do patrimônio para a construção da nossa igreja Matriz em louvor a Nossa Senhora e São José. Só que essa igreja foi construída muito distante e onde o Capitão Figueira havia construído a sede de sua fazenda dos Montes Claros. A sede construída por ele foi justamente atraz de onde hoje se encontra construído o Hospital Universitário Clemente de Faria – HUCF; já a igreja Matriz construída pelo Alferes José Lopes de Carvalho, foi justamente onde hoje se encontra a nossa Matriz apesar dela já ter sofrido duas reconstruções nesse período.
Nessa ocasião a fazenda dos Montes Claros recebeu a visita do visitador do Sertão Alto, o Ilmo Padre Silvestre da Silva Carvalho e seu coadjutor padre Francisco de Medeiros Cabral.
Posteriormente o padre Teotônio passou a celebrar na igreja matriz de Formigas.
Foi ele quem assentou um cruzeiro às margens da estrada “Nova” que o Figueira abriu ligando a sua fazenda a Tranqueiras na Bahia.
Em volta desse cruzeiro, floresceu o povoado de Sanharó e que foi mais tarde em 1.710 dizimado pela epidemia de varíola (bexiga).
O padre Teotônio (segundo o padre Newton Caetani de Angelis), era quem guardava os livros com a história da igreja até então em nossa região. Depois que a varíola vitimou inclusive o padre Teotônio, todas as casas daquele povoado foram queimadas inclusive a do padre Teotônio.
Com isso toda a história da igreja e da população de nossa região até então foi destruída, isso conforme o padre Newton que fala que o padre Teotônio era um estudioso e também um escritor.
O Alferes José Lopes de Carvalho construiu a sua nova residência bastante próxima da nova igreja Matriz.
Então aí próximo da Nova Matriz se formou rapidamente um povoado com a construção de dezenas de casas residenciais e comerciais, formando assim o povoado de Formigas.
Segundo o Dr. Hermes sem demora essa área em volta da nova igreja Matriz foi povoada de negros fugitivos, índios acuados, mineiros cansados de perseguições frustradas. Sesmeios que construíram casas para terem onde se hospedarem dia de missa e de festa, comerciantes e também pessoas que fugiam de outras regiões, como Miguel Domingos fugindo dos ataques dos índios papudos de Itacambira e também da febre tifo que glaçava ali naquela região.
Essa riqueza extraordinária dessa região (segundo Augusto Lima Jr.) explica como não obstante sua posição remota, a grande distância dos dois grandes centros: São Paulo e Salvador, Bahia, despertavam tanto interesse nas pessoas que por aqui passavam, atraindo-as para uma fixação definitiva.
A nossa Matriz foi elevada a categoria de freguesia, por decreto de 14/07/1.832, tendo como filial o curado de Bom Jesus de Macaúbas.
Mais somente em 1.835 foi que recebemos o nosso primeiro vigário padre Antônio Gonçalves Chaves, que veio provisório por dois anos.
Formigas já havia sido elevada a categoria de vila (13/10/1.831).
O padre Chaves tomou de amores por nossa vila. Foi eleito vereador por três mandatos consecutivos, presidente da câmara, tendo governado a nossa vila por 12 anos, e se elegeu a deputado provincial.
A 3 de julho de 1.857, pela lei nº. 802, a vila de Formigas foi elevada à categoria de cidade (cidade de Montes Claros).
A festança realizada no dia da elevação da vila a cidade, não tem registro desse regozijo da sua população pelo acontecimento. Mesmo a tradição oral pouco transmitiu, até nossos dias. Sabe-se apenas que a banda de música Euterpe Montesclarense, criada um ano antes pela Dona Eva saiu às ruas pela primeira vez para festejar o acontecimento.
Poucas vantagens nos trouxeram essa transição. Pois a nossa vila já gozava de todas as regalias de cidade: era independente em política administrativa, era cabeça de comarca, com juiz de direito e juiz de paz municipal, possuía cartórios, etc.
Daí o fato relativo às festanças ter se apagado tão rapidamente da memória dos Montesclarenses.
A mudança do nome de Formigas para “Montes Claros” veio de encontro de uma velha aspiração dos formiguenses, conforme se lê em ata no livro de registro da câmara de 26 de julho de 1.844.
O presidente propôs que existindo duas vilas com o mesmo nome de Formigas na província de Minas, o que causava desvio de ofícios e outros papéis, por isso ser conveniente que se dirigisse à assembléia provincial por intermédio do governo, para mudar o nome de Vila de Formigas para Vila dos Montes Claros.
Em 1.903 os padres brancos, Premonstratenses, foram designados para vigários de nossa Matriz. Primeiro vieram os cônegos Carlos Vincat e Francisco de Paula Mureaux. O cônego Vincat imprimiu em nossa paróquia um cunho nunca visto.
Nessa época estavam acontecendo movimentos na região para sediar o bispado que seria criado no Norte de Minas.
O primeiro movimento foi do pessoal de Januária liderado pelo Manuel Ambrósio e Antônio Nascimento, com o apoio do núncio apostólico e o jornal “A Luz”.
Entretanto os padres premonstratenses de Montes Claros tendo a frente os padres Bento e Maurício Gaspar, iniciaram um movimento para Montes Claros sediar o novo Bispado.
O D. Lúcio recém indicado para o bispado de Paracatu, além dos deputados Camilo Prates e Honorato Alves participaram da campanha. Foi esse movimento movido pelos padres premonstratenses que resultou na criação de nosso Bispado.
Os padres premonstratenses eram vibrantes, criaram jornal, trouxeram as irmãs para fundar o Colégio Imaculada e foi um padre premonstratense Cônego Jerônimo Lambin que projetou e construiu a nossa Catedral. Ele chegou ao Brasil em 4 de dezembro de 1.929, da Abadia Dom Senhor Isac. Em 1.914 foi construído o palácio episcopal.
E em 1.918 iniciou a construção do seminário, que foi inaugurado em abril de 1.920, hoje demolido para construção de mais uma loja do Bretas.
Em 7 de março de 1.911, pela bula “Comisum Humilitat Nostrae”, o D. João Antônio Pimenta foi designado 1º Bispo de Montes Claros, já que o nosso bispado havia sido criado pelo papa Pio X, pela bula ” Postulat Sane” em 10 de dezembro de 1.910.
Do casamento de Antônio Gonçalves Figueira com Dona Isabel Ribeiro Aguiar, que era filha de Manoel Cardoso Aguiar e Dona Francisca da Silva Teixeira, lhes renderam os seguintes filhos, conforme nos informa Taques e Nabiliaquia:
1.Manoel Ângelo Figueira, sargento-mor, casado com Dona Isabel Caetano Leite de Azevedo.
2.Maria Inácia da Silva – casada com Manoel Andrade e Almeida
3.Francisca Ângela Xavier Silva - casada com Isidoro José
4.Miguel Gonçalves Figueira
5. José Antônio Gonçalves Figueira
6.Córdula Maria de Jesus – casada em primeiras núpcias com Luiz Ribeiro Mendonça e em segunda com Salvador Gomes Freire
7.André Gonçalves Figueira.
Em carta ao Dr. Hermes Augusto de Paula, Tauny fala da existência de mais duas filhas, Dona Domingas e Dona Rita e mais um filho que ele não conseguiu identificar.
Fontes:
VASCONCELOS, Diogo L.P. História Antigas de Minas Gerais
TORRES, João Camilo de Oliveira. História de Minas Gerais
SILVA, Gutemberg Mota. Minas Colonial
LIMA JÚNIOR, Augusto de. A Capitania das Minas Gerais
D`ANGELO, Jota. Pelos Caminhos de Minas
BASTANI, Tanus Jorge – O escravo da Coroa
PAULA, Hermes Augusto de – Montes Claros sua História, sua Gente, seus Costumes
AZEVEDO, Isidoro Coelho – Andanças de Minas Gerais.
DANGELIS, Newton Caetane – História da Igreja no Norte de Minas
* mendonca_josegeraldo@yahoo.com.br
Ele nasceu em Santos, Vila do Litoral de São Paulo. Ele era filho primogênito de Dona Maria Gonçalves Figueira (de Itanhaem) e Manoel Afonso Gaia (de Santos).
Ali se transformou em um sertanista famoso, distingui-se sobremaneira na campanha contra os índios ANAIÓS, não somente pela sua bravura, mas também suprindo as poucas forças por astúcia e estratagemas. Durante as suas caçadas dormia caçado para ser o primeiro a levantar e entrar em combate.
Sua primeira viagem ao que hoje se constitui no Norte de Minas foi quando participa na famosa expedição das esmeraldas, do lendário bandeirante Fernão Dias Paes Leme, em que ele saiu de São Paulo no dia 30 de outubro de 1672, com o seu genro Borba Gato e dois filhos. O Figueira nessa expedição era ajudante de ordem de seu cunhado Matias Cardoso de Almeida lugar tenente da expedição.
Outras expedições que também saindo de São Paulo e da Bahia tinham como destino as Minas Gerais:
A de Francisco Bruza de Espinosa e Apicuêlta Navarro que saindo da Bahia chegaram até a região hoje conhecida como Jaíba – 1.553.
Sebastião Fernandes Tourinho – 1.572/3. Antônio Dias Adorno, que chegou em Itacambira, e chegou a colher algumas pedras de esmeraldas na Lagoa Vapabuçu, que ele levou ao Rei de Portugal – 1.676.
Outros também empreenderam viagens a Minas, saindo de São Paulo: André de Leão Glimer – 1.601.
Matias Cardoso de Almeida de 1.672-4, Lourenço de Caetano Taques – 1.668, Antônio Rodrigues Arzão 1.693.
E ainda outros como:
Bartolomeu Bueno da Silveira
Miguel Garcia de Almeida
Antônio Dias de Oliveira
Manuel João Camargo
Padre João de Faria Fialho
Todos esses saíram de São Paulo para Minas Gerais entre os anos de 1.694e 1.698.
Só que nessa viagem que o Figueira fez com a expedição das esmeraldas, tanto ele como o seu cunhado Matias Cardoso desligaram da expedição aqui no Norte de Minas aborrecidos, porque eles rodavam, rodavam e voltaram sempre ao mesmo lugar (hoje conhecido como 7 passagem), a expedição das esmeraldas ficou 7 anos em Minas.
Da 2ª vez, já em 1.691, eles passaram aqui no Norte de Minas, rumo a capitania de Pernambuco, onde iriam fazer a guerra contra o Zumbi de Palmares. O Matias veio na frente trazendo 600 homens e ficou esperando por Figueira na barra do Rio das Velhas (hoje Barra de Guaicuí).
Figueira veio como guia da expedição do Cel. João Amaro, que também trazia 600 homens. Ele veio aproveitando a trilha aberta quando da passagem da expedição das esmeraldas, e aproveitando os pontos de pouso construídos pelo Fernão Dias Paes Leme: Lopo, Viturana e Sumidoro.
Capitão Figueira veio sem parada para descanso até encontrar com Matias na barra do Rio das Velhas.
Dali em diante eles seguiram juntos até Recife na capitania de Pernambuco, onde encontraram o terceiro grupo, o de Domingos Jorge Velho, que havia vindo pelo mar e que também havia trazido outros 600 homens.
Eles então trataram de traçarem as estratégias para essa guerra.
Guerra fria, bem calculada para fazer prisioneiros (escravos).
Zumbi comandava um exército de 30.000 homens: negros escravos fugitivos e Índios ANAIÓS rebelados (segundo Dr. Hermes).
A luta contra Zumbi durou sete anos. Zumbi que depois da queda de Macacos, naquela batalha histórica onde cerca de 500 homens de seu exército despencaram daquele paredão da serra da Barriga, e que durante muitos anos, foi relatada por escritores da época como sendo um suicídio coletivo e que Zumbi teria morrido junto (1.694).
Esses escritores estavam com a cabeça cheia de histórias da antiguidade, e basearam em fatos ocorridos naquela época remota, em que os judeus para não caírem nas mãos dos romanos se lançaram dos paredões de pedra da fortaleza de Massada século I.
Só a partir de 1.960 é que historeografia com a verdadeira história passou a ser aceita, no meio cultural do país.
Depois da queda de Macacos, Zumbi chefiando um pequeno grupo, lutava despreparado para se manter vivo o seu ideal de liberdade. Como esse punhado de bravos passaram a viver escondidos na mata e praticando táticas de guerrilha.
Só que numa dessas escaramuças um de seus homens de confiança foi capturado pelos homens da força dos bandeirantes.
Os homens dos bandeirantes torturaram o prisioneiro, Antônio Soares e o convenceram a levá-los escondidos até o esconderijo de Zumbi.
Quando Antônio Soares chegou em frente ao Zumbi, depois de cumprimentá-lo, o apunhalou a traição executando assim o seu antigo chefe, em 20 de novembro de 1.698.
Os homens dos bandeirantes tomaram o seu corpo, arrancaram-lhe um dos olhos, cortaram a sua mão direita, cortaram o seu pênis que foi enfiado em sua boca, cortaram a sua cabeça que foi salgada e apodreceu espetada na ponta de uma estaca em uma praça pública do Recife.
Terminada assim a guerra, chegou a hora de dividir cordialmente os prisioneiros entre os vencedores.
O Figueira tocou 700 prisioneiros escravos (segundo Dr.Hermes).
Segundo (Isidoro Coelho de Azevedo) o Figueira negociou na partilha, abrindo mão de 500 prisioneiros em troca de todo o rebanho de bovinos e eqüinos capturados dos negros.
Tanto que Matias recebeu 1.200 prisioneiros escravos.
Figueira então desistiu de voltar a São Paulo, veio até Tranqueiras, de lá tomou a trilha aberta por eles quando da passagem rumo a Recife,
Quando ele atingiu o Rio Pardo, parou, escolheu um local na bacia do Rio e montou ali a sua fazenda Brejo Grande hoje povoado, distrito da cidade de Rio Pardo.
Ali na sua fazenda Brejo Grande ele plantou o primeiro canavial, instalou o primeiro engenho de cana e o primeiro alambique e foi ali que foram produzidas as primeiras rapaduras, as primeiras tachadas de açúcar mascavo e a primeira aguardente (cachaça) no hoje estado de Minas Gerais.
Quando ele regressou de Palmares ele trouxe um grande rebanho de bovinos e eqüinos capturados dos negros e que na negociação da partilha ficou para ele (segundo Isidoro Coelho Azevedo).
Ele passou então a criar os seus animais na Fazenda Brejo Grande. Só que essa região era habitada por grandes nações de índios TAPUIAS que começaram a incomodar o Figueira com suas carreiras e emboscadas. Ele então preparou uma nova expedição com aval do vice-rei, e partiu para dominar aqueles indígenas. Ele mostrou a sua bravura, combatendo e vencendo grandes nações de índios contando apenas com nove armas de fogo (segundo Dr. Hermes). Ele seguiu em frente, sempre rumo ao poente, chegou às margens do Rio Gameleira (hoje terras do município de Monte Azul), onde combateu e venceu uma grande nação indígena e montou ali a sua fazenda Olhos D’Água.
Um pouco mais na frente ele enfrentou e venceu, depois de muitos dias de luta, a maior nação indígena da região, que tinha a sua aldeia aí nas margens do rio Jacu das Piranhas (a aldeia Brejal), montou aí a sua fazenda Boa Vista depois de vencidos os índios. Nessa luta ele conseguiu fazer centenas de prisioneiros (escravos). Continuou em frente às margens do Rio Verde, outra luta, outra vitória, contra os índios dali. Ali ele montou a sua fazenda Jaíba (hoje cidade de Jaíba). E esse nome dado por ele à sua fazenda passou a denominar toda essa região mesmo depois de ser montado ali em Mocambinho o maior projeto de irrigação de toda a América Latina.
Nas lutas que ele travou com todas essas nações indígenas, lhe rendeu centenas de prisioneiros (escravos).
Porque ele era especialista em caçar índios desde lá de São Paulo. Ali na sua fazenda Jaíba ele recebeu a doação de uma sesmaria, via alvará do dia 12 de abril de 1.707, de três léguas de comprimento por légua e meia de largura, na cabeceira do Rio Verde, na sua margem esquerda.
Figueira fugindo da região palustosa do Rio Verde instalou a sua fazenda à margem direita do Rio Vieira, no altiplano, local onde hoje está edificado o H.U. Hospital Universitário. Aí na sede de sua fazenda ele construiu a casa residencial, currais, demais instalações e uma pequena capela em louvor a Nossa Senhora.
O padre Antônio Cordeiro de Ávila morador de Papagaios (hoje Curvelo) é quem frequentemente vinha celebrar em sua capela.
Também o padre Antônio Mendes Santiago fazia visitas regulares a sua fazenda dos Montes Claros, e celebrava também aí em sua capela.
Ele era da freguesia de Santo Antônio de Itacambira. Segundo o escritor Diogo de Vasconcelos teria sido ele o padre Antônio Mendes Santiago, o responsável pela construção de centenas de igrejas e capelas em todas as fazendas e povoados por toda essa região, ampliando a prática da fé católica conforme o mesmo escritor.
Outro padre também fez parte da história da fazenda dos Montes Claros, foi o padre Teotônio Azevedo.
O terreno salitroso e as magníficas pastagens nativas indicaram a Figueira o rumo a seguir (a pecuária).
O regime pastoril ali se esboçou como uma sugestão dominadora dos Gerais.
Segundo comentário de Euclides da Cunha que acrescenta, nem faltava para isso sobre a rara fecundidade do solo, um elemento essencial, o sal gratuito nas baixadas salobras dos barreiros.
Constitui-se desta maneira favorecida a extensa zona de criação de gado, que já no alvorecer do século XVIII, dominava toda essa região do Norte de Minas, indo até Goiás, passando para o outro lado do Rio São Francisco, margem esquerda, que naquela época ainda era considerado território de Pernambuco.
Desenvolveram desde o primeiro momento a criação de gado por toda essa região.
A região que era rica em pastos nativos colaborou para a expansão da pecuária.
Além disso, era uma região muito saudável isso colaborou, mostrando ali um gado sempre muito gordo e sadio, e as vacas procriavam com muita rapidez e regularidade. Por isso em muito pouco tempo a criação de gado já dominava toda essa região do Norte de Minas.
Ele era de muita visão, pois logo que chegou à região, colocou uma turma de homens, alargado a picada que eles abriram quando da suas passagens ali rumo à capitania de Pernambuco. Derrubaram matas construindo ali uma estrada acessível para passar com as suas boiadas rumo a Tranqueiras, na Bahia, para negociar ali o seu gado nessa que era a região mais populosa da Colônia. Essa estrada que ele abriu ligando a sua fazenda dos Montes Claros a Tranqueiras, na Bahia, foi denominada “Estrada Nova”, 1.709.
Essa sua estrada Nova passava pela sua fazenda Brejo Grande no Rio Pardo. Hoje o único trecho desta estrada que ainda existe está aí em cima da serra. Ela começa aí em frente a cidade de Monte Azul e vai até Rio Pardo. A região aí em cima da serra é lindíssima. Esse trecho da estrada Nova aí em cima da serra poderá ser transformado em uma excelente atração turística.
Figueira também abriu estradas ligando a sua fazenda dos Montes Claros até Pitangui, Serro e às outras vilas de bacia do Rio da Velhas.
No início o gado era levado e comercializado nessas regiões consumidoras. Com o passar do tempo os tropeiros passaram a virem carregados de sal das regiões produtoras de “Casa Nova”, “Pilão Arcado”, até a sua fazenda dos Montes Claros, aí a carga de sal era vendida ao Capitão Figueira, e eles carregavam com carne de sol para levar para o Nordeste.
Ele passou a abater o gado aí na sua fazenda, as carnes eram salgadas, colocadas para curtir em grandes gamelas de madeira (maceira). Depois as mantas de carne eram colocadas ao sol para secar em jiraus, de varões de madeira. Produzindo assim a carne de sol (Jabá).
Os porcos gordos também eram abatidos, o toucinho, as banhas e a carne: lombo e pernis eram salgados.
Depois enrolavam os panos de toucinho colocando dentro as banhas e as carnes. Tudo era bem amarrado formando uma peça fechada. Os tropeiros vinham de todas as regiões até a fazenda dos Montes Claros para comprar as carnes para levarem para as suas regiões.
Esse sucesso da criação de gado nessa região atraiu para esse lugar aqui nosso Norte de Minas, muita gente contribuindo assim para o povoamento de toda a região.
O rei de Portugal contribuiu com essa ocupação, distribuindo em 1.707, 20 sesmarias nessa região.
Entre os irmãos de Figueira que receberam sesmarias podemos citar:
I.Manoel Afonso Gaia -
Homônimo de seu avô, morou primeiro em Cachoeira, Bahia. Ali se casou, sendo também o Capitão-Mor da vila. Conseguiu a sua sesmaria também em 1.707. Para cá se transferiu com mulher e 7 filhos, onde se fixou definitivamente, tendo falecido depois dos oitenta anos de idade deixando em nosso meio numerosa descendência, principalmente na cidade de Brasília de Minas, dele provindo os Gaia, ali domiciliados até hoje. Muitas fazendas possuiu o Manoel Afonso, mas a sua sesmaria era a fazenda “Tabua”, que se transformou em um povoado com esse mesmo nome. Hoje as suas terras já foram subdivididas entre vários proprietários.
II. Pedro Nunes Siqueira –
Também sesmeiro cujas terras se situam na vertente do Rio Pacuí, hoje pertencentes ao grupo Montes Claros Diesel S.A. e são chamadas de Campo Azul. Pedro era capitão de ordenança do Rio São Francisco, e aqui deixou grande descendência.
III.Miguel Gonçalves Figueira –
Ele dedicou primeiro a mineração no serro, em cujo mister se tornou riquíssimo. Mudou em 1.707 quando recebeu sua sesmaria para junto de seus irmãos, sua sesmaria limitava com seu irmão Pedro.
Mais chegou a ter seis enormes fazendas das quais cada uma de per si já constituía em um respeitável latifúndio. Não era um esbanjador, entretanto era um grande cidadão, côncio de suas obrigações sociais. De uma só vez, doou 70 gramas de diamante aos padres para a construção do Curado de Bom Jesus de Macaúbas (hoje um colégio de freiras).
Os padres ficaram de tal maneira agradecidos com aquela doação e tanta generosidade que arranjaram o casamento da bela jovem Leonor Pereira Abreu, sobrinha do padre Manoel Amorim, com o ricaço já bem avançado em idade.
IV.João Gonçalves Figueira –
Também sesmeiro no Rio Verde, sua sesmaria era a fazenda “Araras”, hoje pertencente a Ademar Figueiredo (Nozinho Figueiredo) e Ilídio dos Reis (segundo Dr. Hermes).
Abandonou a pecuária pela mineração de ouro e diamantes em Serro Frio, fazendo justamente o caminho inverso de seu irmão Miguel.
Entretanto seus filhos continuaram com a criação de gado na sua fazenda Araras. Entre eles: Lourenço Caetano Figueira, Antônio Gonçalves Lara e o genro Agostinho Costa Nogueira.
Entre os cunhados de Figueira podemos citar: o Cel. João Peixoto Veigas, que era casado com sua irmã Dona Maria de Neves, Atanásio Cerqueira Brandão, casado com Dona Catarina Siqueira, Matias Cardoso de Almeida, casado com Dona Inês Gonçalves Figueira.
Dentre as não aparentadas conseguimos os registros apenas das presentes pessoas: Estevão Pinheiro que adquiriu as fazendas Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba do Capitão Figueira, e que deixou grande descendência na cidade de Mato Verde, o capitão de Cavalos Belchior dos Reis de Melo, que foi o primeiro proprietário da fazenda Ribeirão, e Domingos Carneiro, que foi o proprietário da fazenda Riachinho, todas duas no hoje município de Monte Azul (segundo Isidoro Coelho Azevedo).
A Brejo Grande, sua fazenda na Bacia do Rio Pardo, não foi encontrado registro sobre a quem ela foi vendida.
Havia também outros sesmeiros na região (pois eram 20 sesmarias) que desapareceram por falta de registro.
Assim como muitas outras pessoas que se instalaram aqui no Norte de Minas, atraídos pelo sucesso alcançado pelo capitão Figueira na criação de gado.
Esses proprietários dos currais do Rio Verde criaram os primeiros povoados nessa região.
Eles foram os povoadores de Montes Claros e toda essa região, daquilo que é hoje o Norte de Minas.
Por isso se considera os Figueiras e aparentados como os Colonizadores do Norte de Minas.
Enquanto que seu cunhado Matias Cardoso de Almeida, que também havia participado da guerra contra Zumbi em Palmares, veio com seus 1.200 escravos, que conseguiu na partilha após a guerra.
Ele veio também até Tranqueiras de lá tomou o rumo de Currais dos Figueira (hoje Brumado) e de lá tomou o rumo do Rio São Francisco, onde fundou Morrinhos (hoje Matias Cardoso), Amparo e São Romão, além de outras pequenas povoações nos barrancos do Rio, como Porto de Salgados (hoje Januária) abrindo assim a estrada do São Francisco.
Aí em Morrinhos seu filho Januário Cardoso de Almeida, construiu a majestosa Matriz.
Ele também atraiu parentes para o alto sertão do São Francisco. O seu sobrinho Salvador Cardoso de Oliveira que era casado com Dona Maria da Cruz, fundador da fazenda Pedras de Baixo (hoje cidade Pedras de Maria da Cruz).
O Pedro Cardoso de Oliveira, que era filho de Salvador Cardoso de Oliveira e Dona Maria da Cruz, foi o fundador da fazenda Urucuia, e colonizador daquela região e São Romão.
Aí na região do pantanal de Pandeiros, ele desenvolveu uma grande criação de gado, com a participação de muitas outras pessoas que ficaram no anonimato por falta também de registro, e que se instalaram ali. Aí no barranco do Rio ele instalou um grande abatedouro de gado. As carnes eram salgadas e expostas em jiraus de varões de madeira ao sol na beira do Rio para atrair a atenção dos barqueiros que navegavam pelo Rio.
As barcas (carrancas) que vinham de Cachoeira, Bahia, carregadas de sal para abastecer essa região de criação de gado, dali até Goiás. E voltavam para o Nordeste carregadas de carne de sol.
Esse comércio ribeirinho de sal era feito no começo pelos tropeiros que traziam o sal das regiões produtoras de Casa Nova e Pilão Arcado e depois de Margarida, para Cachoeira, e dali o sal era levado rio acima pelas carrancas até o porto de salgados, para abastecer os lambedouros desta região até Goiás, e voltavam carregados de carne de sol para abastecer o Nordeste.
Com a chegada da estrada de ferro, o movimento mudou de Cachoeira para Juazeiro e o sal para abastecer essas regiões passou a vir de Aracajú e Mossoró no Rio Grande do Norte.
Também no Rio São Francisco as coisas mudaram. Em 1.852 foi montado o primeiro “Vapor” o “Saldanha Marinho”, em um estaleiro no rio das Velhas.
Esse vapor navegou durante 29 (vinte e nove) anos pelo Rio das Velhas. Em 1.871, o governador da província de Minas, dona do vapor, autorizou sua decida pelo Rio das Velhas até sua foz, entrar no Rio São Francisco e navegar até a sua foz no Oceano Atlântico.
Ele então desceu o rio, parando em vários Portos de cidades ribeirinhas para abastecer, e fez escala no Porto de Juazeiro em 4 de fevereiro de 1.871, e continuou descendo o Rio até Boa Vista em Pernambuco (hoje CORIPÓS ou Santa Maria de Boa Vista), porque não poderia continuar descendo o Rio por causa da série de cachoeiras que há no Rio abaixo dali. De Boa Vista ele voltou a Juazeiro, onde permaneceu ancorado a espera da decisão que estava sendo tomada no Rio de Janeiro para a criação de uma companhia de navegação no Rio (Viação Brasil).
Enquanto ele estava ancorado aí no Porto de Juazeiro, estava sendo montado ali em um estaleiro improvisado, o Estaleiro Jovino, um outro vapor que havia sido adquirido no estaleiro de Ponta da Areia, no Rio de Janeiro e o seu transporte até Juazeiro durou 4 anos, entre transporte marítimo, ferroviário e por fim de carro de bois.
Esse outro vapor era idêntico ao nosso Vapor Saldanha Marinho que teve a mesma procedência.
Esse vapor o Presidente Dantas tinham características idênticas: roda do meio, com motor mono-cilíndrico, idêntico comprimento, calado e largura. Eles foram os primeiros vapores a navegarem no Rio São Francisco.
Naquela época a companhia Baiana com sede em Juazeiro, na Bahia, chegou a ter 15 vapores, várias chatas, rebocadores e lanchas.
Já a companhia Mineira com sede em Pirapora chegou a ter 12 vapores, várias chatas e alguns rebocadores.
Naquela época se fazia viagens regulares de Juazeiro a Pirapora, e vice-versa, transportando passageiros e todo tipo de carga.
Os vapores contribuíram grandemente para o desenvolvimento do Norte de Minas e principalmente para o desenvolvimento das comunidades ribeirinhas.
Os Portos de Juazeiro e Pirapora eram ligados a outros centros do sul do país e todo Nordeste por estradas de ferro (conforme José Bergamini).
Figueira também havia ligado por estradas a sua fazenda dos Montes Claros com as suas outras fazendas Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba, assim como com os seus parentes no barranco do rio São Francisco.
Depois que ele vendeu as suas três fazendas: Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba para o Estevão Pinheiro, ele resolveu deixar a sua fazenda dos Montes Claros nas mãos de seu filho André Gonçalves Figueira e voltou para sua vila natal, Santos, para viver o resto de seus dias, perto de seus amigos e parentes. Ali também ele teve uma fazenda e morreu aos 68 anos conforme o Professor Arquiminio Altamiro Pires.
Em 1.736, o Rei de Portugal designou o Martinho Mendonça para governar a província de Minas em substituição ao Gomes Freire, com a incumbência de cobrar o 5º de todos os negociantes da província: negociantes em qualquer ramo, até artesãos.
Antes o 5º era cobrado apenas dos mineradores e comerciantes do ouro.
Como a produção de ouro na província caiu drasticamente, o governo de Portugal instituiu a cobrança do 5º para todos para não deixar cair os rendimentos da coroa em sua Colônia de Além Mar.
Para cobrar o 5
º o Martinho Mendonça organizava uma escolta armada para acompanhar uma autoridade que iria fazer a cobrança em determinada área.
A primeira cobrança foi na Barra do Rio das Velhas.
A escolta de 40 homens fortemente armados acompanhavam o juiz de Papagaios (Curvelo) André de Souza Flores. Só que eles foram recebidos à bala pelo Cel. Antônio Tinoco Barcelos e seus homens.
Eles foram obrigados a votarem com uma quente, outra fervendo, e de mãos vazias.
O Martinho então aprendeu a lição porque a escolta organizada para vir à bacia do Rio Verde, na fazenda dos Montes Claros foi muito maior.
Aqui eles também foram recebidos à bala pelos homens de André Gonçalves Figueira. Mais eles resistiram ao combate, venceram e prenderam o André Gonçalves Figueira. Também confiscaram tudo de valor que encontraram (segundo pesquisas feitas pelo Dr. Hermes; já o Diogo de Vasconcelos só fala que não havia registro daqueles acontecimentos).
O André posteriormente foi deportado para Angola.
Com a prisão de André a fazenda dos Montes Claros ficou entregue aos agregados da fazenda até a vinda de outro filho do Capitão Figueira, o sargento-mor Manoel Ângelo Figueira.
O sargento- mor Manoel Ângelo Figueira era o primogênito do Capitão Figueira, e foi ele que negociou a venda da fazenda dos Montes Claros para o Alferes José Lopes de Carvalho em 1.758.
O padre Teotônio Azevedo já vivia aqui no Norte de Minas, foi quem secretariou o 2º proprietário da fazenda dos Montes Claros em 1.769, na doação do patrimônio para a construção da nossa igreja Matriz em louvor a Nossa Senhora e São José. Só que essa igreja foi construída muito distante e onde o Capitão Figueira havia construído a sede de sua fazenda dos Montes Claros. A sede construída por ele foi justamente atraz de onde hoje se encontra construído o Hospital Universitário Clemente de Faria – HUCF; já a igreja Matriz construída pelo Alferes José Lopes de Carvalho, foi justamente onde hoje se encontra a nossa Matriz apesar dela já ter sofrido duas reconstruções nesse período.
Nessa ocasião a fazenda dos Montes Claros recebeu a visita do visitador do Sertão Alto, o Ilmo Padre Silvestre da Silva Carvalho e seu coadjutor padre Francisco de Medeiros Cabral.
Posteriormente o padre Teotônio passou a celebrar na igreja matriz de Formigas.
Foi ele quem assentou um cruzeiro às margens da estrada “Nova” que o Figueira abriu ligando a sua fazenda a Tranqueiras na Bahia.
Em volta desse cruzeiro, floresceu o povoado de Sanharó e que foi mais tarde em 1.710 dizimado pela epidemia de varíola (bexiga).
O padre Teotônio (segundo o padre Newton Caetani de Angelis), era quem guardava os livros com a história da igreja até então em nossa região. Depois que a varíola vitimou inclusive o padre Teotônio, todas as casas daquele povoado foram queimadas inclusive a do padre Teotônio.
Com isso toda a história da igreja e da população de nossa região até então foi destruída, isso conforme o padre Newton que fala que o padre Teotônio era um estudioso e também um escritor.
O Alferes José Lopes de Carvalho construiu a sua nova residência bastante próxima da nova igreja Matriz.
Então aí próximo da Nova Matriz se formou rapidamente um povoado com a construção de dezenas de casas residenciais e comerciais, formando assim o povoado de Formigas.
Segundo o Dr. Hermes sem demora essa área em volta da nova igreja Matriz foi povoada de negros fugitivos, índios acuados, mineiros cansados de perseguições frustradas. Sesmeios que construíram casas para terem onde se hospedarem dia de missa e de festa, comerciantes e também pessoas que fugiam de outras regiões, como Miguel Domingos fugindo dos ataques dos índios papudos de Itacambira e também da febre tifo que glaçava ali naquela região.
Essa riqueza extraordinária dessa região (segundo Augusto Lima Jr.) explica como não obstante sua posição remota, a grande distância dos dois grandes centros: São Paulo e Salvador, Bahia, despertavam tanto interesse nas pessoas que por aqui passavam, atraindo-as para uma fixação definitiva.
A nossa Matriz foi elevada a categoria de freguesia, por decreto de 14/07/1.832, tendo como filial o curado de Bom Jesus de Macaúbas.
Mais somente em 1.835 foi que recebemos o nosso primeiro vigário padre Antônio Gonçalves Chaves, que veio provisório por dois anos.
Formigas já havia sido elevada a categoria de vila (13/10/1.831).
O padre Chaves tomou de amores por nossa vila. Foi eleito vereador por três mandatos consecutivos, presidente da câmara, tendo governado a nossa vila por 12 anos, e se elegeu a deputado provincial.
A 3 de julho de 1.857, pela lei nº. 802, a vila de Formigas foi elevada à categoria de cidade (cidade de Montes Claros).
A festança realizada no dia da elevação da vila a cidade, não tem registro desse regozijo da sua população pelo acontecimento. Mesmo a tradição oral pouco transmitiu, até nossos dias. Sabe-se apenas que a banda de música Euterpe Montesclarense, criada um ano antes pela Dona Eva saiu às ruas pela primeira vez para festejar o acontecimento.
Poucas vantagens nos trouxeram essa transição. Pois a nossa vila já gozava de todas as regalias de cidade: era independente em política administrativa, era cabeça de comarca, com juiz de direito e juiz de paz municipal, possuía cartórios, etc.
Daí o fato relativo às festanças ter se apagado tão rapidamente da memória dos Montesclarenses.
A mudança do nome de Formigas para “Montes Claros” veio de encontro de uma velha aspiração dos formiguenses, conforme se lê em ata no livro de registro da câmara de 26 de julho de 1.844.
O presidente propôs que existindo duas vilas com o mesmo nome de Formigas na província de Minas, o que causava desvio de ofícios e outros papéis, por isso ser conveniente que se dirigisse à assembléia provincial por intermédio do governo, para mudar o nome de Vila de Formigas para Vila dos Montes Claros.
Em 1.903 os padres brancos, Premonstratenses, foram designados para vigários de nossa Matriz. Primeiro vieram os cônegos Carlos Vincat e Francisco de Paula Mureaux. O cônego Vincat imprimiu em nossa paróquia um cunho nunca visto.
Nessa época estavam acontecendo movimentos na região para sediar o bispado que seria criado no Norte de Minas.
O primeiro movimento foi do pessoal de Januária liderado pelo Manuel Ambrósio e Antônio Nascimento, com o apoio do núncio apostólico e o jornal “A Luz”.
Entretanto os padres premonstratenses de Montes Claros tendo a frente os padres Bento e Maurício Gaspar, iniciaram um movimento para Montes Claros sediar o novo Bispado.
O D. Lúcio recém indicado para o bispado de Paracatu, além dos deputados Camilo Prates e Honorato Alves participaram da campanha. Foi esse movimento movido pelos padres premonstratenses que resultou na criação de nosso Bispado.
Os padres premonstratenses eram vibrantes, criaram jornal, trouxeram as irmãs para fundar o Colégio Imaculada e foi um padre premonstratense Cônego Jerônimo Lambin que projetou e construiu a nossa Catedral. Ele chegou ao Brasil em 4 de dezembro de 1.929, da Abadia Dom Senhor Isac. Em 1.914 foi construído o palácio episcopal.
E em 1.918 iniciou a construção do seminário, que foi inaugurado em abril de 1.920, hoje demolido para construção de mais uma loja do Bretas.
Em 7 de março de 1.911, pela bula “Comisum Humilitat Nostrae”, o D. João Antônio Pimenta foi designado 1º Bispo de Montes Claros, já que o nosso bispado havia sido criado pelo papa Pio X, pela bula ” Postulat Sane” em 10 de dezembro de 1.910.
Do casamento de Antônio Gonçalves Figueira com Dona Isabel Ribeiro Aguiar, que era filha de Manoel Cardoso Aguiar e Dona Francisca da Silva Teixeira, lhes renderam os seguintes filhos, conforme nos informa Taques e Nabiliaquia:
1.Manoel Ângelo Figueira, sargento-mor, casado com Dona Isabel Caetano Leite de Azevedo.
2.Maria Inácia da Silva – casada com Manoel Andrade e Almeida
3.Francisca Ângela Xavier Silva - casada com Isidoro José
4.Miguel Gonçalves Figueira
5. José Antônio Gonçalves Figueira
6.Córdula Maria de Jesus – casada em primeiras núpcias com Luiz Ribeiro Mendonça e em segunda com Salvador Gomes Freire
7.André Gonçalves Figueira.
Em carta ao Dr. Hermes Augusto de Paula, Tauny fala da existência de mais duas filhas, Dona Domingas e Dona Rita e mais um filho que ele não conseguiu identificar.
Fontes:
VASCONCELOS, Diogo L.P. História Antigas de Minas Gerais
TORRES, João Camilo de Oliveira. História de Minas Gerais
SILVA, Gutemberg Mota. Minas Colonial
LIMA JÚNIOR, Augusto de. A Capitania das Minas Gerais
D`ANGELO, Jota. Pelos Caminhos de Minas
BASTANI, Tanus Jorge – O escravo da Coroa
PAULA, Hermes Augusto de – Montes Claros sua História, sua Gente, seus Costumes
AZEVEDO, Isidoro Coelho – Andanças de Minas Gerais.
DANGELIS, Newton Caetane – História da Igreja no Norte de Minas
* mendonca_josegeraldo@yahoo.com.br
domingo, 8 de março de 2009
Hortas Comunitárias
José Geraldo Mendonça*
O local apropriado para montar esse projeto é sem dúvida nenhuma aquelas áreas debaixo da rede de alta tensão da Cemig, que atravessa a cidade. O terreno ali é apropriado para cultivo de hortaliças e leguminosas.
Eu ouvi os proprietários das casas que ficam em frente aquelas áreas. A maioria gostou muito da idéia. Entretanto existem aqueles que são sempre contra. Alegam até medo das pessoas que irão trabalhar ali. Não tem cabimento uma coisa dessas. As pessoas que irão trabalhar ali serão pessoas carentes, mas isso não significa que serão pessoas desonestas. Isso é a falta de cidadania e responsabilidade social. A área que for usada para fazer o plantio de hortaliças com essas pessoas será toda cercada com tela e postes de cimento. A tela será presa em baixo de alicerce de concreto. Só existirá uma entrada de acesso para aquela área. Essa entrada terá um portão de 4 metros para a entrada de caminhões carregados de adubo orgânico, descarregarem ali.
Deverá ter uma área reservada para depósito de adubos orgânicos. Todo movimento de pessoal da área será por esse portão.
A área onde deverá começar com a implantação desta Horta Comunitária deverá ser aquele quarteirão que fica em frente às instalações da Polícia Rodoviária. O portão que fará o movimento da área deverá ficar em frete essas instalações da PM.
A prefeitura deverá fazer o loteamento da área dividindo-a em lotes de mais ou menos 1000 m2.
O loteamento deverá ter uma rua que dividirá aquela área em duas partes iguais. Essa rua deverá ligar com o portão, e servir de acesso a todos os lotes.
A área só terá uma ligação de água na rede da Copasa.
Essa ligação deverá ser junto ao portão, e se transformará em uma rede que deverá percorrer toda a rua, de onde sairão as ligações para todas as caixas de água que deverão ser instaladas no centro de cada lote. A caixa de água deverá ser uma manilha de cimento Zero 100. Toda caixa deverá ter um bóia para controlar a entrada de água e evitar desperdício. Toda caixa deverá ter uma tampa, um quadro de madeira coberto com tela fina para evitar a proliferação dos mosquitos da dengue. Feito o loteamento da área, e montado a planta, conhecido o número de lotes, deverá se dar o inicio a seleção das famílias que irão trabalhar no projeto. Então será feito o sorteio dos lotes entre as famílias escolhidas. Não será permitido que uma família selecionada e sorteada com seu lote garantido dentro da área, que ela venda o lote para outra pessoa cultivá-lo. Se isso ocorrer aquela família deverá ser afastada do projeto e o lote será ocupado por outra família escolhida pela direção do projeto.
A única construção permitida na área será uma cobertura rústica feita com madeira redonda de eucalipto tratado coberto de lona.
Essa construção não poderá ter nenhuma de suas paredes fechada, será apenas uma cobertura para os horticultores se abrigarem das chuvas.
Não será permitido a construção de ranchos ou outros similares dentro da área. A proteção das plantas só será permitida aquele tipo de túnel, cobertura individual de cada canteiro baixinho, com arco de arame grosso.
Para proteger as suas ferramentas, cada horticultor deverá receber uma caixa de madeira fornida de 2,20 X 40 X 50, que deverá ficar em cima de dois blocos de cimento 0,20.
Cada lote deverá ser demarcado com uma estaca de concreto em cada um dos seus quatro cantos. Entre os lotes deverá ser esticado um fio de arame liso para evitar contendas futuras entre os horticultores. Essas normas aqui relacionadas são com base na negociação feita por mim, quando foi feito a primeira tentativa de montagem deste projeto no governo de nosso saudoso Marão. Eu fui a BH credenciado por ele para negociar com Dr. Ruy Lage da Copasa e Sr Geraldo Santana da Cemig. O Dr. Ruy Lage garantiu água de graça para os horticultores desde que se respeitassem as normas. O horticultor só poderá molhar as suas plantas com regadores, aquele que usar mangueira para molhá-las, terá a sua entrada deágua cortada. Ele então terá que fazer uma entrada padrão, e pagará pela água usada.
Já o Sr. Geraldo Santana ficou muito entusiasmado com a idéia do projeto e até telefonou para o Marão na minha presença cumprimentando-o pela iniciativa. Porque o projeto protegerá aquelas áreas, assim no período das secas as torres não irão correr mais nenhum risco por causa dos fogos que grassam ali.
Naquela época a implementação deste projeto de hortas comunitárias não foi possível porque ficaria muito caro para que a prefeitura arcasse com tudo sozinha.
Mas hoje tudo mudou, já existe financiamento do Governo Federal: “ Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome”, para financiar totalmente um projeto desse em todo o território nacional.
Hoje já existe até uma lei que permite usar áreas urbanas com o fim agricultável, e a lei de agricultura urbana do Deputado Padre João PT.
Pra se ter uma idéia do que será preciso para montar um projeto desse cada horticultor receberá:
I-Um carrinho de mão, todo de ferro.
II-Um enxadão estreito.
III-Uma chibanca
IV-Uma pá bico redondo
V-Uma enxada média
VI-Um ancinho
VII-Dois regadores de plástico
VIII-Dois baldes de plástico de 10 litros
IX-Seis bandejas de isopor com furos para fazer as semeaduras das plantas
X-Uma peneira grossa
XI-Uma capa impermeável de chuva
XII-Uma caixa de madeira fornida de 2,20 X 40 X 50, ferrada com três cintas de ferro chato 2” X 1/8, com duas dobradiças fornidas de ferro e um suporte de cadeado de ferro tudo muito bem parafusado na caixa com parafusos de ¼ com porcas.
XIII-Um cadeado fornido, médio do tipo chave (IALE) com duas chaves.
XIV-Um pedaço de plástico para cobrir a caixa de ferramentas e protege-la das chuvas.
XV-Um metro de corrente de elos grandes e ferro redondo de ¼” para prender o carrinho no cadeado da caixa.
Cada família escolhida para trabalhar no sistema de Hortas Comunitárias deverá receber um salário mínimo por mês durante seis meses que é o período que as hortaliças estarão prontas para serem comercializadas.
A prefeitura será responsável ainda pelo fornecimento de todo adubo orgânico que será usado nas hortas pelos horticultores.
A prefeitura deverá ter ainda um caminhão para proporcionar o transporte dos horticultores com suas mercadorias para os pontos de venda.
A prefeitura deverá criar feira livre em pontos estratégicos localizados na cidade.
O salário que cada horticultor deverá receberá, será do FAT.
A prefeitura deverá construir o passeio em volta desta área a ser usada no projeto Hortas Comunitárias.
Quando a tentativa de implementação desse projeto no governo de Marão, eu fui encarregado de negociar com a Concreta. E o seu diretor na época, o Sr. Paulo Almeida, se comprometeu em fornecer o concreto gratuitamente para a prefeitura fazer os serviços de construção dos passeios. Hoje o Sr. Paulo Almeida já é falecido.
Naquela oportunidade o prefeito mandou que seu pessoal levantasse o tamanho da área a ser aproveitada pelo mesmo. O seu pessoal encontrou 24 alqueires (120 hectares), em toda a extensão da rede de alta tensão da Cemig, que atravessa a cidade.
Entretanto o aconselhável é começar de forma bem pequena, com um número entre 20 e 50 horticultores no primeiro ano. Depois com a experiência conseguida nesse primeiro projeto, expandir para outras áreas.
A prefeitura deverá contratar ainda um técnico agrícola para gerenciar o projeto. Esse técnico agrícola deverá permanecer todo o período de serviço, 6 horas por dia no local das hortas.
As sementes adquiridas com a verba federal para ser distribuída entre os horticultores, que virão em grandes embalagens, deverão ser divididas em embalagens de 30 gramas, para facilitar a distribuição entre os horticultores. A distribuição das sementes deverá ser feita pelo técnico agrícola responsável pela direção do projeto, porque ele é quem sabe da necessidade de cada um deles.
O técnico agrícola deverá controlar o plantio das hortaliças pelos horticultores para evitar que ocorra superprodução de uma espécie de hortaliça, porque quando ocorre abundância de um só produto, os preços caiem e é prejuízo para os horticultores.
Ele deve orientar os horticultores para plantarem pequenas quantidades de cada variedade para se ter todo dia as hortaliças para vender.
Eu montei os modelos de livros que serão distribuídos aos horticultores, e ao técnico agrícola. O livro do técnico agrícola ensina como fazer o controle de produção das hortaliças. Como a produção de hortaliças no projeto será orgânica, sem uso de produtos químicos e agrotóxicos, as pessoas irão ao local das para adquirir as hortaliças para o consumo de suas famílias, porque além de ser produtos orgânicos, serão também novinhos colhidos na hora. Não serão como os dos sacolões que são produtos que vêem de longe, por isso colhidos ainda verdes, e já chegam aqui velhos e não são produtos garantidos alem de serem produto muito mais caros do que os preços praticados pelos horticultores do projeto.
O técnico agrícola responsável pela manutenção do projeto, deverá calcular os preços das hortaliças para ser bom para os horticultores, mas também para os consumidores da cidade.
Um projeto desses para vingar e ser útil para a comunidade deverá ser montado com toda a riqueza de detalhes.
Esse projeto deverá ser executado com todo critério, porque ele deverá ser uma mola para impulsioná-los na vida, para alcançarem a tão sonhada independência financeira. Esse tipo de projeto deverá ter toda atenção dos responsáveis pelo projeto: “Secretaria de Agricultura Municipal”, para correr atrás de todos os benefícios oferecidos pelos governos: Federal e Estadual para beneficiar os horticultores.
Esse projeto tem por objetivo alcançar a filosofia do governo federal, que é uma melhor distribuição de renda no país.
Terá que evitar a qualquer preço cair naquela do jeitinho brasileiro de se fazer tudo da maneira mais fácil, menos trabalhosa. Nós hoje vivemos na era do avanço da tecnologia, não dá para fazer lambanças. Por isso todos os projetos tentados até agora fracassaram.
Esse deverá ser para dar bons frutos, resolver de vez o problema financeiro das famílias envolvidas transformando-as em horticultores de forma definitiva. Não é para brincar de horticultores.
Para isso teremos que correr atrás de tudo que poderá beneficiar aquelas famílias.
Eu estarei atento para cobrar dos responsáveis pela execução do projeto.
N.B.: Esse país só irá desenvolver socialmente a partir do memento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
* mendonça_josegraldo@yahoo.com.br
O local apropriado para montar esse projeto é sem dúvida nenhuma aquelas áreas debaixo da rede de alta tensão da Cemig, que atravessa a cidade. O terreno ali é apropriado para cultivo de hortaliças e leguminosas.
Eu ouvi os proprietários das casas que ficam em frente aquelas áreas. A maioria gostou muito da idéia. Entretanto existem aqueles que são sempre contra. Alegam até medo das pessoas que irão trabalhar ali. Não tem cabimento uma coisa dessas. As pessoas que irão trabalhar ali serão pessoas carentes, mas isso não significa que serão pessoas desonestas. Isso é a falta de cidadania e responsabilidade social. A área que for usada para fazer o plantio de hortaliças com essas pessoas será toda cercada com tela e postes de cimento. A tela será presa em baixo de alicerce de concreto. Só existirá uma entrada de acesso para aquela área. Essa entrada terá um portão de 4 metros para a entrada de caminhões carregados de adubo orgânico, descarregarem ali.
Deverá ter uma área reservada para depósito de adubos orgânicos. Todo movimento de pessoal da área será por esse portão.
A área onde deverá começar com a implantação desta Horta Comunitária deverá ser aquele quarteirão que fica em frente às instalações da Polícia Rodoviária. O portão que fará o movimento da área deverá ficar em frete essas instalações da PM.
A prefeitura deverá fazer o loteamento da área dividindo-a em lotes de mais ou menos 1000 m2.
O loteamento deverá ter uma rua que dividirá aquela área em duas partes iguais. Essa rua deverá ligar com o portão, e servir de acesso a todos os lotes.
A área só terá uma ligação de água na rede da Copasa.
Essa ligação deverá ser junto ao portão, e se transformará em uma rede que deverá percorrer toda a rua, de onde sairão as ligações para todas as caixas de água que deverão ser instaladas no centro de cada lote. A caixa de água deverá ser uma manilha de cimento Zero 100. Toda caixa deverá ter um bóia para controlar a entrada de água e evitar desperdício. Toda caixa deverá ter uma tampa, um quadro de madeira coberto com tela fina para evitar a proliferação dos mosquitos da dengue. Feito o loteamento da área, e montado a planta, conhecido o número de lotes, deverá se dar o inicio a seleção das famílias que irão trabalhar no projeto. Então será feito o sorteio dos lotes entre as famílias escolhidas. Não será permitido que uma família selecionada e sorteada com seu lote garantido dentro da área, que ela venda o lote para outra pessoa cultivá-lo. Se isso ocorrer aquela família deverá ser afastada do projeto e o lote será ocupado por outra família escolhida pela direção do projeto.
A única construção permitida na área será uma cobertura rústica feita com madeira redonda de eucalipto tratado coberto de lona.
Essa construção não poderá ter nenhuma de suas paredes fechada, será apenas uma cobertura para os horticultores se abrigarem das chuvas.
Não será permitido a construção de ranchos ou outros similares dentro da área. A proteção das plantas só será permitida aquele tipo de túnel, cobertura individual de cada canteiro baixinho, com arco de arame grosso.
Para proteger as suas ferramentas, cada horticultor deverá receber uma caixa de madeira fornida de 2,20 X 40 X 50, que deverá ficar em cima de dois blocos de cimento 0,20.
Cada lote deverá ser demarcado com uma estaca de concreto em cada um dos seus quatro cantos. Entre os lotes deverá ser esticado um fio de arame liso para evitar contendas futuras entre os horticultores. Essas normas aqui relacionadas são com base na negociação feita por mim, quando foi feito a primeira tentativa de montagem deste projeto no governo de nosso saudoso Marão. Eu fui a BH credenciado por ele para negociar com Dr. Ruy Lage da Copasa e Sr Geraldo Santana da Cemig. O Dr. Ruy Lage garantiu água de graça para os horticultores desde que se respeitassem as normas. O horticultor só poderá molhar as suas plantas com regadores, aquele que usar mangueira para molhá-las, terá a sua entrada deágua cortada. Ele então terá que fazer uma entrada padrão, e pagará pela água usada.
Já o Sr. Geraldo Santana ficou muito entusiasmado com a idéia do projeto e até telefonou para o Marão na minha presença cumprimentando-o pela iniciativa. Porque o projeto protegerá aquelas áreas, assim no período das secas as torres não irão correr mais nenhum risco por causa dos fogos que grassam ali.
Naquela época a implementação deste projeto de hortas comunitárias não foi possível porque ficaria muito caro para que a prefeitura arcasse com tudo sozinha.
Mas hoje tudo mudou, já existe financiamento do Governo Federal: “ Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome”, para financiar totalmente um projeto desse em todo o território nacional.
Hoje já existe até uma lei que permite usar áreas urbanas com o fim agricultável, e a lei de agricultura urbana do Deputado Padre João PT.
Pra se ter uma idéia do que será preciso para montar um projeto desse cada horticultor receberá:
I-Um carrinho de mão, todo de ferro.
II-Um enxadão estreito.
III-Uma chibanca
IV-Uma pá bico redondo
V-Uma enxada média
VI-Um ancinho
VII-Dois regadores de plástico
VIII-Dois baldes de plástico de 10 litros
IX-Seis bandejas de isopor com furos para fazer as semeaduras das plantas
X-Uma peneira grossa
XI-Uma capa impermeável de chuva
XII-Uma caixa de madeira fornida de 2,20 X 40 X 50, ferrada com três cintas de ferro chato 2” X 1/8, com duas dobradiças fornidas de ferro e um suporte de cadeado de ferro tudo muito bem parafusado na caixa com parafusos de ¼ com porcas.
XIII-Um cadeado fornido, médio do tipo chave (IALE) com duas chaves.
XIV-Um pedaço de plástico para cobrir a caixa de ferramentas e protege-la das chuvas.
XV-Um metro de corrente de elos grandes e ferro redondo de ¼” para prender o carrinho no cadeado da caixa.
Cada família escolhida para trabalhar no sistema de Hortas Comunitárias deverá receber um salário mínimo por mês durante seis meses que é o período que as hortaliças estarão prontas para serem comercializadas.
A prefeitura será responsável ainda pelo fornecimento de todo adubo orgânico que será usado nas hortas pelos horticultores.
A prefeitura deverá ter ainda um caminhão para proporcionar o transporte dos horticultores com suas mercadorias para os pontos de venda.
A prefeitura deverá criar feira livre em pontos estratégicos localizados na cidade.
O salário que cada horticultor deverá receberá, será do FAT.
A prefeitura deverá construir o passeio em volta desta área a ser usada no projeto Hortas Comunitárias.
Quando a tentativa de implementação desse projeto no governo de Marão, eu fui encarregado de negociar com a Concreta. E o seu diretor na época, o Sr. Paulo Almeida, se comprometeu em fornecer o concreto gratuitamente para a prefeitura fazer os serviços de construção dos passeios. Hoje o Sr. Paulo Almeida já é falecido.
Naquela oportunidade o prefeito mandou que seu pessoal levantasse o tamanho da área a ser aproveitada pelo mesmo. O seu pessoal encontrou 24 alqueires (120 hectares), em toda a extensão da rede de alta tensão da Cemig, que atravessa a cidade.
Entretanto o aconselhável é começar de forma bem pequena, com um número entre 20 e 50 horticultores no primeiro ano. Depois com a experiência conseguida nesse primeiro projeto, expandir para outras áreas.
A prefeitura deverá contratar ainda um técnico agrícola para gerenciar o projeto. Esse técnico agrícola deverá permanecer todo o período de serviço, 6 horas por dia no local das hortas.
As sementes adquiridas com a verba federal para ser distribuída entre os horticultores, que virão em grandes embalagens, deverão ser divididas em embalagens de 30 gramas, para facilitar a distribuição entre os horticultores. A distribuição das sementes deverá ser feita pelo técnico agrícola responsável pela direção do projeto, porque ele é quem sabe da necessidade de cada um deles.
O técnico agrícola deverá controlar o plantio das hortaliças pelos horticultores para evitar que ocorra superprodução de uma espécie de hortaliça, porque quando ocorre abundância de um só produto, os preços caiem e é prejuízo para os horticultores.
Ele deve orientar os horticultores para plantarem pequenas quantidades de cada variedade para se ter todo dia as hortaliças para vender.
Eu montei os modelos de livros que serão distribuídos aos horticultores, e ao técnico agrícola. O livro do técnico agrícola ensina como fazer o controle de produção das hortaliças. Como a produção de hortaliças no projeto será orgânica, sem uso de produtos químicos e agrotóxicos, as pessoas irão ao local das para adquirir as hortaliças para o consumo de suas famílias, porque além de ser produtos orgânicos, serão também novinhos colhidos na hora. Não serão como os dos sacolões que são produtos que vêem de longe, por isso colhidos ainda verdes, e já chegam aqui velhos e não são produtos garantidos alem de serem produto muito mais caros do que os preços praticados pelos horticultores do projeto.
O técnico agrícola responsável pela manutenção do projeto, deverá calcular os preços das hortaliças para ser bom para os horticultores, mas também para os consumidores da cidade.
Um projeto desses para vingar e ser útil para a comunidade deverá ser montado com toda a riqueza de detalhes.
Esse projeto deverá ser executado com todo critério, porque ele deverá ser uma mola para impulsioná-los na vida, para alcançarem a tão sonhada independência financeira. Esse tipo de projeto deverá ter toda atenção dos responsáveis pelo projeto: “Secretaria de Agricultura Municipal”, para correr atrás de todos os benefícios oferecidos pelos governos: Federal e Estadual para beneficiar os horticultores.
Esse projeto tem por objetivo alcançar a filosofia do governo federal, que é uma melhor distribuição de renda no país.
Terá que evitar a qualquer preço cair naquela do jeitinho brasileiro de se fazer tudo da maneira mais fácil, menos trabalhosa. Nós hoje vivemos na era do avanço da tecnologia, não dá para fazer lambanças. Por isso todos os projetos tentados até agora fracassaram.
Esse deverá ser para dar bons frutos, resolver de vez o problema financeiro das famílias envolvidas transformando-as em horticultores de forma definitiva. Não é para brincar de horticultores.
Para isso teremos que correr atrás de tudo que poderá beneficiar aquelas famílias.
Eu estarei atento para cobrar dos responsáveis pela execução do projeto.
N.B.: Esse país só irá desenvolver socialmente a partir do memento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
* mendonça_josegraldo@yahoo.com.br
Piscicultura Social
José Geraldo Mendonça*
É muito importante e gratificante ver atitude como aquela tomada pelo vereador Athos Mameluque em defesa do Interlagos. Não se pode aceitar que uma obra realizada por um prefeito seja por tanto tempo abandonada pelos seus sucessores.
Aquele lago hoje existente ali faz parte de um projeto ainda maior do nosso saudoso Antônio Lafetá Rebelo. O projeto previa a construção ali de três lagos. Esses lagos seriam alimentado pela tutora do Rio dos Porcos que o prefeito Toninho Rebelo havia recebido da EFCB, quando a empresa construiu poços tubulares em seu pátio para suprir a demanda de água em seus serviços.
Como a Copasa não havia construído ainda o sistema de água do Juramento, o prefeito emprestou a tutora para a Copasa.
O mandado de Toninho acabou sem que a Copasa terminasse a construção do sistema. Com isso a obra ficou incompleta.
É uma lastima ver aquilo ali abandonado a tanto tempo, desde então.
O prefeito de uma cidade é na realidade um servidor público como todos aqueles que trabalham na prefeitura, só que ele teve o privilégio de ter sido escolhido pelo povo que o elegeu para comanda a administração da nossa cidade e como tal ele tem a obrigação de cuidar bem de tudo que é de interesse da cidade e da população.
Não é concebível que um prefeito abandone as obras de seus antecessores, só porque não foi ele que fez aquela obra. As obras feitas por um prefeito passam a ser e a fazer parte integrante da cidade. Como administrador da cidade ele tem obrigação de cuidar de toda a cidade e de todo o município e zona rural. Como tal não pode ser aceitável aquilo que foi feito com o Parque Sapucaia, o Mocão e muitos outros que foram abandonados pelos nossos últimos prefeitos. O Dr. Luis Tadeu leite poderá abandonar essa regra perversa de nossos prefeitos e concluir totalmente o complexo de Interlagos; construindo inclusive os outros dois lagos que fazem parte daquele projeto, ainda que seja reformulado para atender as necessidades atuais que já são outras.
Construir ali um complexo turísticos que será importantíssimo para uma cidade importante por ser “Pólo”, como é a nossa.
Entretanto poderá adicionar aquele projeto que tenho certeza será fabuloso uma piscicultura social. Para isso construir rede de esgoto coletando o esgoto total daquela região e levando-o para a estação de tratamento, deixando os lagos limpos, isentos de todo tipo de esgoto. Bombardear as águas daquele lago que já existe com toneladas de pedras de cal virgem, para limpa-lo do esgoto que recebeu durante todos esses anos desde sua construção, que foi feito pelo Toninho naquela lagoa dos patos que ficou dentro do parque ele construiu para purificar completamente aquelas águas. Ou então usar uns processos mais modernos, desde que as águas dali fiquem completamente limpas. Colocar naquelas águas milhares de alevinos de Tilapias, e outros. Montar um projeto de alimentação daqueles peixes, com rações apropriadas, que deverá ser fornecida por uma empresa local, a exemplo do que ocorre com o projeto de psicultura social de BH que funciona na região de Barreiro-Ibirité.
Mas fazer tudo direito. Colocar alevinos, alimenta-los para que no período adequado, se faça a pescaria e os peixes sejam distribuídos aos pobres gratuitamente.
Mas que seja um sistema de psicultura social sem miséria, de sorte a não impedir nem proibir que pessoas possam pescar de anzol nos lagos, nos finais de semana e mesmo nos finais de tarde levando um alimento saudável e rico em proteínas para suas famílias.
O que significa dar ao projeto de psicultura social o verdadeiro sentido de social.
O importante também é não esquecer de dotar aquele local de todo o aparato arquitetônico para dar-lhe o status de complexo turístico.
Eu tive oportunidade de vez o projeto na administração de Toninho, é lindíssimo. Os arquivos da prefeitura deverá ter o projeto.
Reformula-lo se for o caso porque tudo ali mudou muito desde então já está quase todo ocupado com milhares de construções de casas. Mas deveria ser concluído aquele projeto totalmente, até mesmo em respeito a memória do nosso saudoso Antonio Lafetá Rebelo, que amava muito essa nossa terra das famílias.
-
* josegmendonca@gmail.com
É muito importante e gratificante ver atitude como aquela tomada pelo vereador Athos Mameluque em defesa do Interlagos. Não se pode aceitar que uma obra realizada por um prefeito seja por tanto tempo abandonada pelos seus sucessores.
Aquele lago hoje existente ali faz parte de um projeto ainda maior do nosso saudoso Antônio Lafetá Rebelo. O projeto previa a construção ali de três lagos. Esses lagos seriam alimentado pela tutora do Rio dos Porcos que o prefeito Toninho Rebelo havia recebido da EFCB, quando a empresa construiu poços tubulares em seu pátio para suprir a demanda de água em seus serviços.
Como a Copasa não havia construído ainda o sistema de água do Juramento, o prefeito emprestou a tutora para a Copasa.
O mandado de Toninho acabou sem que a Copasa terminasse a construção do sistema. Com isso a obra ficou incompleta.
É uma lastima ver aquilo ali abandonado a tanto tempo, desde então.
O prefeito de uma cidade é na realidade um servidor público como todos aqueles que trabalham na prefeitura, só que ele teve o privilégio de ter sido escolhido pelo povo que o elegeu para comanda a administração da nossa cidade e como tal ele tem a obrigação de cuidar bem de tudo que é de interesse da cidade e da população.
Não é concebível que um prefeito abandone as obras de seus antecessores, só porque não foi ele que fez aquela obra. As obras feitas por um prefeito passam a ser e a fazer parte integrante da cidade. Como administrador da cidade ele tem obrigação de cuidar de toda a cidade e de todo o município e zona rural. Como tal não pode ser aceitável aquilo que foi feito com o Parque Sapucaia, o Mocão e muitos outros que foram abandonados pelos nossos últimos prefeitos. O Dr. Luis Tadeu leite poderá abandonar essa regra perversa de nossos prefeitos e concluir totalmente o complexo de Interlagos; construindo inclusive os outros dois lagos que fazem parte daquele projeto, ainda que seja reformulado para atender as necessidades atuais que já são outras.
Construir ali um complexo turísticos que será importantíssimo para uma cidade importante por ser “Pólo”, como é a nossa.
Entretanto poderá adicionar aquele projeto que tenho certeza será fabuloso uma piscicultura social. Para isso construir rede de esgoto coletando o esgoto total daquela região e levando-o para a estação de tratamento, deixando os lagos limpos, isentos de todo tipo de esgoto. Bombardear as águas daquele lago que já existe com toneladas de pedras de cal virgem, para limpa-lo do esgoto que recebeu durante todos esses anos desde sua construção, que foi feito pelo Toninho naquela lagoa dos patos que ficou dentro do parque ele construiu para purificar completamente aquelas águas. Ou então usar uns processos mais modernos, desde que as águas dali fiquem completamente limpas. Colocar naquelas águas milhares de alevinos de Tilapias, e outros. Montar um projeto de alimentação daqueles peixes, com rações apropriadas, que deverá ser fornecida por uma empresa local, a exemplo do que ocorre com o projeto de psicultura social de BH que funciona na região de Barreiro-Ibirité.
Mas fazer tudo direito. Colocar alevinos, alimenta-los para que no período adequado, se faça a pescaria e os peixes sejam distribuídos aos pobres gratuitamente.
Mas que seja um sistema de psicultura social sem miséria, de sorte a não impedir nem proibir que pessoas possam pescar de anzol nos lagos, nos finais de semana e mesmo nos finais de tarde levando um alimento saudável e rico em proteínas para suas famílias.
O que significa dar ao projeto de psicultura social o verdadeiro sentido de social.
O importante também é não esquecer de dotar aquele local de todo o aparato arquitetônico para dar-lhe o status de complexo turístico.
Eu tive oportunidade de vez o projeto na administração de Toninho, é lindíssimo. Os arquivos da prefeitura deverá ter o projeto.
Reformula-lo se for o caso porque tudo ali mudou muito desde então já está quase todo ocupado com milhares de construções de casas. Mas deveria ser concluído aquele projeto totalmente, até mesmo em respeito a memória do nosso saudoso Antonio Lafetá Rebelo, que amava muito essa nossa terra das famílias.
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* josegmendonca@gmail.com
Mercado Municipal
José Geraldo Mendonça*
Eu tenho como hábito, ir todos os sábados fazer compras no Mercado Municipal. Lá se encontra coisas que não estão à venda nos sacolões e supermercados como: Beiju de goma, beiju de farinha de milho, rapaduras, batidas, farinha, goma, frutas silvestres, frutas regionais, fubá de moinho de pedra, etc.
O nosso mercado hoje está invadido pelos negociantes-atravessadores, quase não se encontra mais os produtores rurais, aquele pessoal das roças.
Antigamente naquele mercado que havia onde hoje fica o Shopping- Popular, só havia produtores das roças vendendo seus produtos.
O mercado enchia de balaios e bruacas com os produtos trazidos das roças.
Eu desde menino ia ao mercado com a minha mãe ajuda-la nas compras. Como as pessoas que vendiam seus produtos no mercado, eram as mesmas todo sábado, a gente acabava conhecendo quase todos. A gente sabia, por exemplo, quem vendia a melhor farinha e goma do morro alto, a melhor rapadura da serra de Santa Rosa de Lima, quem produzia a melhor banana da serra de Bocaiúva, e assim por diante. Personagens que a gente não esquece como: Da. Mariquinha do boi de carro, o Sr. Zé Capoeira lá do São Lamberto, Da. Tatal com suas bananas prata, lá das aboboras. O conhecimento que a gente adquiria com todas aquelas pessoas era tanto que vários deles, quando vinha no sábado já trazia as coisas que a gente encomendava e entregava na casa da gente, como: os caranguejos de mangarito e cará, além das limas enormes do Sr. Zé Capoeira. Agora tudo mudou. O mercado hoje está ocupado pelos comerciantes atravessadores. Tudo bem, só que eles majoram os preços de tudo. Nesse último sábado mesmo quando fui comprar o feijão verde, lá dentro no comerciante o pacote custava R$ 4,00 enquanto lá fora para onde foi jogado o produtor rural, o pacote custava R$ 2,00 metade do preço.
Tudo bem que o mercado seja hoje ocupado pelos comerciantes-atravessadores.
Cada um precisa ter o seu espaço. Mas é preciso voltar a ter um espaço reservado só para os produtores rurais. Mas como fazer se o espaço já está pequeno e todo ocupado? É só usar a criatividade, cobrindo o leito do Rio Vieira que passa pelo local. Fazendo ali o estacionamento, desocupando aquele local onde hoje é usado como estacionamento para ser ocupado pelos produtores rurais. Não é preciso cobrir aquela área do estacionamento para ser usado pelos produtores. Basta mandar fabricar bancas como aquelas usadas nas feiras livres. Mas fabricar todas padronizadas coberturas individual de cada barraca, com o mesmo tipo de lona e a mesma cor. Não é uma coisa cara. O importante, porém é que essa nova área seja usada apenas por produtor rural. Não seja permitida presença de revendedor nesse novo local. Assim dentro do mercado fica só para revendedores, enquanto que nessa nova área será só para o produtor. Outro detalhe importante é que não se deve nem pode cobrar taxa do produtor. É preciso usar a cabeça e oferecer todo tipo de vantagem para o produtor voltar a vender seus produtos no mercado. Entre os incentivos a prefeitura deverá adquirir frota de caminhões “Missangueiro” que é um tipo de condução que tem autorização do “Detran” para transportar os produtores rurais e seus produtos para os pontos de comercialização e de volta a seus lares. Fazer isso sem cobrar nada do produtor. Fazer isso tudo para que o mercado tenha cada dia mais fartura de produtos para os consumidores da cidade comprar.
Outro detalhe importante é que a prefeitura modifique esse atual sistema de transporte urbano. É preciso que todos os moradores de todos os bairros da cidade possam ter acesso ao mercado municipal. Do jeito que está funcionando hoje, só os ônibus 22 e o 141 da Alprino e Transmoc e outros dois das mesmas empresas é que vão até lá no mercado. Quando for corrigido esse detalhe do transporte o mercado terá um número muito maior de consumidores. E isso é bom para os comerciantes e produtores rurais, mas também é muito bom para os consumidores. É preciso também tomar medidas importantes dentro do mercado.
O vereador Raimundo do INSS já até denunciou da tribuna, o grande numero de bêbados, e drogados perambulando por aquele local e mesmo dormindo pelos cantos e nos bancos do abrigo dos ônibus. O detalhe é que cada dia o número de menores fazendo uso de bebidas e drogas infestam o local. O resultado disso é que o número de furtos e roubos ali dentro cresceu demais, principalmente de nós os velhos. Eu fui roubado duas vezes nesses últimos dias. Em um dos assaltos levaram até minha bengala, porque era uma peça muito bonita, toda de madeira preta (âmago de Tapicurú) com a cabeça revestida de prata com as inicias APD. Como eu tenho dificuldade de andar sem a bengala, foi preciso telefonar chamando um táxi para me levar para a casa. Na hora dos assaltos eu não tive para quem pedir ajuda.
É preciso que a prefeitura marque sua presença ali dentro, colocando ali uma unidade da secretaria de ação social, guarda municipal, juizado do Menor, para coibir aquele estado de coisas que ocorre ali com as pessoas que estão comprando no local. O número de trombadinha ali dentro é hoje muito grande. Lá existe escritório da administração, mas quando fui procurar ajuda encontrei o local vazio. Ai uma pessoa me mostrou os funcionários responsáveis da administração sentados em cadeiras ao redor de uma mesa jogando dama.
Será que eles estão sendo pagos é para isso?
O mercado está muito sujo, não recebe uma reforma a bem tempo. Pintar o prédio por fora para dizer que está arrumado, é uma furada. O piso está muito estragado, pois o movimento ali dentro é muito grande. É preciso lembrar que o mercado hoje, é um dos principais pontos turísticos da cidade, o turismo de negócio. As pessoas de fora vão ali comprar os produtos regionais, por isso mesmo aquele local deveria ser mais bem olhado e melhor cuidado pela administração do novo prefeito. Começar colocando ali como administrador uma pessoa inteligente e que saiba o valor do mercado para que cuide daquilo ali com todo carinho, usando a cabeça para melhorar cada dia mais aquele espaço. Outra coisa importante são aqueles shows, que acontecem ali aos sábados. Colocar um diretor artístico para cuidar só dos shows. Explorar mais as modas de viola, que é um tema que agrada mais ao grande público. Poderá variar, isso é bom, mas com bastante criatividade e bom senso.
O Mercado Municipal precisa de receber da nova administração uma atenção especial, pois o local merece. As administrações anteriores só se preocupavam em arrecadar cada dia mais, esquecendo que a função da prefeitura não é ganhar dinheiro com os bens públicos. A prefeitura tem como função levar o maior número de benefício possível a população da cidade. É essa a função do administrador da cidade.
A turma que curte passar a manhã de sábado no mercado, para saborear a feijoada de Sérgia agradece.
*mendonça_josegeraldo@yahoo.com.br
Eu tenho como hábito, ir todos os sábados fazer compras no Mercado Municipal. Lá se encontra coisas que não estão à venda nos sacolões e supermercados como: Beiju de goma, beiju de farinha de milho, rapaduras, batidas, farinha, goma, frutas silvestres, frutas regionais, fubá de moinho de pedra, etc.
O nosso mercado hoje está invadido pelos negociantes-atravessadores, quase não se encontra mais os produtores rurais, aquele pessoal das roças.
Antigamente naquele mercado que havia onde hoje fica o Shopping- Popular, só havia produtores das roças vendendo seus produtos.
O mercado enchia de balaios e bruacas com os produtos trazidos das roças.
Eu desde menino ia ao mercado com a minha mãe ajuda-la nas compras. Como as pessoas que vendiam seus produtos no mercado, eram as mesmas todo sábado, a gente acabava conhecendo quase todos. A gente sabia, por exemplo, quem vendia a melhor farinha e goma do morro alto, a melhor rapadura da serra de Santa Rosa de Lima, quem produzia a melhor banana da serra de Bocaiúva, e assim por diante. Personagens que a gente não esquece como: Da. Mariquinha do boi de carro, o Sr. Zé Capoeira lá do São Lamberto, Da. Tatal com suas bananas prata, lá das aboboras. O conhecimento que a gente adquiria com todas aquelas pessoas era tanto que vários deles, quando vinha no sábado já trazia as coisas que a gente encomendava e entregava na casa da gente, como: os caranguejos de mangarito e cará, além das limas enormes do Sr. Zé Capoeira. Agora tudo mudou. O mercado hoje está ocupado pelos comerciantes atravessadores. Tudo bem, só que eles majoram os preços de tudo. Nesse último sábado mesmo quando fui comprar o feijão verde, lá dentro no comerciante o pacote custava R$ 4,00 enquanto lá fora para onde foi jogado o produtor rural, o pacote custava R$ 2,00 metade do preço.
Tudo bem que o mercado seja hoje ocupado pelos comerciantes-atravessadores.
Cada um precisa ter o seu espaço. Mas é preciso voltar a ter um espaço reservado só para os produtores rurais. Mas como fazer se o espaço já está pequeno e todo ocupado? É só usar a criatividade, cobrindo o leito do Rio Vieira que passa pelo local. Fazendo ali o estacionamento, desocupando aquele local onde hoje é usado como estacionamento para ser ocupado pelos produtores rurais. Não é preciso cobrir aquela área do estacionamento para ser usado pelos produtores. Basta mandar fabricar bancas como aquelas usadas nas feiras livres. Mas fabricar todas padronizadas coberturas individual de cada barraca, com o mesmo tipo de lona e a mesma cor. Não é uma coisa cara. O importante, porém é que essa nova área seja usada apenas por produtor rural. Não seja permitida presença de revendedor nesse novo local. Assim dentro do mercado fica só para revendedores, enquanto que nessa nova área será só para o produtor. Outro detalhe importante é que não se deve nem pode cobrar taxa do produtor. É preciso usar a cabeça e oferecer todo tipo de vantagem para o produtor voltar a vender seus produtos no mercado. Entre os incentivos a prefeitura deverá adquirir frota de caminhões “Missangueiro” que é um tipo de condução que tem autorização do “Detran” para transportar os produtores rurais e seus produtos para os pontos de comercialização e de volta a seus lares. Fazer isso sem cobrar nada do produtor. Fazer isso tudo para que o mercado tenha cada dia mais fartura de produtos para os consumidores da cidade comprar.
Outro detalhe importante é que a prefeitura modifique esse atual sistema de transporte urbano. É preciso que todos os moradores de todos os bairros da cidade possam ter acesso ao mercado municipal. Do jeito que está funcionando hoje, só os ônibus 22 e o 141 da Alprino e Transmoc e outros dois das mesmas empresas é que vão até lá no mercado. Quando for corrigido esse detalhe do transporte o mercado terá um número muito maior de consumidores. E isso é bom para os comerciantes e produtores rurais, mas também é muito bom para os consumidores. É preciso também tomar medidas importantes dentro do mercado.
O vereador Raimundo do INSS já até denunciou da tribuna, o grande numero de bêbados, e drogados perambulando por aquele local e mesmo dormindo pelos cantos e nos bancos do abrigo dos ônibus. O detalhe é que cada dia o número de menores fazendo uso de bebidas e drogas infestam o local. O resultado disso é que o número de furtos e roubos ali dentro cresceu demais, principalmente de nós os velhos. Eu fui roubado duas vezes nesses últimos dias. Em um dos assaltos levaram até minha bengala, porque era uma peça muito bonita, toda de madeira preta (âmago de Tapicurú) com a cabeça revestida de prata com as inicias APD. Como eu tenho dificuldade de andar sem a bengala, foi preciso telefonar chamando um táxi para me levar para a casa. Na hora dos assaltos eu não tive para quem pedir ajuda.
É preciso que a prefeitura marque sua presença ali dentro, colocando ali uma unidade da secretaria de ação social, guarda municipal, juizado do Menor, para coibir aquele estado de coisas que ocorre ali com as pessoas que estão comprando no local. O número de trombadinha ali dentro é hoje muito grande. Lá existe escritório da administração, mas quando fui procurar ajuda encontrei o local vazio. Ai uma pessoa me mostrou os funcionários responsáveis da administração sentados em cadeiras ao redor de uma mesa jogando dama.
Será que eles estão sendo pagos é para isso?
O mercado está muito sujo, não recebe uma reforma a bem tempo. Pintar o prédio por fora para dizer que está arrumado, é uma furada. O piso está muito estragado, pois o movimento ali dentro é muito grande. É preciso lembrar que o mercado hoje, é um dos principais pontos turísticos da cidade, o turismo de negócio. As pessoas de fora vão ali comprar os produtos regionais, por isso mesmo aquele local deveria ser mais bem olhado e melhor cuidado pela administração do novo prefeito. Começar colocando ali como administrador uma pessoa inteligente e que saiba o valor do mercado para que cuide daquilo ali com todo carinho, usando a cabeça para melhorar cada dia mais aquele espaço. Outra coisa importante são aqueles shows, que acontecem ali aos sábados. Colocar um diretor artístico para cuidar só dos shows. Explorar mais as modas de viola, que é um tema que agrada mais ao grande público. Poderá variar, isso é bom, mas com bastante criatividade e bom senso.
O Mercado Municipal precisa de receber da nova administração uma atenção especial, pois o local merece. As administrações anteriores só se preocupavam em arrecadar cada dia mais, esquecendo que a função da prefeitura não é ganhar dinheiro com os bens públicos. A prefeitura tem como função levar o maior número de benefício possível a população da cidade. É essa a função do administrador da cidade.
A turma que curte passar a manhã de sábado no mercado, para saborear a feijoada de Sérgia agradece.
*mendonça_josegeraldo@yahoo.com.br
Histórias na rede
A muito tempo que eu gostaria de tornar públicos alguns contos e histórias que escrevi, alguns verdadeiros outros, nem tanto... tudo sempre tem uma pitada de imaginação mas também uma boa inspiração em algo ou alguém que realmente existiu e agora com a ajuda de meu filho Jr e minha neta Lívia posso colocar diretamente da minha rede na sala onde escrevo meus contos para a net, a "rede" onde todos podem lê-los.
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