* José Geraldo Mendonça
Quando Antônio de Souza explorava a chapada Diamantina, ele localizou várias áreas onde poderia montar algumas fazendas para produzir alimentos para alimentar o seu pessoal. Ele então decidiu montar umas fazendas na região.
Para isso ele mandou no seu lugar-tenente Elpídio à colônia portuguesa de Celta, norte da África, conquistada em 1415, para contratar pessoal para trabalhar em suas fazendas. Ele então veio a Cabrália com o seu amigo Elpídio. Ali ele contratou navios dos Corsários Holandeses os carreteiros do mar para efetuar as viagens para ele. Além dos operários o Elpídio teria que comprar outros itens para se montar as fazendas como animais, etc.
Na viagem o Elpídio levou com ele grande quantidade de ouro e diamantes para usar como moeda nas operações. Em Celta o Elpídio procurou um velho amigo de ambos que o ajudou a conseguir um local para se hospedar. Ele se hospedou com uma família lá de Celta, gente muito abastada que era de inteira confiança, desse seu amigo. É que o Elpídio tinha com ele uma fabulosa fortuna em ouro e diamantes que ele usaria para negociar com os comerciantes locais.
O seu novo amigo e hospedeiro ajudou-o a contatar e selecionar as 326 famílias de negros necessárias para a montagem das fazendas da Chapada. Teriam que ser agricultores experimentados, e pastores de animais. Concluindo essa etapa, ele partiu para comprar os animais. Foi uma tarefa árdua, pois ele queria uma quantidade de animais que só era possível conseguir comprando de várias fontes produtoras. Mesmo assim ele conseguiu comprar 50 navios de bovinos. Para acomodar os animais no porto, e fazer o embarque dos mesmos, foi preciso construir currais e embarcadouro. Pois ali nunca havia exportado animais. Comprou também 10 navios de suínos. 10 navios de caprinos e ovinos. Outros de animais como jumentos, galinhas, patos, marrecos, galinha de Angola (cocá), cavalos e éguas.
Passou então para a compra de sementes de: arroz, feijão de corda, esse até hoje largamente cultivado em todo o nordeste. De algodão: ele comprou o algodão rim de boi, assim chamado porque a sua semente tem o mesmo formato de um rim de boi, e o crioulo, que tem a sua semente preta, pequena, e sem lã. A semente de mamona para os negros produzirem o azeite para as suas lamparinas. E finalmente a cana-de-açúcar.
Só que quando ele viu a cana de açúcar em um engenho das proximidades de Celta, ele pode ver quanta coisa mais ele precisava comprar. Aí ele encomendou a um fabricante um engenho de cana, de madeira, mais demonstrado para facilitar o transporte do mesmo para a Chapada, comprou um carro de boi também desmontado, e aí foi preciso comprar três juntas de bois amestrados, com os seus arreios para tocar tanto o engenho como o carro de bois.
Aí veio a parte mais difícil a aquisição dos grandes tachos de cobre, para o fabrico da rapadura e o açúcar mascavo.
Os fabricantes de tachos de cobre eram pessoais nômades que viviam sempre viajando, de lugar em lugar. Ele teve que viajar por vários lugares para conseguir comprar a quantidade de tachos que ele queria. Foi bom porque ele acabou conhecendo outras vasilhas fabricadas por muitos deles como o alambique de cobre para a fabricação da água ardente, e várias outras vasilhas de uso para as cozinhas das casas, como tachos pequenos, panelas, caçarolas, pratos, copos, colheres e garfos, assim como facas de vários tamanhos. Foi uma jornada árdua, mais ele conseguiu comprar muitas coisas. Dinheiro não faltava, pois o material que ele havia levado com ele era muito valioso. Aí ele teve que contratar mais 36 famílias de especialistas em fabricar açúcar mascavo e água ardente.
Essa jornada de Elpídio em Celta durou 11 meses. Nesse período a ajuda dos seus amigos e hospedeiros foi muito importante para ele. Porque facilitou para ele contatar os negociantes dos diversos ramos porque os seus amigos eram pessoas influentes em toda a Colônia de Celta e vizinhança.
Aconteceu, porém que nesse período que ele ficou hospedado com o casal de Celta, ele acabou perdidamente apaixonado pela bela Samira, filha do seu hospedeiro.
O casal fez o maior gosto com a união dos dois. Pois o Elpídio era um homem forte, de muito boa aparência, e, além disso, educado e rico. A Samira era uma bela moça, e muito prendada.
Quando o Elpídio terminou a sua missão em Celta, chegou a hora de voltar à Chapada.
Aí o casal que o havia hospedado durante esses 11 meses para ficar perto da filha única e querida, ele resolveu, vender tudo lá e viajar com o Elpídio e a Samira para o Brasil. Eles vieram em um dos últimos barcos fretado por eles.
Quando o Elpídio chegou à Chapada o Antônio de Souza já havia montado 40 fazendas com o pessoal que ele havia mandado. Estava naquela fase final de construção dessas suas 40 fazendas: casas, currais, apriscos, chiqueiros, igrejas e casas de engenho. O engenho e o carro de bois que ele comprou estavam servindo de modelo para os seus carpinteiros fabricarem outras para se montar um em cada fazenda.
Os carpinteiros de Antônio de Souza inovaram, fabricaram outros engenhos tocado a água aproveitando a fartura de água da Chapada.
Os carros de bois fabricados pelo modelo que ele havia trazido era um carro quadrado, leve e de se puxar com uma única junta de bois. Os carpinteiros de Antônio de Souza criaram então um modelo comprido que permitia transportar madeiras compridas, e que deveria ser puxadas por 3,4 ou mais juntas de bois iguais aos que ainda hoje rodam na nossa zona rural. Para acomodar a família da esposa de seu amigo. O Antônio de Souza construiu uma outra fazenda, a Boninal.
Essa fazenda Boninal acabou se transformando na fazenda mais importante da Chapada. O seu canavial era muitas vezes maior do que os das outras fazendas. A casa do engenho tinha um engenho tocado a água e outro tocado a bois.
Tinha oito tachos acentados nas fornalhas, e ainda três alambiques.
Era a maior fábrica de açúcar mascavo e água ardente da Chapada.
Ali também estava montada a maior e mais organizada carpintaria.
Ali eram fabricados engenhos, carros de bois, e também as tinas e os tonéis para o armazenamento e embalagem da água ardente.
Por tudo isso a Boninal era uma verdadeira cidade, pois cada família tinha a sua própria casa. E mesmo o número de famílias morando ali era muito maior, pois o sogro de Elpídio voltou a Celta, duas vezes para conseguir mais ferramentas, material e operários especializados.
Elpídio construiu uma casa para a sua família em Lençóis. Até construir a sua casa ele esteve morando com o Antônio de Souza em sua casa, onde já morava antes de se casar.
De Lençóis a Boninal, era uma pequena distância, por isso era fácil para o casal está sempre com seus sogros lá na Boninal. O seu sogro era um excelente empresário, organizado, atento a tudo e de muita visão. E ele a cada dia ficava mais apaixonado pelo Brasil.
Aí nasceu a filha do casal, Elpídio e Samira. Uma menina forte e linda. Ela puxou mais as características do pai. Tinha pele clara, olhos verdes e cabelos castanhos e bons, igual ao do pai.
O Antônio de Souza batizou a pequena Maria Rosa, estreitando ainda mais os laços de amizade com o amigo. E foi sempre assim a pequena Maria Rosa tinha uma estreita relação com o poderoso Antônio de Souza. Ele tinha sempre um carinho muito grande por ela. Ele contratou professores na Europa a preço de ouro para vir dar aulas para ela, ensinando-a inclusive, o inglês e o francês.
Ele contratou um maestro da cidade de Florença, para ensinar música e ensina-la a tocar violino.
Ela era tratada por todos como uma princesa. Entretanto ela sentia muito a ausência de uma pessoa da sua idade, com quem pudesse compartilhar as suas confidências.
Então conseguiu com seu padrinho que o seu curso fosse partilhado com outras moças da sua idade.
O Antônio de Souza fazia todos os seus caprichos. Convidou então algumas jovens para partilhar com ela no curso de música. Ele adquiriu mais instrumentos para que as outras jovens pudessem aprender tocar. E foi assim que o maestro Honório organizou uma turma muito boa de meninas, com violinos, flautas e cravo. Para abrilhantar algumas apresentações públicas, que ele organizava, ele organizou também um coral com 30 jovens. E assim conseguiu que a Maria Rosa tivesse entre elas as amigas que ela tanto sonhava. Ela era alegre, vibrante, cheia de energia. Estava sempre cantarolando ou dando risada. E foi sempre assim.
Ela era uma criança maravilhosa. Quando ela era adolescente a senhora sua mãe veio a falecer. Mesmo com o seu pai viúvo, eles continuaram morando na mesma casa. O seu pai era o administrador geral do seu padrinho, por isso mesmo, estava sempre viajando. O seu padrinho dava para ela a maior assistência.
E assim ela cresceu. Nas missas da padroeira elas tocavam e cantavam durante as celebrações abrilhantando as solenidades religiosas. Quando ela completou os seus 18 anos o padrinho ofereceu a ela como presentes uma viagem à Europa. Ela aceitou desde que ele a levasse. E foi assim que ela conheceu a Europa. O seu padrinho levou-a a visitar as principais cidades da Europa. Ela visitou Londres, Madri, Paris e Roma, a cidade eterna.
Em Paris, a cidade Luz, ela visitou museus, teatros e aquilo que ela mais queria livrarias. Ele adquiriu para elas centenas de livros de romances, os mais famosos da época. Ele comprou para ela, vestidos caros, jóias de grande valor, sapatos, bolsas, enfim, tudo que ela via e gostava ou achava bonito. Foi uma viagem inesquecível, tanto que nasceu ai um romance entre eles. Ela se surpreendeu completamente apaixonada pelo “seu Antônio”. Ele ficou deslumbrado com aquele mundo de carinho que ela passou a dedicar a ele. Antes de voltar ao Brasil, eles foram ainda a Amsterdã, pois era com os holandeses que ele tinha as maiores relações de negócio.
Lá em Amsterdã, ele comprou para ela, todas as mobílias, no estilo mais moderno e requintado, para a sua casa em Lençóis.
De volta ao Brasil, entretanto eles continuaram como dantes. Muito amigos, mais ela continuou morando com o pai. Só que de vez em quando, de uma forma bem discreta, ela dava uma fugida a casa dele para desfrutar dos seus carinhos. Ela era muito discreta e cuidadosa. Mesmo assim o seu pai acabou descobrindo.
Só que ao invés de brigar com ela, ele aprovou inteiramente o romance deles.
Nessa época os soldados do exército português de D. João III, foram até a chapada para destruí-lo. Só que avisado que ele foi por um dos homens que trabalhava como batedor dos militares em Grão Mogol, ele pôde armar uma armadilha para eles, na serra das leiras, onde 113 soldados morreram na emboscada.
Com aquela derrota fragorosa dos soldados frente aos jagunços de Antônio de Souza, os que sobreviveram, voltaram correndo para o forte em Grão Mogol.
A notícia da derrota dos soldados correu como um rastilho de pólvora.
Assim em poucos dias Lençóis encheu de garimpeiros de vários lugares, para cumprimentar o Rei da Chapada Diamantina e festejar com ele aquela vitória importante. Porque os soldados até então tinham destruído dezenas de acampamentos de mineração, com a morte de centenas de garimpeiros. Aí eles aproveitaram a ocasião para negociar com ele a sua ida para a Bucania, para ficar próximo ao forte dos soldados para controlá-los e impedir que eles continuassem destruindo os acampamentos de mineração que ainda existia. Depois de muita negociação, eles chegaram a um acordo. Cada dono de acampamento ali presente, 31 cederia cinco jagunços dos seus para montar um exército para o Antônio de Souza enfrentar os soldados. Mais o que fez o homem aceitar a proposta, era que todo fim de mês, cada dono de acampamento mandaria para ele na Bucania 10% de tudo que era produzido no seu acampamento de mineração. Como ele era muito ambicioso aceitou. Assim foi que o Rei da Chapada Diamantina veio parar em Grão Mogol. A Chapada era toda dele. E tudo estava devidamente organizado. Cada lugar: fazenda ou acampamento de mineração tinha o seu encarregado.
Os lotes de burros tinham o comando dos tropeiros. Por isso ele tinha certeza que tudo continuaria funcionando corretamente, com o seu afastamento por alguns tempos. A confiança que tinha que tudo continuaria como sempre foi tanto que ele acabou levando com o seu amigo Elpídio. Como a Samira, mãe de Maria Rosa havia morrido, ela acabou indo para a fazenda de seus avós. Lá ela teria com certeza a segurança e conforto que ela iria precisar.
Os seus avós a adoravam e a fazenda era como uma cidade igual até mesmo com Lençóis. Só que lá na fazenda ela poderia contar com a companhia de vários jovens de sua idade filhos das famílias que o seu avô havia trazido de Celta.
Ela sabia que ela iria ficar ali por pouco tempo. É que o Antônio de Souza ao despedir dela, prometeu que iria arranjar as coisas por lá para mandar buscá-la. Porque eles iriam ficar morando em uma gruta onde não havia o menor conforto para levá-la. E assim ele fez depois que se instalou com o seu exército de jagunços na gruta do Quebra Coco.
Ele contratou a construção de uma casa no povoado de Santo Antônio, hoje Grão Mogol, para ela morar.
Ele construiu a melhor casa do povoado, na praça mais nos fundos da Igreja.
A casa tinha o quintal todo murado com muro de pedras, e ia até o rio. Ele providenciou a mudança de seus pertences, principalmente mobílias do quarto que havia vindo da Europa, para sua nova casa. Quando tudo já estava devidamente organizado, ele mandou o seu amigo Elpídio a fazenda Boninal apanhá-la e trazê-la para ele.
Foi uma experiência muito difícil para ela, aquela jornada de 18 dias a cavalo da Boninal à Santo Antônio.
Mais o que a animava é que ela estava indo ao encontro de seu amor. Quando ela chegou a Santo Antônio, o Antônio de Souza a aguardava. Ele acompanhou a sua instalação na nova casa, e só depois que ele estava convencido que ela estava bem instalada, foi que voltou para a sua gruta, onde se encontrava o seu exército de jagunços. Quando seu pai a trouxe da Boninal, trouxe duas jovens negras para ajudá-la e servi-la, era a Antonina e a Maria Preta. Ele trouxe também um rapazola o Elesbão, e ainda a velha Anastácia que havia cuidado dela desde criancinha, a quem ela chamava de mãe Anastácia. Só que a velha senhora não adaptou ao clima frio do Santo Antônio. Aí o Elpídio teve que mandar levá-la de volta a Boninal.
E a vida continuou. Todas as Sexta-feira à tardinha o Antônio de Souza vinha para a sua casa em Santo Antônio e ficava com ela até na 2ª feira de manhã, quando ele regressava a sua gruta. Todos os habitantes do povoado estavam fascinados com a beleza daquela linda mulher.
Ela era alta, elegante, corpo roliço bem torneado de pernas longas e bem feitas, com uma farta cabeleira castanha, com grandes madeixas que emolduravam um rosto lindo, olhos verdes como duas esmeraldas, nariz muito bem feito, boca bonita de lábios carnudos sexuais e um sorriso maravilhoso, que mostrava uma dentadura, de dentes brancos uniformes e que iluminavam mais aquele rosto lindíssimo.
Ela se vestia como uma rainha, e tinha uma postura, e elegância ao andar que parecia uma Gazela. Ela estava sempre cantarolando ou dando risadas. Ficava sempre na sua janela apreciando o movimento da pracinha da Igreja, que agora sempre com muita gente, todas ávidas de curiosidade para vê-la. Ela gostava muito de ler romances. Sentava na janela, de forma displicente como uma criança e se entregava a leitura de seus romances. Apesar daquela situação, de viver com um homem bem mais velho do que ela. Ela aceitava aquilo muito bem. Só que como uma jovem sonhadora, não deixava de sonhar com um príncipe encantado.
Por isso ela acabou apaixonando perdidamente por um oficial português que passava sempre, em seu cavalo pirgaço desfilando pelo povoado, em sua farda bem cuidada, e muita elegância que dava a ele aquele porte de um verdadeiro príncipe. Ele de vez em quando parava em frente a sua janela para trocar um dedo de prosa com aquela bela jovem. Com o tempo cresceu um grande amor entre eles. Mais era um amor platônico, impossível. Ele só ia ao povoado nos dias que o dono dela não estava. Ele sabia o perigo de enfrentar um homem a quem todos temiam porque era uma fera.
Foi aquele amor, inocente e puro, que ela nutria pelo belo e esbelto oficial, que a levou a colaborar com os soldados em uma armadilha para prender o famoso homem. Lá na Bucania os jagunços de Antônio de Souza, mantinha os soldados confinados em seu forte. Quando eles saiam em pequeno grupo para irem ao povoado eles se limitavam em vigiá-los mais se eles se organizavam em um grupo maior dando a impressão que iriam atacar algum acampamento, apareciam jagunços de todo lado, brotando do chão, onde estavam escondidos em buracos e atirando como uns loucos, obrigando os soldados a voltarem para o forte, é que os jagunços atiravam com três ou mais armas já carregadas previamente, porque naquela época as armas eram de carregar pela boca, assim quando eles atiravam, trocavam de arma e atiravam de novo.
Já os soldados trabalhavam com só uma, assim quando atiravam ficavam desarmados até carregar de novo a suas armas. Por isso os soldados temiam tanto os jagunços. Eles não compreendiam como os jagunços podiam fazer aquilo. Quando eles entravam no forte, os jagunços sumiam como que por encanto. É que o Antônio de Souza, só aceitava que eles atirassem nos soldados para machucar, nas pernas, braços nunca para matar, e não podiam atacar o forte, porque o negócio para ele, era prolongar aquela situação indefinidamente porque todo fim de mês ele recebia aquelas remessas de seus aliados, verdadeiras fortunas. Cada dia o seu tesouro aumentava. Com isso os soldados se achavam confinados em seu forte, sem poder mais agir. Foi aí que aquele oficial amigo da Bela Dona, arquitetou um plano para prender o poderoso homem.
Ela deixou que os soldados entrassem no seu quintal, e escondessem ali.
Quando o Antônio de Souza chegou ela o cercou de carinhos. Já com o escuro ela chegou à janela da cozinha e deu o sinal combinado, com uma lamparina acesa. Ela deixou a porta da cozinha aberta e eles entraram e o prenderam ainda sem roupas na cama da mulher.
Eles o vestiram com farda de soldados para despistar e o levaram para o forte. Como prêmio ela ganhou uma prova de amor com a sua paixão. No forte já estava tudo pronto e os soldados saíram com seus cavalos no meio da noite para Cabrália. A noite era de lua clara, o que possibilitou a viagem.
Na 2ª feira de manhã como o Antônio de Souza não apareceu na gruta, o Elpídio foi ao povoado ver o que havia acontecido. Em lá chegando, encontrou a Maria Rosa em prantos. Ela falou para ele que os soldados haviam prendido o Antônio de Souza em sua casa e levado para o forte na 6ª feira. Ele voltou à gruta, reuniu todo o pessoal e foram para o forte, em lá chegando, encontraram tudo abandonado. Decepcionados enfurecidos destruíram tudo e puseram fogo. Depois voltaram para a gruta e fecharam os salões, os corredores, e a entrada principal com parede de pedras, e o Elpídio então mandou todos os jagunços de volta aos acampamentos de seus patrões. Até os 06 jagunços seus e o cozinheiro que ele havia trazido da Chapada ele mandou de volta para lá. Só ele ficou. É que ele queria proteger a sua filha. Ele então passou a morar com ela no povoado. Ele se estabeleceu como um comprador de Diamantes. Os garimpeiros do lugar e redondezas gostaram muito da idéia. É que os compradores de diamantes custavam muito a aparecer no povoado, por isso os garimpeiros estavam sempre apertados, só restavam para eles procurar os tropeiros e negociar com eles. Só que os tropeiros pagavam sempre muito pouco pelas suas pedras. Já um comprador sabia avaliar e pagar um preço justo. Quando ele, o Elpídio, deixou a gruta, ele pegou todos os instrumentos de lidar com os diamantes, e pegou também uma grande quantidade de pedras. Com isso ele fez muito dinheiro. Primeiro comprador que apareceu no povoado não teve condições de comprar dele nem um décimo das pedras que ele tinha. O tempo todo ele procurava convencer a sua filha a voltar para a Chapada. Só que ela não aceitava a idéia. Ela dizia que agora ali era o seu lugar. O Elpídio ensinou para a filha então todos os segredos de um bom comprador de diamantes, e quando ele estava convencido de que ela estava preparada, já pronta, ele voltou para a Chapada.
Ele deixou com ela a balança de precisão com todos os seus presos, a lupa de examinar detalhadamente as pedras, e o mais importante muito dinheiro e muitas pedras de diamante.
E só então partiu para a Chapada.
Ela então passou a ser a compradora de diamantes no povoado. Os garimpeiros e até os tropeiros vinham de longe só para negociar com ela pelo prazer de estar perto dela nem que fosse por alguns minutos. Ela ainda tratava todos eles, com muita gentileza, atenção e respeito, se bem que mantendo certa distância.
Como ela tinha muito dinheiro, e era muito rica, não faltavam recursos para comprar todos os diamantes que chegavam a sua casa. Porque ela atendia em sua casa. Os homens cada dia ficava mais fascinados com a estonteante beleza daquela linda mulher. Como não havia um local decente no povoado, ela passou a hospedar aquelas pessoas mais ilustres. Com isso os compradores de diamantes, que eram sempre europeus, e que vinham ao povoado só para comprar as pedras, passaram a se hospedarem com ela. Entre os compradores de diamantes que visitavam o povoado havia um que era de origem cigana, moreno, alto, elegante e galanteador, acabou conquistando a bela dona. Eles agora tinham que comprar os diamantes nas mãos da Maria Rosa.
Acontecia que as maiorias dos compradores de diamantes que visitavam a região, nunca tinham recurso suficiente para comprar todos os diamantes que ela tinha sempre em estoque. Com isso ela ficava cada vez mais famosa e cobiçada. Esse cigano comprador de diamantes acabou se apaixonando perdidamente por ela.
Ele não escondia a sua paixão pela bela mulher. Quando ele regressava de suas viagens à Europa, ele trazia vários burros carregados só com presentes para ela. Eram lindos vestidos, jóias, sapatos, bolsas, livros os últimos lançamentos do mercado. Roupas de cama, mesa, banho, tudo que poderia tornar a sua vida mais confortável.
Ele agora ficava com ela durante várias semanas. Era comum vê-los sempre juntos passeando pelos locais pitorescos da região. Os dois se amavam perdidamente. Dava gosto de se ver os dois sempre juntos. Só que da última vez que ele deixou o povoado para regressar à Europa, ele nunca mais voltou. Na época corria a versão de boca em boca, se bem a boca pequena, que ele fora assassinado para roubar, já bem perto de Porto Seguro. Nessa época imperava ali na região, um bandidismo muito forte e perigoso, que era acoitado pelos corsários holandeses sediados em Porto Seguro. Tudo que as gangues roubavam era adquirido pelos corsários, sem a menor restrição.
A Maria Rosa caiu em uma profunda tristeza. Aquela moça alegre, risonha, que estava sempre cantarolando ou tocando aquelas músicas alegres do repertório cigano. Agora estava murcha, sem graça, mergulhada em profunda tristeza. Mesmo assim ela continuava com a sua função de compradora de diamantes, atendendo todos com muita gentileza e delicadeza. Os compradores de diamantes europeus também continuaram a se hospedarem com ela, foi aí que apareceu um comprador inglês. Homem de origem fidalga, muito elegante, educado e de boa presença. Ele se espantou ao ser atendido por ela na sua língua o inglês. Onde ele poderia imaginar encontrar num lugar ermo daquele uma dama daquele quilate, e com aquela beleza toda, e ainda falando inglês corretamente, como ela fazia. Ela era muito culta, conhecia os maiores escritores de toda a Europa. Eles tinham muito em comum por isso passaram a ter longas conversas. Isso serviu para aproximá-los ainda mais. E assim em pouco tempo já eram bons amigos. Ele parecia ter esquecido o porquê de sua estada ali no povoado, pois era um jogador, e como tal transformou a sua casa em uma casa de jogos. Toda noite as rodadas de pôquer se estendiam até altas horas. Os garimpeiros mais ricos eram convidados a participarem das rodadas de jogos na sua casa. A maioria ia só com a esperança de vê-la de perto, e falar com ela, quem sabe? E durante muito tempo foi o programa de muita gente no povoado.
O inglês John Wilian até esqueceu de que teria que voltar para a Europa. Essa possibilidade de estar o tempo todo e ainda as noites perto daquela linda mulher, despertou a cobiça em muitos deles. Porque durante aquelas noitadas o inglês estava sempre trocando carícias com a bela Maria Rosa. Aconteceu então que ele resolveu dar mais uma agitada. Sempre que ele viajava as noitadas em sua casa continuavam.
O inglês fez um bem muito grande para ela, que agora estava mais solta, tratando os homens com menos timidez, com mais segurança. Quando o inglês voltava da viagem, ele trazia vários cargueiros só com presentes para ela. E de volta eles se abraçavam, demonstrando muita saudade um do outro. E as noitadas continuavam só que durante as suas últimas viagens o número de participantes dos jogos aumentou bastante, tanto que ela acabou comprando mais seis mesas quadradas com quatro cadeiras cada para os jogadores se acomodarem. Ela continuou cobrando a mesma taxa imposta pelo inglês para cada participante. Os homens a adoravam, e ela agora, lá na sua casa durante as noitadas, recebia cada um deles com um abraço afetuoso, que aqueles mais audaciosos às vezes exageravam um pouco, mais que ela agora já não ligava. Entretanto quando ela estava na rua, ou em outro local público: igreja, ou em alguma festa, ela os mantinha sempre à distância. Ela tratava todos com gentileza, simpatia, mais se mostrava distante. Ela falava que a maior virtude de uma mulher era a distinção. E disso ela não abria mão. O inglês John Wilian então tornou a viajar, e como o cigano, nunca mais deu notícias. Esse as pessoas nem preocupam com o seu sumiço.
Os homens estavam mesmo interessados é que ele não voltasse mesmo mais. Aí aconteceu que apareceu um garimpeiro com várias pedras na sua casa para vendê-la. Quando ela começou a examinar as pedras descobriu que elas tinham sido dela, que ela as conhecia, vez que ela examinava cada uma com a lupa, para ver as características de cada uma.
Ela então mandou o seu garoto, o Elesbão chamar uns amigos dela em sua casa com urgência. Eles vieram e ela falou para eles, o que ela havia descoberto que aquele lote de pedras era do inglês que havia comprado dela, e outras eram dela que o inglês levara para vender. Os seus amigos apertaram o homem que contou que uns indivíduos haviam aparecido em seu garimpo com aquelas pedras para vender, e que ele havia comprado. No negócio havia entrado animais porque ele não dispunha de dinheiro para comprar as pedras todas. Os amigos de Maria Rosa mandaram que ela guardasse as pedras e juntaram um número maior de homens para ir com o tal sujeito até o seu acampamento de mineração para averiguar o ocorrido. Em lá chegando comprovaram que o homem dizia a verdade, então voltaram ao povoado, com ele, trazendo dois dos indivíduos que o haviam vendido as pedras e estavam lá esperando para receberem o restante do pagamento.
No dia seguinte a chegada deles no povoado com os dois indivíduos que acabaram confessando que haviam matado o inglês. Eles os enforcaram fora do povoado, em uma árvore à beira da estrada. O garimpeiro recuperou tudo que era seu, e devolveu as pedras para a Maria Rosa. Dentro do lote das pedras havia algumas que realmente eram dele, ela então comprou, e o caso foi dado por encerrado. Esse garimpeiro com esse incidente tornou mais um amigo da Bela Mulher. Depois desse incidente aumentou as noitadas em sua casa. Ela passou a escolher um dos homens presentes para passar o resto da noite com ela. Cada homem então que freqüentava a sua casa levava um presente para presenteá-la. Cada um levava uma jóia mais bonita. Todos com a mesma esperança de ser o escolhido daquela noite. Cada dia ela ficava mais rica, e importante. No povoado ela era vista como se fosse a rainha do lugar. E ela fazia por merecer. Ela tinha um acordo com um vendeiro do povoado, de toda a semana fornecer feiras para as famílias carentes e os garimpeiros que estavam precisando de feira para voltar para o seu garimpo e trabalhar a semana. Ela tinha uma Sra. do povoado de Dona Hormezinda, que visitava as famílias, para ver de perto a situação de cada uma, e aí ela distribuía uma ordem para o Seu Jacó, fornecer às feiras, e o Juca Bicalho fornecer carne e toucinho. A Maria Rosa só se comunicava com a Hormezinda, o resto era com ela. Ela conferia o valor total das feiras fornecidas e mesmo a conta do açougue e levava a nota a Maria Rosa, que entregava a ela o dinheiro para pagar ao vendeiro e ao açougueiro. Os dois tinham o maior cuidado com esses atendimentos aos protegidos de Da. Maria Rosa. Se houvesse uma reclamação ela poderia mudar de fornecedor, e isso seria péssimo para eles. Quando esses negociantes precisavam de algum dinheiro para reforçar o caixa na hora de comprar um carregamento na mão dos tropeiros, ela emprestava sem cobrar juros. Naquela época gado na região era pouco, por isso ela emprestava ao Juca Bicalho dinheiro para ele sair fora e comprar boiada, e manter o gado no pasto, para abater uma rês por semana.
Sempre na quarta feira, para ter tempo de curtir a carne, para estar pronta no Sábado para atender aos fregueses de seu açougue. O Juca Bicalho tinha fazenda na região do TRAIRA. Outras vezes chegavam tropeiro com 30,50 panos de toucinho, e às vezes a verba em caixa era curta para comprar tudo. No entanto não tinha problema era só correr na casa da. Maria Rosa, e sair de lá com o dinheiro para pagar os tropeiros. Os dois eram muito corretos com a Maria Rosa. Também tinham que ser, quem é que tinha uma madrinha como aquela? A Maria Rosa, era muito generosa com os seus amigos e afilhado, mas era também muito esperta e ninguém passava ela para trás. Ela resolveu conseguir umas moças para trabalhar com ela, visto que ela toda noite, percebia a cara decepção dos homens que não eram escolhidos. Por isso ela conseguiu com os compradores de diamantes europeus seus amigos e que continuavam a se hospedarem com ela, que trouxesse da Europa, para ela moças bonitas, e educadas para ela formar uma turma para alegrar aqueles homens seus amigos. Ela comprou um terreno fora do povoado para montar o seu projeto. Construiu casa, com vários quartos, mobiliou todos eles, mobiliou a casa, cada uma de suas moças tinha seu próprio dormitório. Comprou um trole, para toda tarde ela deixar o povoado e ir para lá, por que ela administrava tudo pessoalmente. Ela trouxe músicas de fora para tocar lá na Chácara, aquilo ali ficou muito bom. Nos domingos aquilo parecia um campo de nudismo. Com todos tomando banho no rio Itacambirucú nos fundos da Chácara. Para garantir a privacidade deles, ela colocava vários homens vigiando a região para impedir que algum indesejável, ou mesmo adolescente aproximasse do local. Cada dia chegava mais moças para sua Chácara. Ela teve que ficar com algumas em sua casa para aguardar enquanto construía novas instalações na Chácara. Quando chegava à tardinha o trole levava as meninas para lá, e quando o movimento o diminuía trazia elas de volta. O seu cocheiro era o seu garoto o Elesbão. Quando a Chácara estava organizada, ela deixou tudo lá a cargo de uma das moças, a Ambrozina. Agora a Ambrozina é que administrava tudo por lá. Ela então se recolheu a sua casa no povoado, lá na sua casa agora ela só recebia os garimpeiros para continuar a comprar os diamantes. Ela ajudou uma família sua amiga a instalar em sua casa uma hospedaria, para hospedar as pessoas que freqüentavam o povoado.
Porque agora ela não hospedava mais ninguém. Ela ajuntou com outras senhoras do povoado, e transformaram as acomodações do fundo da igreja, em uma espécie de hospital para atender as pessoas velhas e doentes, desamparadas do povoado. Quando o seu mine hospital estava funcionando ela acabou tendo que hospedar o padre em sua casa, porque as acomodações do fundo da igreja eram justamente para hospedar o padre quando ele vinha ao povoado. Esse padre era de origem de uma família nobre Italiana, moreno, alto, um homem muito bonito, mais que tinha uns olhos negros profundos e tristes. Esse padre se encantou com a Maria Rosa. Normalmente o padre ficava no povoado no máximo uma semana. Agora parece que esqueceu de ir embora, já estava lá há mais de mês. E ele monopolizava a mulher só para ele, o que deixava os homens do povoado revoltados, doidos de raiva, e assim expulsaram o padre do lugar. Ela era muito culta e tocava violino muito bem. Ele levou-a a tocar durante as missas e celebrações. Ela pagava tudo. Ela mandou construir uma grande área coberta de telhas para os tropeiros acamparem, e transformou uma área de sua Chácara em uma manga para soltarem seus animais e os tropeiros soltarem os seus também.
Ela para evitar a repetição do ocorrido, ela mandou construir uma casa apropriada para instalar ali o seu mine hospital, que ela dizia ser o Abrigo.
Ali os velhos e doentes tinham aquilo de melhor que era possível dar naquela época. Não obstante ela procurava cercar aquelas pessoas de carrinho, respeito, e ainda exigia que aquelas pessoas ali, tinham que ter tudo aquilo que a vida tinha negado para eles até então. A dona Hormezinda é que comandava tudo por lá. Ela tinha um acordo com um seu amigo de muitos anos, o Coronel Nascimento da Curiacá, que fornecia o leite que ela precisava todos os dias para alimentar os seus protegidos, e produzir o mingau que ela distribuía todos os dias para as mães pobres alimentar os seus filhos pequenos. Ela era uma verdadeira mãe para os pobres do povoado e adjacência.
O negocio de diamantes naquela época era muito rendoso, ela ganhava muito dinheiro com o comércio de diamantes. Por isso ela era uma espécie de dona do povoado. Ela pagava tudo. Ela pagava as zeladoras da igreja, para manter aquele lugar sempre limpo e arrumado. Ela comprava as velas, e as flores para enfeitar a igreja, “a casa de Deus”, como ela gostava de falar. Nas festas do padroeiro, ela comprava os fogos, para levantar o mastro. Ela mandava construir as barraquinhas para as pessoas de o comércio instalar as suas quitandas para vender café, guloseimas: bolos, biscoitos, doces durante as quermesses da novena do padroeiro. Aquelas pessoas que não dispunham de recursos para se instalar a sua quitanda recorriam a ela, que emprestavam o dinheiro que elas precisavam.
Naquela época era costume que a família que iria patrocinar a bandeira no ano seguinte, roubasse a bandeira durante a noite. E só na festa do ano seguinte, é que iria saber quem seria o festeiro. O festeiro apanhava como a Dona Maria Rosa, os fogos que ela havia comprado, e ficava encarregado de soltá-los. E foi sempre assim a Maria Rosa é quem pagava tudo. Por tudo isso todas as pessoas a adoravam. Ela agia como se o povoado fosse realmente dela. E ninguém tomava nenhuma decisão sem primeiro ouvi-la.
Ela se tornou a pessoa mais importante de toda aquela região. Os homens a amavam.
A população do Comércio de Santo Antônio, a respeitava e a considerava. Ela era constantemente convidada para as festas mesmo as mais íntimas. Para eles a presença de Maria Rosa era indispensável. Ela era madrinha de várias crianças do povoado e região e era também madrinha de casamento de vários casais. Quando ela deixou de ir à Chácara, que na época foi batizada de Jambeiro por causa de uma grande árvore desse fruto que tinha no local, e passou o comando da coisa lá, para a sua moça a Ambrozina, ela se afastou completamente da vida mundana. A única coisa que ela agora ainda fazia, era o comércio de diamantes, ela continuava como a compradora de diamantes do povoado. Mais não hospedou mais ninguém. Concentrou-se nos trabalhos sociais. Ela distribuía feiras para as pessoas carentes, ela cuidava de velhos e deserdados da sorte no seu Abrigo, onde ainda distribuía mingau para as mães carentes alimentar seus filhos pequenos. Existia no povoado já há muito tempo, uma mulher de idade, e origem desconhecida, que era sempre vista pelas ruas do povoado vendendo raízes e ervas. É que ela sabia os segredos das plantas que o “Todo Poderoso” colocara no mundo para aliviar o sofrimento daqueles que sofriam. Ela era conhecida pelo nome de Coló. Quando ela começa a cuidar das pessoas carentes e velhas do povoado, a Coló se transformou na médica do hospital improvisado nos fundos da Igreja.
Desde então a Coló se transformou a partir de então em uma das amigas mais queridas de Maria Rosa. Como o espaço nos fundos da Igreja era muito pequeno ela providenciou construir uma casa apropriada para funcionar o seu mini-hospital que ela chamava de abrigo. Nessas novas instalações a Coló ganhou um local só dela, com todo conforto possível naquela época. Todos do povoado passaram então a tratar a Coló com toda consideração de acordo com a orientação que era dada pela Dona Maria Rosa. Com o tratamento que a Maria Rosa dava à Coló, ela adquiriu um status de uma verdadeira médica. Antes ela andava vestida com roupas surradas esfarrapadas. Agora ela vestia roupas novas bem cuidadas que a Maria Rosa providenciava e ela andava calçada, e tinha bolsas próprias para carregar os seus remédios. Ela era uma pessoa tão especial que agora que ela tinha tudo que precisava porque a Maria Rosa não deixava faltar nada para ela. Ela então passou a distribuir as suas raízes e ervas para a população sem cobrar nada. Só que agora ela não andava mais pelas ruas, ela atendia as pessoas lá no abrigo, em uma sala especial onde fazia as consultas das pessoas. Ela também benzia criancinhas com quebrante, também lá no abrigo. Quando terminava o seu estoque de raízes e ervas, ela ia pro mato fazer nova coleta desse material. Só que agora ela levava suprimento para não passar fome pelo mato. Ela começou a pedido de Maria Rosa, ensinar às outras pessoas que trabalhavam no abrigo, a identificar cada erva e raiz, e saber para que cada uma delas servia. Uma senhora do povoado Maria Pequena, foi quem mais desenvolveu no setor.
Um dia a Coló saiu cedo pro mato para como de costume, coletar plantas. Ela saiu tão cedo que ninguém viu, era madrugada mesmo. Só que não voltou para o almoço, não voltou para jantar nem para dormir. No outro dia cedo a Hormezinda, responsável pelo Abrigo foi à casa de Maria Rosa avisá-la do sumiço da Coló.
Da. Maria Rosa foi até a Igreja e mandou que batessem o sino. O povo correu para a Igreja para ver o que se passava. Maria Rosa avisou do sumiço da Coló e pediu a todos que procurassem por ela. E muita gente saiu à procura de Coló. Mais a noite veio sem, no entanto ela ter notícias de sua amiga querida. Só dois dias depois, chegou um tropeiro dando notícias dela deitada no mato no caminho de ventania. Ela estava viva, mais muito mau. Da. Maria Rosa organizou então um grupo de homens para ir buscá-la. Ela teve que vir na rede, pois não existiam estradas naquela época, sós trilhas caminhos. Ela foi trazida para o abrigo, ainda viva.
Da. Maria Rosa cercou Coló de toda atenção e carinhos. Eles fizeram tudo que era possível para tentar salvá-la. Mais a Coló estava com uma pneumonia brava. Ela havia tomado muita chuva e passado muito frio lá no mato. Tudo que foi feito só serviu para a Coló morrer cercada do carinho das pessoas que realmente a amavam. O Todo Poderoso fez a parte dele. É que coincidiu que o padre estava no povoado quando ela começou a piorar. O padre deu a estremaunção para a Coló. Ela teve missa de corpo presente na Igreja, e o seu sepultamento e velório foi acompanhado por muita gente. Ela fez muita falta, entretanto a Maria pequena procurava com toda boa vontade suprir aquela lacuna aberta com a morte de Coló. A sorte que a maioria dos doentes que iam para o abrigo, na realidade estavam desnutridos, por passar muita fome. O tratamento que todos recebiam no abrigo era muito bom. Tinha muita fartura de frutas, e leite, e a alimentação era de 1ª. Maria Rosa repetia sempre, que os seus protegidos ali, deveriam ter tudo de melhor que a vida havia negado para eles até então.
Esse ano não foi nada bom para Maria Rosa. Primeiro morreu Coló, agora morreu o Seu Juca Bicalho, tempo depois morreu o Seu Jacó. E por último outro seu amigo querido, o Cel. Nascimento da curiacá. O Cel. Nascimento era um de seus amigos mais antigos. As más línguas falavam até que tinha em romance entre eles. Entretanto isso nunca foi comprovado. O que todo mundo via era uma verdadeira amizade entre os dois. Ele estava sempre em sua casa, no povoado visitando-a, era o único homem da redondeza que tinha acesso à sua casa, e era recebido com toda atenção e afeto da Maria Rosa sempre que aparecia por lá. Ninguém tinha mais afinidade com ela como o Cel. Nascimento.
O velório do Coronel Nascimento foi lá na Curiacá. Maria Rosa foi para lá. Passou a noite no velório. Noite de chuva fria e manhosa. Maria Rosa já estava bastante debilitada por causa dos diversos baques que ela tinha sofrido nos últimos dias. Parecia também que ela havia perdido a vontade de viver. Quando ela voltou da Curiacá, depois do enterro de seu amigo querido. Ela deitou em seu quarto e ficou sem receber ninguém por vários dias. Só que além da prostração ela estava muito gripada. E ela foi só piorando. A gripe acabou se transformando em uma pneumonia. Os amigos cercaram-na de atenção e carinho, até o seu último suspiro. A morte de Maria Rosa foi um acontecimento que deixou todo o povoado em comoção. O seu velório foi na Igreja e todas as pessoas da região estavam no povoado. Todos queriam dar o seu último adeus, aquela mulher querida.
O seu enterro foi uma verdadeira apoteose. Durante o velório as pessoas choravam, umas querendo consolar as outras.
Até parece que aquela gente estava realmente prevendo o caus que iria abater sobre o povoado depois da morte daquela valorosa mulher.
As meninas da Chácara foram todas embora. O Abrigo ficou abandonado. Sem Maria Rosa para pagar tudo por lá, não teve como continuar a funcionar. Só a sua fiel amiga Hormezinda continuava lá. Na Chácara só ficou a Ambrozina. Na sua casa, na Praça da Igreja, ficaram o Elesbão e as duas serviçais, a Antonina e a Maria Preta com seus filhos porque o Elesbão havia feito filho nas duas.
A Maria Rosa não deixou herdeiros. Tudo que ela tinha ficou para aquelas pessoas que sempre viveram com ela. Mais a boca pequena se falava de pessoas que deram bem, com suas jóias, diamantes e dinheiro.
Entretanto ela deixou uma herança para todos aqueles que tinham tido o privilégio de conviver com aquela linda mulher.
Foi a lembrança daquela mulher forte magnânima, e magnificamente bela, que tinha o dom de iluminar qualquer ambiente aonde ela chegava com a sua beleza estonteante aliado aquele porte elegante, de uma verdadeira rainha.
Ela estava sempre vestida com lindos vestidos vindos da Europa, adornada com lindíssimas jóias.
Maria Rosa foi a Rainha daquele povoado de Santo Antônio, hoje Grão Mogol.
Entretanto hoje na cidade não existe nada que lembra a sua moradora mais importante e querida.
A sua casa está lá, mais habitada por uma família que não tem nada a ver com ela.
Entretanto se você chegar hoje em Araxá, vai encontrar lá: o sobrado de Beija transformado em museu, assim como a sua Chácara do Jatobá.
Em Laguna, a casa de Anita Garibaldi.
Em Diamantina a casa e a igrejinha de Chica da Silva.
Em Ouro Preto a casa de Marília de Dirceu.
Só Grão Mogol não homenageou a sua Rainha.
Isso é ignorância, desinformação de seus governantes.
A casa de Maria Rosa deverá ser transformada em um museu mostrando como eram as casas habitadas pelas pessoas naquela época.
Está na hora de cuidar da história daquele lugar.
A pedra rica deverá receber um pedestal, e ser colocada em uma praça criada para ela, com uma placa contando a sua história.
A Igreja deverá receber uma placa grande em pedra mármore, ardósia ou mesmo concreto registrando as datas de sua construção: 1.513, início da construção, 1517 celebração da 1ª festa de Santo Antônio já dentro da Igreja, já levantada e coberta, 1525 inauguração da Igreja já totalmente pronta.
Apanhar o acervo existente dentro da gruta do Quebra Coco, ou gruta do Souza, e montar no Jambeiro o museu do Garimpeiro, e Tropeiro, que garanto, será o maior do Brasil, porque ninguém terá um acervo maior e mais rico.
Transformar aquelas areias da várzea do quartel, reconstruindo ali o forte dos soldados portugueses do exército de D. João III (1.536).
Grão Mogol tem tudo para ser a cidade histórica mais importante do país. Só depende de seus governantes.
A minha esperança está nessa geração de filhos de Grão Mogol, que saíram para estudar fora e agora estão voltando.
Esses é que irão ressuscitar aquela cidade para o turismo nacional.
Porque não tem atrativo maior para o turista do que a história.
E Grão Mogol é riquíssima em sua história que começou com sua fundação em 1.503, por um grupo de garimpeiros autônomos que fundaram ali o seu acampamento coletivo, o povoado de Santo Antônio, hoje Grão Mogol.
* josegmendonca@gmail.com
sexta-feira, 1 de maio de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Reciclagem de Lixo a boa da vez nesse conturbado momento da economia mundial
* José Geraldo Mendonça
Em Minas não temos a cultura de reciclarmos principalmente nas cidades mais atrasadas. E ainda temos a cultura de esse setor ser controlado pelos atravessadores. Eles são usurados pagam aos catadores R$ 0,07 o quilo de garrafas Pet. O preço pago pelos outros materiais são todos nessas bases de preço. Por isso é comum a gente encontrar pessoas apesar de ser desempregado da prefeitura que abandonaram a profissão de catador porque não conseguem nem R$ 5,00 por dia de trabalho mesmo trabalhando das 6 às 18 horas.
No entanto a reciclagem de material é o melhor negócio do momento, e conforme tendência de só melhorar.
Como até o momento a nossa cidade não atraiu empresários para montar indústria voltada para esse setor, como aquelas instaladas na grande BH. Só resta a nova administração de nossa cidade, tomar a iniciativa de fazer convênio com uma de nossas universidades, para instalar aqui uma mega cooperativa de catadores de lixo. Veja bem as indústrias instaladas em BH já estão exportando material de plástico reciclado “granulado” para a Europa. Já existe empresas que estão firmando convênio com a direção dos presídios, para usar aos presos na seleção do material, eles pagam pelos serviços e os presos ganham ainda um desconto na pena de um dia para cada três dias trabalhados.
Esse comentário só para dar um exemplo de como a reciclagem pode resolver os nossos problemas sociais.
O governo Federal disponibilizou 15 bilhões de reais no orçamento da união só para financiar projetos sociais no país para o exercício de 2009. Ele inaugurou um portal na internet. www.convenios.gov.br para facilitar os contactos.
Um empreendimento com essa envergadura só mesmo com o apoio financeiro do governo federal para se montar.
Ele precisa de ser instalado em uma área bastante grande, se possível acima de 2000 ms2.
O galpão a ser construído deverá ter no mínimo 1000 ms2.
Adquirir prensa hidráulica para prensar papel. Na Piratininga ela custa R$ 15.000,00. Só que a fábrica de molas de Ipatinga já fabrica uma similar e vende por R$ 3.000,00. E faz o mesmo serviço.
Uma prensa para latinhas. A Piratininga vende por R$ 35.000,00.
Em Divinópolis e na grande BH se fabrica uma similar máquinas muito boas, e vendem nessa base de R$ 10.000,00.
Uma balança Filizola de alta precisão e eletrônica por R$ 2.000,00, e essa não tem similar mais barata.
A cooperativa precisa ter um capital de giro de pelo menos R$ 100.000,00. Porque os catadores de lixo cooperados receberão pagamento no ato de entrega dos materiais no galpão.
N.B: Da Mara cooperada em BH falou que recebe R$ 1,20 por quilo de garrafas pet na sua cooperativa, no ato da entrega do material. Isso serve de parâmetro para se vê quanto os atravessadores exploram os catadores.
Aqui em nossa cidade não será difícil de se montar um projeto desse porque a municipalidade possui terrenos nos quatro cantos da cidade. Daqueles 10% da área que ela recebe para aprovar loteamentos.
Isso já é um ponto positivo que pesa bastante na hora de se aprovar um projeto desse junto aos órgãos do governo.
Outras instalações dentro da empresa como os tanques para lavagem dos plásticos, deverão ser substituídos por umas duas dezenas de caixas d’água de 1.000 litros cada porque é muito mais econômico e funcional.
Hoje já existem maquinários que executam essa lavagem, mas eu acredito que aqui nós devemos usar o método manual para podermos criar mais postos de ocupação e renda para um número maior de pessoas. Ao invés de termos uma meia dúzia no galpão, termos uns 30 cooperados nos serviços de separação, seleção e reciclagem do material.
Um moinho de martelos possante para moer as garrafas pet.
Também uma máquina termo compressora para transformar a moinha de plásticos em um material granulado para ser vendido as indústrias e até exportamos.
Essa máquina eu não consegui o preço dela no momento. Elas são fabricadas em São Paulo.
Mandar fabricar 30 (trinta) carrinhos para os catadores. A mesa do carrinho deverá ter 1,20 ms de largura por 2,20 ms de comprimento. As paredes da carroceria do carrinho deverá ter 2,00 ms de altura. A mesa do carrinho deverá ser construída com metalon 40 x 40 parede 16. Os dois varais de tubo de metalon de 2” parede 16. As paredes da carroceria em metalon 40 x 20 parede 16. Feixada com tela tipo lisa, em arame 16. Só a parede da frente deverá ser feixada com chapa galvanizada para que seja pintado ali o nome da cooperativa e a propaganda da empresa que financiará a fabricação dos carros.
A tampa traseira será móvel para facilitar a descarga. As rodas dos carrinhos deverão ser rodas de carroça (charrete) aro 18” ou 22”. Quanto maior a roda e mais fino o pneu mais leve para empurrar ou puxar manualmente.
Isso deverá ser levado em consideração porque esse depósito, galpão onde será instalada a cooperativa deverá ser bem distante do centro, em bairro distante.
A comissão gestora do projeto que deverá ser de uma universidade, terá um presidente que será uma pessoa bastante capacitada para exercer o controle financeiro da cooperativa. Ele é quem assinará os cheques com o tesoureiro da cooperativa.
A diretoria da cooperativa será composta pelos cooperados.
A universidade preparará os membros da diretoria com todos os conhecimentos necessários para que eles possam exercerem as suas funções dentro da cooperativa.
Um detalhe importante em uma cooperativa como essa é que cada cooperado terá sua participação nos lucros levando se em consideração o volume de material que cada catador levará para o galpão da cooperativa. Aquele que consegue coletar mais material, tem uma participação maior.
Já os cooperados que trabalham no galpão reciclando teem uma retirada fixa mensal e uma participação também nos lucros.
A Da Mara que eu entrevistei na grande BH, “Contagem”, recebe mensalmente R$ 600,00. Ela ainda tem um acordo com os síndicos de 6(seis) condomínios da região onde ela mora. Ela levanta 4 hs da manhã para coletar esse material disponibilizado para ela nos condomínios. As 6½hs ela leva seu filho para a escola. As 8 horas ela começa a trabalhar no barracão de reciclagem. Segundo a Da Mara, tem mês que a renda que ela consegue com o fornecimento desse material reciclável é maior do que a sua retirada mensal. Ela já tem seu próprio barracão, tem TV 29”, DVD, geladeira, fogão de 6 bocas, tudo pago além de toda a mobília do barracão. Ela já pensa inclusive na compra de um carro. Ela afirma que trabalha duro todo dia. Esse exemplo é muito bom para se ter uma idéia, de como é fácil a gente resolver os problemas sociais de nossa periferia.
Uma cooperativa dessas deverá produzir material para ser vendido as indústrias. Deve-se evitar a todo custo trabalhar com atravessadores porque esse tipo de gente só quer para eles.
A cooperativa irá produzir; papéis em fardos que poderão chegar a 200 kg: papel jornal, papel branco, papelão, papel colorido, sucata de ferro, metal, cobre e alumínio. Fardos de lataria e de latinha de alumínio. Cacos de vidros, e frascos diversos de vidro tudo para vender a Santa Marina.
A primeira diretoria da cooperativa deverá ser escolhida pela comissão gestora.
Porque só ela terá capacidade de analisar cada um dos cooperados, e assim escolher aqueles que têm maior capacidade para exercer uma função dentro da diretoria da cooperativa.
A comissão gestora da cooperativa terá que trazer pessoas capacitadas de fora como a Da Mara para membros da cooperativa. Na capacitação dos membros da diretoria a comissão gestora poderá também pedir a ajuda do SEBRAE.
A comissão gestora deverá contactar com as indústrias compradoras desses materiais reciclados, para encaminhar e negociar as vendas de material.
A Santa Marina é a única compradora de cacos de vidros e frascos inteiros de formas e tamanhos diversos no país.
E ela manda seus caminhões apanhar aqui o material preparado.
Ela tem um entreposto para essa coleta na grande BH. É um gaucho lá do bairro Betânia.
Os cacos depois de lavados, deverão serem ensacados em sacos de 50 Kg.
Já os frascos deverão serem embalados em caixas de madeira, muito bem embalados protegidos com papel.
A nova administração de nossa cidade deverá urgentemente manter contato com as universidades da cidade visando firmar convênio com uma delas para montagem desse projeto. O governo federal disponibilizou 15 bilhões de reais para o financiamento de projetos sociais. Só para o exercício de 2009, mas o país é muito grande e esse recurso só vai aturar até o meio do ano. Aquele que demorar a montar o seu projeto vai ficar sem a sua aprovação porque tem muita gente já trabalhando a bastante tempo nos seus projetos.
Hoje só mesmo o prefeito que não quiser resolver os problemas sociais de sua cidade, por incapacidade de sua acessoria ou mesmo por incapacidade própria não irá fazê-lo. Porque as facilidades hoje são muito grandes.
O prefeito Dr. Luiz Tadeu Leite vai resolver todos os problemas sociais de nossa periferia e zona rural.
O momento é excelente. Só que sem ele envolver as universidades em seus diversos projetos, que serão muitos, ele não conseguirá mantê-los em funcionamento. Porque todos esses projetos são carregados de detalhes intrincados que necessita de pessoas muito bem preparadas tecnicamente para cumprir todas as exigências dos órgãos do governo nesse tipo de empreendimentos.
Essas pessoas das universidades que irão prestar serviços nessa cooperativa ou em outros projetos pelo convênio, que será celebrado com a prefeitura, porque a cooperativa e mesmo os outros empreendimentos sociais que o prefeito irá montar será para resolver o problema social das pessoas carentes envolvidas neles, e por isso esse tipo de empreendimento não tem espaço para se tirar recursos para remunerar técnicos, ou pessoal especializado que irá prestar acessoria ao projeto.
Esses projetos estão dentro da política do governo federal no sentido de melhorar a distribuição de renda, no país.
Por isso volto a lembrar!...
Esse país só vai desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
* josegmendonca@gmail.com
Em Minas não temos a cultura de reciclarmos principalmente nas cidades mais atrasadas. E ainda temos a cultura de esse setor ser controlado pelos atravessadores. Eles são usurados pagam aos catadores R$ 0,07 o quilo de garrafas Pet. O preço pago pelos outros materiais são todos nessas bases de preço. Por isso é comum a gente encontrar pessoas apesar de ser desempregado da prefeitura que abandonaram a profissão de catador porque não conseguem nem R$ 5,00 por dia de trabalho mesmo trabalhando das 6 às 18 horas.
No entanto a reciclagem de material é o melhor negócio do momento, e conforme tendência de só melhorar.
Como até o momento a nossa cidade não atraiu empresários para montar indústria voltada para esse setor, como aquelas instaladas na grande BH. Só resta a nova administração de nossa cidade, tomar a iniciativa de fazer convênio com uma de nossas universidades, para instalar aqui uma mega cooperativa de catadores de lixo. Veja bem as indústrias instaladas em BH já estão exportando material de plástico reciclado “granulado” para a Europa. Já existe empresas que estão firmando convênio com a direção dos presídios, para usar aos presos na seleção do material, eles pagam pelos serviços e os presos ganham ainda um desconto na pena de um dia para cada três dias trabalhados.
Esse comentário só para dar um exemplo de como a reciclagem pode resolver os nossos problemas sociais.
O governo Federal disponibilizou 15 bilhões de reais no orçamento da união só para financiar projetos sociais no país para o exercício de 2009. Ele inaugurou um portal na internet. www.convenios.gov.br para facilitar os contactos.
Um empreendimento com essa envergadura só mesmo com o apoio financeiro do governo federal para se montar.
Ele precisa de ser instalado em uma área bastante grande, se possível acima de 2000 ms2.
O galpão a ser construído deverá ter no mínimo 1000 ms2.
Adquirir prensa hidráulica para prensar papel. Na Piratininga ela custa R$ 15.000,00. Só que a fábrica de molas de Ipatinga já fabrica uma similar e vende por R$ 3.000,00. E faz o mesmo serviço.
Uma prensa para latinhas. A Piratininga vende por R$ 35.000,00.
Em Divinópolis e na grande BH se fabrica uma similar máquinas muito boas, e vendem nessa base de R$ 10.000,00.
Uma balança Filizola de alta precisão e eletrônica por R$ 2.000,00, e essa não tem similar mais barata.
A cooperativa precisa ter um capital de giro de pelo menos R$ 100.000,00. Porque os catadores de lixo cooperados receberão pagamento no ato de entrega dos materiais no galpão.
N.B: Da Mara cooperada em BH falou que recebe R$ 1,20 por quilo de garrafas pet na sua cooperativa, no ato da entrega do material. Isso serve de parâmetro para se vê quanto os atravessadores exploram os catadores.
Aqui em nossa cidade não será difícil de se montar um projeto desse porque a municipalidade possui terrenos nos quatro cantos da cidade. Daqueles 10% da área que ela recebe para aprovar loteamentos.
Isso já é um ponto positivo que pesa bastante na hora de se aprovar um projeto desse junto aos órgãos do governo.
Outras instalações dentro da empresa como os tanques para lavagem dos plásticos, deverão ser substituídos por umas duas dezenas de caixas d’água de 1.000 litros cada porque é muito mais econômico e funcional.
Hoje já existem maquinários que executam essa lavagem, mas eu acredito que aqui nós devemos usar o método manual para podermos criar mais postos de ocupação e renda para um número maior de pessoas. Ao invés de termos uma meia dúzia no galpão, termos uns 30 cooperados nos serviços de separação, seleção e reciclagem do material.
Um moinho de martelos possante para moer as garrafas pet.
Também uma máquina termo compressora para transformar a moinha de plásticos em um material granulado para ser vendido as indústrias e até exportamos.
Essa máquina eu não consegui o preço dela no momento. Elas são fabricadas em São Paulo.
Mandar fabricar 30 (trinta) carrinhos para os catadores. A mesa do carrinho deverá ter 1,20 ms de largura por 2,20 ms de comprimento. As paredes da carroceria do carrinho deverá ter 2,00 ms de altura. A mesa do carrinho deverá ser construída com metalon 40 x 40 parede 16. Os dois varais de tubo de metalon de 2” parede 16. As paredes da carroceria em metalon 40 x 20 parede 16. Feixada com tela tipo lisa, em arame 16. Só a parede da frente deverá ser feixada com chapa galvanizada para que seja pintado ali o nome da cooperativa e a propaganda da empresa que financiará a fabricação dos carros.
A tampa traseira será móvel para facilitar a descarga. As rodas dos carrinhos deverão ser rodas de carroça (charrete) aro 18” ou 22”. Quanto maior a roda e mais fino o pneu mais leve para empurrar ou puxar manualmente.
Isso deverá ser levado em consideração porque esse depósito, galpão onde será instalada a cooperativa deverá ser bem distante do centro, em bairro distante.
A comissão gestora do projeto que deverá ser de uma universidade, terá um presidente que será uma pessoa bastante capacitada para exercer o controle financeiro da cooperativa. Ele é quem assinará os cheques com o tesoureiro da cooperativa.
A diretoria da cooperativa será composta pelos cooperados.
A universidade preparará os membros da diretoria com todos os conhecimentos necessários para que eles possam exercerem as suas funções dentro da cooperativa.
Um detalhe importante em uma cooperativa como essa é que cada cooperado terá sua participação nos lucros levando se em consideração o volume de material que cada catador levará para o galpão da cooperativa. Aquele que consegue coletar mais material, tem uma participação maior.
Já os cooperados que trabalham no galpão reciclando teem uma retirada fixa mensal e uma participação também nos lucros.
A Da Mara que eu entrevistei na grande BH, “Contagem”, recebe mensalmente R$ 600,00. Ela ainda tem um acordo com os síndicos de 6(seis) condomínios da região onde ela mora. Ela levanta 4 hs da manhã para coletar esse material disponibilizado para ela nos condomínios. As 6½hs ela leva seu filho para a escola. As 8 horas ela começa a trabalhar no barracão de reciclagem. Segundo a Da Mara, tem mês que a renda que ela consegue com o fornecimento desse material reciclável é maior do que a sua retirada mensal. Ela já tem seu próprio barracão, tem TV 29”, DVD, geladeira, fogão de 6 bocas, tudo pago além de toda a mobília do barracão. Ela já pensa inclusive na compra de um carro. Ela afirma que trabalha duro todo dia. Esse exemplo é muito bom para se ter uma idéia, de como é fácil a gente resolver os problemas sociais de nossa periferia.
Uma cooperativa dessas deverá produzir material para ser vendido as indústrias. Deve-se evitar a todo custo trabalhar com atravessadores porque esse tipo de gente só quer para eles.
A cooperativa irá produzir; papéis em fardos que poderão chegar a 200 kg: papel jornal, papel branco, papelão, papel colorido, sucata de ferro, metal, cobre e alumínio. Fardos de lataria e de latinha de alumínio. Cacos de vidros, e frascos diversos de vidro tudo para vender a Santa Marina.
A primeira diretoria da cooperativa deverá ser escolhida pela comissão gestora.
Porque só ela terá capacidade de analisar cada um dos cooperados, e assim escolher aqueles que têm maior capacidade para exercer uma função dentro da diretoria da cooperativa.
A comissão gestora da cooperativa terá que trazer pessoas capacitadas de fora como a Da Mara para membros da cooperativa. Na capacitação dos membros da diretoria a comissão gestora poderá também pedir a ajuda do SEBRAE.
A comissão gestora deverá contactar com as indústrias compradoras desses materiais reciclados, para encaminhar e negociar as vendas de material.
A Santa Marina é a única compradora de cacos de vidros e frascos inteiros de formas e tamanhos diversos no país.
E ela manda seus caminhões apanhar aqui o material preparado.
Ela tem um entreposto para essa coleta na grande BH. É um gaucho lá do bairro Betânia.
Os cacos depois de lavados, deverão serem ensacados em sacos de 50 Kg.
Já os frascos deverão serem embalados em caixas de madeira, muito bem embalados protegidos com papel.
A nova administração de nossa cidade deverá urgentemente manter contato com as universidades da cidade visando firmar convênio com uma delas para montagem desse projeto. O governo federal disponibilizou 15 bilhões de reais para o financiamento de projetos sociais. Só para o exercício de 2009, mas o país é muito grande e esse recurso só vai aturar até o meio do ano. Aquele que demorar a montar o seu projeto vai ficar sem a sua aprovação porque tem muita gente já trabalhando a bastante tempo nos seus projetos.
Hoje só mesmo o prefeito que não quiser resolver os problemas sociais de sua cidade, por incapacidade de sua acessoria ou mesmo por incapacidade própria não irá fazê-lo. Porque as facilidades hoje são muito grandes.
O prefeito Dr. Luiz Tadeu Leite vai resolver todos os problemas sociais de nossa periferia e zona rural.
O momento é excelente. Só que sem ele envolver as universidades em seus diversos projetos, que serão muitos, ele não conseguirá mantê-los em funcionamento. Porque todos esses projetos são carregados de detalhes intrincados que necessita de pessoas muito bem preparadas tecnicamente para cumprir todas as exigências dos órgãos do governo nesse tipo de empreendimentos.
Essas pessoas das universidades que irão prestar serviços nessa cooperativa ou em outros projetos pelo convênio, que será celebrado com a prefeitura, porque a cooperativa e mesmo os outros empreendimentos sociais que o prefeito irá montar será para resolver o problema social das pessoas carentes envolvidas neles, e por isso esse tipo de empreendimento não tem espaço para se tirar recursos para remunerar técnicos, ou pessoal especializado que irá prestar acessoria ao projeto.
Esses projetos estão dentro da política do governo federal no sentido de melhorar a distribuição de renda, no país.
Por isso volto a lembrar!...
Esse país só vai desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
* josegmendonca@gmail.com
COOPERATIVA ESPECIAL DOS PRODUTORES DE FLORES, MUDAS E PLANTAS PARA DEFICIENTES FÍSICOS
José Geraldo Mendonça*
Esse será um projeto que irá alcançar destaque em todo o país. Esse projeto prevê a transformação daquela área que recebeu do nosso saudoso Marão o nome de Parque Guimarães Rosa, em uma monumental floricultura produtiva, onde serão produzidas flores: Gérberas, lírios, palmas holandesas, copo de leite branco amarelo e bicolores, crisântemos para corte e vasos, violetas africanas em vasos e centenas de variedades de plantas ornamentais em saquinhos, a partir de sementia, estaquia, alporquia, enchertia e divisão de toceiras.
As pessoas apreenderão a fazer decoração em igrejas e outros locais para festas e casamentos. Arranjos florais para presente e coroas para funerais . O campo é infinito. Há muitas atividades a serem exercidas dentro deste projeto pelos cooperados.
Há uma corrente que prefere que este projeto seja implantado debaixo da rede da Cemig. Entretanto e impossível de se implantar um projeto desses naquele local. A área e flexionada e não se pode construir debaixo da rede elétrica, a legislação não permite.
A área do Parque é a ideal. Aquelas árvores que estão se desenvolvendo naquele local servirão de suporte para as boguenviles que irão cobrir as suas copas com um manto de flores lindíssima que poderão ser de varias cores.
Os canteiros de hemerocales poderão cobrir grandes áreas dos canteiros do Parque porque esse lírio não precisa ser plantado em estufa, sendo que existem muitas variedades de cores desse lírio, e até mesmas espécies de varias cores ao mesmo tempo, formando flores lindíssimas que enfeitarão os canteiros.
Os crisântemos também poderão ser cultivados em canteiros fora da estufa para ornamentar o local. E também existem roseiras modificadas pela engenharia genética, que produzem flores lindíssimas de tamanho grande e em cachos com varias flores, que poderão enfeitar maravilhosamente aquele local, pois são variedades melhoradas, rosas cerca viva, rosa bisquit, mini rosas e rosas sempre floridas polianta, super-semper-florens, que produzem flores em abundancia o ano todo. Nas estufas que deverão ser construídas na extremidade sul daquela área, serão cultivados: Gerberas, lírios especiais em varias variedades(amarílis, beladonna, hedichiun, hemerocallis inéditos, estrelízia), rosas flor grande hibridas de chá para corte e varias cores, crisântemos em vasos e para corte, palmas holandesas nas cores branca, amarela, rosa e vermelha, onde serão plantadas diariamente 10 dúzias de bulbos de cada uma dessas cores, com isso garantir-se-á ao projeto a produção de 10 dúzias de palmas de cada uma dessas cores por dia, assim que começar colheita o ano todo. Angélicas poderão ser plantadas em estufas para produzir flores para corte. A loja deverá ser construída na extremidade norte, de frente para a avenida, um prédio imponente em arco e vidro para valorizar ainda mais aquele local. Aquele espaço entre a extremidade norte onde ficarão a loja e o sul onde irão se localizar as estufas e as demais construções como deposito, galpões, oficinas a instalações onde serão armazenados os adubos orgânicos, terra e outros. Na área intermediaria entre as duas extremidades, serão construídas alamedas para circulação dos visitantes, lagos para criação de peixes ornamentais, canteiros para plantio de plantas e folhagens que serão ali comercializadas, áreas de lazer para uso dos visitantes, por isto o local será uma das maiores atrações turísticas da cidade, e será muito freqüentada sem duvida pela população e vistantes.
Construção de restaurante e lanchonetes naquele local. Construções rústicas com uso exclusivas de madeiras e telhas de barro. Eu comecei um entendimento com uma equipe da Unimontes para montagem desse projeto. Eu notei que eles ficaram um pouco amedrontados, achando que o nosso projeto é muito grande. Entretanto como ele é um projeto com finalidade social, terá que ser a altura de nossa demanda, e necessidades. Há muito deficiente abandonado em nossa cidade, e esse projeto pretende devolver a cidadania a essa camada dos esquecidos de nossa cidade.
Esse outro projeto precisa da participação de uma Universidade. Ele é um projeto de uma atividade muito rentável, e que, por isto, irá movimentar muito dinheiro.
O Estatuto dessa Cooperativa Especial provê uma diretoria formada só pelos cooperados. O tesoureiro da Cooperativa assinara os cheques da firma, entretanto o cheque para valer terá que ter a assinatura do Presidente do conselho gestor do projeto. Esse conselho devera ser formado por pessoas ligadas a uma Universidade que assumira o projeto. Não devera ser permitido pessoas ligadas à política. Os cooperados irão cuidar de todo o projeto e daquela área, e eles farão a manutenção, assim como a vigilância da área e sem ônus para a Prefeitura, difernte dos outros parques.
Este projeto abrigará umas 300 pessoas, se bem que terá que começar bem pequeno, pois terão que passar por cursos de capacitação para com isto ficarem habilitados para ocupar uma função no projeto. E como serão pessoas deficientes terão que ser capacitadas de acordo com as usas habilidades e limitações. Essas atividades que de uma forma geral são atividades agrícolas são muito fácil de se aprender e praticar. Essa será mais uma idéia do professor Mendonça. Para quem não credita que esse projeto não irá dar certo eu lembro aqui da Escola Técnica do Alto São João é uma idéia minha, que na época saiu do papel, porque teve apoio dos Doutores Fabio Pimenta e Armênio Veloso do NAE, do empresário Mario Ribeiro e do nosso amigo, então Prefeito, Dr. Pedro Santos, e depois, o Prefeito Dr. Moacir Lopes que assumiu o projeto, depois que eu mudei para Belo Horizonte para cuidar da saúde do meu filho, José Geraldo Mendonça Júnior.
* josegmendonca@gmail.com
Esse será um projeto que irá alcançar destaque em todo o país. Esse projeto prevê a transformação daquela área que recebeu do nosso saudoso Marão o nome de Parque Guimarães Rosa, em uma monumental floricultura produtiva, onde serão produzidas flores: Gérberas, lírios, palmas holandesas, copo de leite branco amarelo e bicolores, crisântemos para corte e vasos, violetas africanas em vasos e centenas de variedades de plantas ornamentais em saquinhos, a partir de sementia, estaquia, alporquia, enchertia e divisão de toceiras.
As pessoas apreenderão a fazer decoração em igrejas e outros locais para festas e casamentos. Arranjos florais para presente e coroas para funerais . O campo é infinito. Há muitas atividades a serem exercidas dentro deste projeto pelos cooperados.
Há uma corrente que prefere que este projeto seja implantado debaixo da rede da Cemig. Entretanto e impossível de se implantar um projeto desses naquele local. A área e flexionada e não se pode construir debaixo da rede elétrica, a legislação não permite.
A área do Parque é a ideal. Aquelas árvores que estão se desenvolvendo naquele local servirão de suporte para as boguenviles que irão cobrir as suas copas com um manto de flores lindíssima que poderão ser de varias cores.
Os canteiros de hemerocales poderão cobrir grandes áreas dos canteiros do Parque porque esse lírio não precisa ser plantado em estufa, sendo que existem muitas variedades de cores desse lírio, e até mesmas espécies de varias cores ao mesmo tempo, formando flores lindíssimas que enfeitarão os canteiros.
Os crisântemos também poderão ser cultivados em canteiros fora da estufa para ornamentar o local. E também existem roseiras modificadas pela engenharia genética, que produzem flores lindíssimas de tamanho grande e em cachos com varias flores, que poderão enfeitar maravilhosamente aquele local, pois são variedades melhoradas, rosas cerca viva, rosa bisquit, mini rosas e rosas sempre floridas polianta, super-semper-florens, que produzem flores em abundancia o ano todo. Nas estufas que deverão ser construídas na extremidade sul daquela área, serão cultivados: Gerberas, lírios especiais em varias variedades(amarílis, beladonna, hedichiun, hemerocallis inéditos, estrelízia), rosas flor grande hibridas de chá para corte e varias cores, crisântemos em vasos e para corte, palmas holandesas nas cores branca, amarela, rosa e vermelha, onde serão plantadas diariamente 10 dúzias de bulbos de cada uma dessas cores, com isso garantir-se-á ao projeto a produção de 10 dúzias de palmas de cada uma dessas cores por dia, assim que começar colheita o ano todo. Angélicas poderão ser plantadas em estufas para produzir flores para corte. A loja deverá ser construída na extremidade norte, de frente para a avenida, um prédio imponente em arco e vidro para valorizar ainda mais aquele local. Aquele espaço entre a extremidade norte onde ficarão a loja e o sul onde irão se localizar as estufas e as demais construções como deposito, galpões, oficinas a instalações onde serão armazenados os adubos orgânicos, terra e outros. Na área intermediaria entre as duas extremidades, serão construídas alamedas para circulação dos visitantes, lagos para criação de peixes ornamentais, canteiros para plantio de plantas e folhagens que serão ali comercializadas, áreas de lazer para uso dos visitantes, por isto o local será uma das maiores atrações turísticas da cidade, e será muito freqüentada sem duvida pela população e vistantes.
Construção de restaurante e lanchonetes naquele local. Construções rústicas com uso exclusivas de madeiras e telhas de barro. Eu comecei um entendimento com uma equipe da Unimontes para montagem desse projeto. Eu notei que eles ficaram um pouco amedrontados, achando que o nosso projeto é muito grande. Entretanto como ele é um projeto com finalidade social, terá que ser a altura de nossa demanda, e necessidades. Há muito deficiente abandonado em nossa cidade, e esse projeto pretende devolver a cidadania a essa camada dos esquecidos de nossa cidade.
Esse outro projeto precisa da participação de uma Universidade. Ele é um projeto de uma atividade muito rentável, e que, por isto, irá movimentar muito dinheiro.
O Estatuto dessa Cooperativa Especial provê uma diretoria formada só pelos cooperados. O tesoureiro da Cooperativa assinara os cheques da firma, entretanto o cheque para valer terá que ter a assinatura do Presidente do conselho gestor do projeto. Esse conselho devera ser formado por pessoas ligadas a uma Universidade que assumira o projeto. Não devera ser permitido pessoas ligadas à política. Os cooperados irão cuidar de todo o projeto e daquela área, e eles farão a manutenção, assim como a vigilância da área e sem ônus para a Prefeitura, difernte dos outros parques.
Este projeto abrigará umas 300 pessoas, se bem que terá que começar bem pequeno, pois terão que passar por cursos de capacitação para com isto ficarem habilitados para ocupar uma função no projeto. E como serão pessoas deficientes terão que ser capacitadas de acordo com as usas habilidades e limitações. Essas atividades que de uma forma geral são atividades agrícolas são muito fácil de se aprender e praticar. Essa será mais uma idéia do professor Mendonça. Para quem não credita que esse projeto não irá dar certo eu lembro aqui da Escola Técnica do Alto São João é uma idéia minha, que na época saiu do papel, porque teve apoio dos Doutores Fabio Pimenta e Armênio Veloso do NAE, do empresário Mario Ribeiro e do nosso amigo, então Prefeito, Dr. Pedro Santos, e depois, o Prefeito Dr. Moacir Lopes que assumiu o projeto, depois que eu mudei para Belo Horizonte para cuidar da saúde do meu filho, José Geraldo Mendonça Júnior.
* josegmendonca@gmail.com
CLUBE ESCOLA
José Geraldo Mendonça*
Para aqueles que não amam a nossa cidade e estão criticando e condenando a idéia de se criar o Clube Escola na Praça de Esportes, eu lembro que já existe uma idéia similar, aqui mesmo perto em BH, que é “O Fica Vivo”.
Essas idéias são de programas inovadores e criativos de combate à violência e a criminalidade. O Fica Vivo, criado em BH, tem a participação e parceria das Policias Militar e Civil, poder público, entidades de Classe e Clubes de Serviço, ONGs e das comunidades envolvidas por essa iniciativa e principalmente pelo Governo do Estado, das prefeituras daquela metrópole e do Governo Federal. Combinando ações preventivas e de mobilização social, que incluem oficinas de esporte, cultura e cursos profissionalizantes.
Lá apesar de que a criação do O Fica Vivo, ser recente, já tem o que comemorar, porque apresenta resultados animadores nas regiões onde foi implantado, com a redução de 50% no índice de criminalidade entre os jovens entre 12 a 25 anos. Com os resultados alcançados pelo O Fica Vivo, Minas prova que a prevenção é o melhor caminho no combate a delinqüência e a violência. Esse programa “O Fica Vivo”, é uma idéia bem próxima da do “Clube Escola” a ser criado aqui naquele elefante branco que é a “Praça de Esportes”, pois tem os mesmos objetivos que são os de proteger e cuidar de nossas crianças e adolescentes. Lá em BH, as pessoas conscientes de suas responsabilidades sociais já criaram “O Fica Vivo” e apesar do pouco tempo criado já estão festejando porque os resultados apresentados são auspiciosos.
Investir em defesa social é investir na melhoria de vida de todos nós.
O governo do Estado tem demonstrado que está atento a todas as suas responsabilidades no combate a violência no Estado.
Ele tem investido maciçamente no setor. Entretanto as providências tomadas pelo governo até agora são repressivas, que podemos classificá-las de curativas, tais como: Integração das policias nas ações policiais, contratação de mais policiais, aquisição de mais viaturas e tecnologias, construção de novos institutos de confinamento para reeducação, criação da guarda penitenciária liberando os policiais para os trabalhos nas ruas. Isso tudo são ações repressivas e são muito caras, mas não resolve o problema da violência, porque não combate a pobreza e o abandono que são geradoras da violência.
Até agora todas as medidas tomadas aqui em nossa cidade foram medidas paliativas e ridiculamente paupérrimas de objetivos, por isso não surtiram o menor efeito até agora.
Já está mais que na hora de tomarmos medidas mais criativas e objetivas, para que alcancemos resultados mais positivos.
Já chega de tantas mazelas e de fazer de conta que esse problema social gravíssimo não é da alçada do prefeito, nem tão pouco de nossa sociedade como um todo.
Esse país só vai desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
Chega de achar que o problema não é nosso, e que não estamos nem ai para esse problema. Tudo que acontece ao nosso redor é de responsabilidade de todos nós sim!...
A qualidade de vida em nossa cidade já está alcançando níveis alarmantes de violência. Não dá para ficarmos de braços cruzados esperando que alcance os níveis do Rio e São Paulo, onde já se vive um clima de guerra civil.
Por conseguinte, esta é verdadeiramente a hora de começar a fazer alguma coisa para tentar mudar esse quadro que já está instalado aqui.
O Clube Escola é uma iniciativa corajosa e arrojada, mas que poderá trazer muitos benefícios, como melhoria de vida para todos nós, porque irá atingir diretamente no alvo que é o combate à pobreza e o abandono, por isso é preciso que unamos em torno desse projeto.
Entretanto para iniciarmos com esse projeto será preciso que uma de nossas universidades assuma totalmente esse projeto, desde que possa contar com as parcerias das Policias Militar e Civil, Entidades de Classes, Pastorais de Igreja, Clubes de serviço, ONGs, Juizado do menor, Conselho Tutelar e principalmente famílias das nossas crianças envolvidas e da sociedade como um todo.
Entretanto é imprescindível o apoio integral, incontestável e total da Prefeitura, dos Governos do Estado e o da União. Sem um apoio total e principalmente financeiro das três esferas de governo será muito difícil desenvolver este projeto.
Da união nasce a força, portanto vamos unirmos em torno desse projeto para construirmos um futuro melhor para nossos filhos e netos.
Os que virão depois de nós agradecem.
* josegmendonca@gmail.com
Para aqueles que não amam a nossa cidade e estão criticando e condenando a idéia de se criar o Clube Escola na Praça de Esportes, eu lembro que já existe uma idéia similar, aqui mesmo perto em BH, que é “O Fica Vivo”.
Essas idéias são de programas inovadores e criativos de combate à violência e a criminalidade. O Fica Vivo, criado em BH, tem a participação e parceria das Policias Militar e Civil, poder público, entidades de Classe e Clubes de Serviço, ONGs e das comunidades envolvidas por essa iniciativa e principalmente pelo Governo do Estado, das prefeituras daquela metrópole e do Governo Federal. Combinando ações preventivas e de mobilização social, que incluem oficinas de esporte, cultura e cursos profissionalizantes.
Lá apesar de que a criação do O Fica Vivo, ser recente, já tem o que comemorar, porque apresenta resultados animadores nas regiões onde foi implantado, com a redução de 50% no índice de criminalidade entre os jovens entre 12 a 25 anos. Com os resultados alcançados pelo O Fica Vivo, Minas prova que a prevenção é o melhor caminho no combate a delinqüência e a violência. Esse programa “O Fica Vivo”, é uma idéia bem próxima da do “Clube Escola” a ser criado aqui naquele elefante branco que é a “Praça de Esportes”, pois tem os mesmos objetivos que são os de proteger e cuidar de nossas crianças e adolescentes. Lá em BH, as pessoas conscientes de suas responsabilidades sociais já criaram “O Fica Vivo” e apesar do pouco tempo criado já estão festejando porque os resultados apresentados são auspiciosos.
Investir em defesa social é investir na melhoria de vida de todos nós.
O governo do Estado tem demonstrado que está atento a todas as suas responsabilidades no combate a violência no Estado.
Ele tem investido maciçamente no setor. Entretanto as providências tomadas pelo governo até agora são repressivas, que podemos classificá-las de curativas, tais como: Integração das policias nas ações policiais, contratação de mais policiais, aquisição de mais viaturas e tecnologias, construção de novos institutos de confinamento para reeducação, criação da guarda penitenciária liberando os policiais para os trabalhos nas ruas. Isso tudo são ações repressivas e são muito caras, mas não resolve o problema da violência, porque não combate a pobreza e o abandono que são geradoras da violência.
Até agora todas as medidas tomadas aqui em nossa cidade foram medidas paliativas e ridiculamente paupérrimas de objetivos, por isso não surtiram o menor efeito até agora.
Já está mais que na hora de tomarmos medidas mais criativas e objetivas, para que alcancemos resultados mais positivos.
Já chega de tantas mazelas e de fazer de conta que esse problema social gravíssimo não é da alçada do prefeito, nem tão pouco de nossa sociedade como um todo.
Esse país só vai desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
Chega de achar que o problema não é nosso, e que não estamos nem ai para esse problema. Tudo que acontece ao nosso redor é de responsabilidade de todos nós sim!...
A qualidade de vida em nossa cidade já está alcançando níveis alarmantes de violência. Não dá para ficarmos de braços cruzados esperando que alcance os níveis do Rio e São Paulo, onde já se vive um clima de guerra civil.
Por conseguinte, esta é verdadeiramente a hora de começar a fazer alguma coisa para tentar mudar esse quadro que já está instalado aqui.
O Clube Escola é uma iniciativa corajosa e arrojada, mas que poderá trazer muitos benefícios, como melhoria de vida para todos nós, porque irá atingir diretamente no alvo que é o combate à pobreza e o abandono, por isso é preciso que unamos em torno desse projeto.
Entretanto para iniciarmos com esse projeto será preciso que uma de nossas universidades assuma totalmente esse projeto, desde que possa contar com as parcerias das Policias Militar e Civil, Entidades de Classes, Pastorais de Igreja, Clubes de serviço, ONGs, Juizado do menor, Conselho Tutelar e principalmente famílias das nossas crianças envolvidas e da sociedade como um todo.
Entretanto é imprescindível o apoio integral, incontestável e total da Prefeitura, dos Governos do Estado e o da União. Sem um apoio total e principalmente financeiro das três esferas de governo será muito difícil desenvolver este projeto.
Da união nasce a força, portanto vamos unirmos em torno desse projeto para construirmos um futuro melhor para nossos filhos e netos.
Os que virão depois de nós agradecem.
* josegmendonca@gmail.com
domingo, 15 de março de 2009
MARIA DA CRUZ – A HEROÍNA DO ALTO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO
* José Geraldo Mendonça
Dona Maria da Cruz era pertencente à família da Torre, e casada com Salvador Cardoso de Oliveira, que era sobrinho de Matias Cardoso de Almeida, fundador das Comunidades de Morrinhos, Amparo e São Romão, além de outras menores nas barrancas do Rio, como Porto de Salgados (hoje Cidade de Januário). Tinha uma filha casada com Domingos Martins Pereira, que era irmão do Vigário Geral da Bahia. Ela era uma pessoal maguinanima, caridosissima, dotado de um espírito verdadeiramente cristão. A casa grande de sua fazenda, Pedras de Baixo era um orfanato. Ela sustentava e cuidava dos enfermos e inválidos. Provia a educação dos menores, pagando os mestres de leitura, música e ofício. Casava as moças e empregava os jovens. Mantinha o culto religioso na capela da fazenda. Era a vida e alma daquela região. A sua Fazenda Pedras de Baixo era administrada com maestria por sua proprietária Dona Maria. Tudo se tornava mais fácil para ela, uma vez que todos a adoravam como a uma santa.
Na revolta contra a cobrança pelos quintos atrasados pelo Governador Martinho Mendonça, ela e seu filho Pedro Cardoso de Oliveira, foram considerados os cabeças do movimento por causa do prestígio que desfrutavam nos altos sertões do São Francisco e Rio Verde.
Tudo começou quando o filho do Mestre de Campo Antônio Gonçalves Figueira, fundador das Fazendas: Brejo Grande, no Rio Pardo, Olhos D´agua e Boa Vista, em Gameleira, Jaíba, no Rio Verde, e Fazenda dos Montes Claros, foi preso na Fazenda dos Montes Claros, onde estava residindo como administrador da mesma, desde que o seu pai voltou para a sua Vila natal, Santos, onde pretendia passar o resto dos seus dias ao lado dos amigos e parentes. Sendo que a prisão de André Gonçalves Figueira na Fazenda dos Montes Claros não tem registro, segundo Diogo de Vasconcelos, no seu livro “Histórias Antigas de Minas”. E segundo ele tudo se deu por causa da devassa, que era como se chamava a cobrança dos impostos atrasados, o quinto. Sendo que tudo começou quando o Rei de Portugal designou para Governador da Província de Minas Gerais o Fidalgo Português Gomes Freire de Andrade, em 1735. O Gomes Freire era um homem maneiroso, que apoiado com o prestígio do seu nome, aliado ao bom senso e uma boa dose de tolerância, resolveu não cobrar os quintos atrasados, condição imposta pelo Rei de Portugal, conseguindo com isto exercer a lei dentro da boa ordem e normalidade. Mas o Rei de Portugal queria mais e mais ouro. Insatisfeito com a administração de Gomes Freire, chamou-o ao Rio de Janeiro e mandou em seu lugar para o Governo das Minas Gerais o truculento Martinho Mendonça com a incumbência de receber os impostos atrasados. E para intimidar os contribuintes que estavam em atraso com os impostos cobrados pelo Rei, o quinto, que depois que a produção do ouro na Província entrou em declínio, resolveu que todos os cidadãos daquele momento em diante teriam que pagar o quinto para que a arrecadação na Colônia não tivesse uma queda acentuada, prejudicando os interesses da Coroa Portuguesa. Com isto os fazendeiros, comerciantes e artesões passaram a pagar o quinto que antes só era cobrado dos garimpeiros e negociantes daquele metal. O Martinho Mendonça organizava as expedições que acompanhavam o seu emissário para aplicar a devassa. O povo das Minas Gerais não aceitava passivamente aquela ação do Governador da Província e reagiam á bala. A primeira se deu barra do Rio das Velhas. A expedição que chegou ali acompanhando o Juiz de Papagaio (Curvelo), Alexandre de Souza Flores, foi recebido à bala pelo Coronel Antônio Tinoco Barcelos e sua gente. No Urucuia não foi diferente. O jovem Matias Cardoso de Oliveira, que era um dos filhos de Dona Maria da Cruz, enxotou o emissário de Matinho Mendonça à bala. Diogo de Vasconcelos deduz daí que a expedição que veio a Fazenda dos Montes Claros tinha um contingente maior de força porque apesar de ter sido rechaçado à bala pelo jovem André Gonçalves Figueira, conseguiu domina-lo e prendê-lo. E segundo consta o incidente da Fazenda Montes Claros não tem registros, mas Dr. Hermes Augusto de Paula acreditava que a contenda ali foi muito seria, pois o André Gonçalves Figueira foi degredado para Angola. E com a prisão deste a Fazenda dos Montes Claros ficou entregue aos agregados. O Sargento-Mor Manoel Ângelo, primogênito de Antônio Gonçalves Figueira assumiu a administração da Fazenda. E foi ele que vendeu a Fazenda ao Alferes José Lopes de Carvalho em 1758, convencido que não era a dele aquela vida no meio rural. A atitude do Governador da Província das Minas Gerais desencadeou um clima de revolta e descontentamento muito forte no povo do Alto Sertão do São Francisco e Rio Verde. Por isto começou a ser organizado um exercito de aproximadamente quinze mil (15.000) homens (segundo o antropólogo Dr. João Batista de Almeida Costa) para marchar contra Vila Rica e derrubar o Governador da Província de Minas Gerais, Martinho Mendonça. E tudo estava preparado para no dia aprazado as forças revolucionarias atacarem Vila Rica.
Aconteceu, porém que o Padre Antônio Mendes Santiago, um dos chefes da revolução, atacou a expedição do Emissário do Governador que foi a São Romão fazer a devassa. Eles foram dominados e presos, mas por poucos dias, porque Domingos Alves Maciel, que não havia aderido ao movimento, pois era inimigo dos Cardoso, resolveu defender os homens do Governador. E invadiu o arraial de São Romão com o seu pessoal atacando o Padre Antônio Mendes Santiago, sem dar tempo de ele pedir ajuda aos seus amigos, e libertou todos da Expedição do Governador. O Domingos Alves Maciel comandava um bando de homens da pior espécie, indisciplinados e violentos. O Arraial de São Romão se entregou sem oferecer a menor resistência para evitar o pior, mas não deixou de sofrer os saques e todo tipo de violência dos homens de Domingos Maciel. Incontinente Pedro Cardoso invadiu o Arraial de São Romão e expulsou o Domingos Maciel e sua gente e restabeleceu a ordem naquela comunidade. Pedro Cardoso era completamente avesso ao banditismo. Os homens de Domingos Maciel, após o incidente romperam com o seu comando e saíram para o sertão das Gerais invadindo tudo, matando animais, queimando fazendas, saqueado, assassinando e cometendo toda sorte de violências por onde passavam. Ao Pedro Cardoso não restou outra alternativa se não partir em busca desses bandidos e combate-los até exterminar com todos eles. Com isto a idéia da revolta ficou em segundo plano e esfriou já que o perigo do banditismo era mais eminente naquele momento.
O Governador Martinho Mendonça se pôs calmo, afinal ele acabou com a revolta sem gastar um só tiro. A vista do fracasso dos revoltosos o Governador se organizou para com a ajuda dos Dragões (Polícia Especial do Governo Português na Colônia) prenderem todos os chefes da revolta. Mas aconteceu que todos fugiram para lugares ermos e desconhecidos do sertão das Gerais. E um dia quando a vida já havia voltado ao normal para todo mundo e as pessoas já estavam cuidando dos seus afazeres chegou a Fazenda das Pedras de Baixo, o Ministro Manoel Dias, e procurou a Dona Maria da Cruz solicitando-lhe a presença em São Romão para prestar algumas informações. Mas somente depois de embarcada foi que ela descobriu que estava presa. Em São Romão juntou-se a Pedro Cardoso e outros Chefes já aprisionados e todos foram levados para Vila Rica e, em seguida, para Salvador. E lá na Bahia começaram os interrogatórios e no decorrer do mesmo Pedro Cardoso assumiu sozinho toda a responsabilidade da revolta alegando que apenas usou o prestígio e nome da sua mãe, Maria da Cruz, para tentar organizar o movimento contra o quinto e que ela era inocente, assim como todos os outros prisioneiros ali presentes. O Vigário Geral da Bahia que conhecia muito bem as obras sociais de Dona Maria da Cruz e todos os outros prisioneiros ali presentes, porque naquela época essa região do Alto Sertão do São Francisco até o Rio das Velhas fazia parte da Província da Bahia, intercedeu junto às autoridades portuguesas conseguindo as suas libertações. Dona Maria da Cruz voltou para a sua Fazenda e sua gente e Pedro Cardoso foi degredado pela Coroa Portuguesa. E este foi o primeiro episódio da Inconfidência em Minas Gerais e foi chamada de Inconfidência Sanfranciscana (segundo o Antropólogo Dr. João Batista de Almeida Costa). E este assunto é marcado de muitos pontos obscuros por falta de registros oficiais e o que se sabe é baseado em relatos orais obtidos por alguns pesquisadores. Sendo que seria imprescindível que se pesquise mais sobre este assunto que é importantíssimo para o Norte de Minas, já que em breve seremos um novo Estado da União.
Fonte: PAULA, Hermes Augusto. Montes Claros – Sua História, Sua Gente e Seus Costumes. 2ª Ed., Montes Claros, 1979;
VASCONCELOS, Diogo. Histórias Antigas de Minas, 1ª Ed.
Relato do Dr. João Batista de Almeida Costa em entrevista a TV Geraes.
* mendonca_josegeraldo@yahoo.com.br
Dona Maria da Cruz era pertencente à família da Torre, e casada com Salvador Cardoso de Oliveira, que era sobrinho de Matias Cardoso de Almeida, fundador das Comunidades de Morrinhos, Amparo e São Romão, além de outras menores nas barrancas do Rio, como Porto de Salgados (hoje Cidade de Januário). Tinha uma filha casada com Domingos Martins Pereira, que era irmão do Vigário Geral da Bahia. Ela era uma pessoal maguinanima, caridosissima, dotado de um espírito verdadeiramente cristão. A casa grande de sua fazenda, Pedras de Baixo era um orfanato. Ela sustentava e cuidava dos enfermos e inválidos. Provia a educação dos menores, pagando os mestres de leitura, música e ofício. Casava as moças e empregava os jovens. Mantinha o culto religioso na capela da fazenda. Era a vida e alma daquela região. A sua Fazenda Pedras de Baixo era administrada com maestria por sua proprietária Dona Maria. Tudo se tornava mais fácil para ela, uma vez que todos a adoravam como a uma santa.
Na revolta contra a cobrança pelos quintos atrasados pelo Governador Martinho Mendonça, ela e seu filho Pedro Cardoso de Oliveira, foram considerados os cabeças do movimento por causa do prestígio que desfrutavam nos altos sertões do São Francisco e Rio Verde.
Tudo começou quando o filho do Mestre de Campo Antônio Gonçalves Figueira, fundador das Fazendas: Brejo Grande, no Rio Pardo, Olhos D´agua e Boa Vista, em Gameleira, Jaíba, no Rio Verde, e Fazenda dos Montes Claros, foi preso na Fazenda dos Montes Claros, onde estava residindo como administrador da mesma, desde que o seu pai voltou para a sua Vila natal, Santos, onde pretendia passar o resto dos seus dias ao lado dos amigos e parentes. Sendo que a prisão de André Gonçalves Figueira na Fazenda dos Montes Claros não tem registro, segundo Diogo de Vasconcelos, no seu livro “Histórias Antigas de Minas”. E segundo ele tudo se deu por causa da devassa, que era como se chamava a cobrança dos impostos atrasados, o quinto. Sendo que tudo começou quando o Rei de Portugal designou para Governador da Província de Minas Gerais o Fidalgo Português Gomes Freire de Andrade, em 1735. O Gomes Freire era um homem maneiroso, que apoiado com o prestígio do seu nome, aliado ao bom senso e uma boa dose de tolerância, resolveu não cobrar os quintos atrasados, condição imposta pelo Rei de Portugal, conseguindo com isto exercer a lei dentro da boa ordem e normalidade. Mas o Rei de Portugal queria mais e mais ouro. Insatisfeito com a administração de Gomes Freire, chamou-o ao Rio de Janeiro e mandou em seu lugar para o Governo das Minas Gerais o truculento Martinho Mendonça com a incumbência de receber os impostos atrasados. E para intimidar os contribuintes que estavam em atraso com os impostos cobrados pelo Rei, o quinto, que depois que a produção do ouro na Província entrou em declínio, resolveu que todos os cidadãos daquele momento em diante teriam que pagar o quinto para que a arrecadação na Colônia não tivesse uma queda acentuada, prejudicando os interesses da Coroa Portuguesa. Com isto os fazendeiros, comerciantes e artesões passaram a pagar o quinto que antes só era cobrado dos garimpeiros e negociantes daquele metal. O Martinho Mendonça organizava as expedições que acompanhavam o seu emissário para aplicar a devassa. O povo das Minas Gerais não aceitava passivamente aquela ação do Governador da Província e reagiam á bala. A primeira se deu barra do Rio das Velhas. A expedição que chegou ali acompanhando o Juiz de Papagaio (Curvelo), Alexandre de Souza Flores, foi recebido à bala pelo Coronel Antônio Tinoco Barcelos e sua gente. No Urucuia não foi diferente. O jovem Matias Cardoso de Oliveira, que era um dos filhos de Dona Maria da Cruz, enxotou o emissário de Matinho Mendonça à bala. Diogo de Vasconcelos deduz daí que a expedição que veio a Fazenda dos Montes Claros tinha um contingente maior de força porque apesar de ter sido rechaçado à bala pelo jovem André Gonçalves Figueira, conseguiu domina-lo e prendê-lo. E segundo consta o incidente da Fazenda Montes Claros não tem registros, mas Dr. Hermes Augusto de Paula acreditava que a contenda ali foi muito seria, pois o André Gonçalves Figueira foi degredado para Angola. E com a prisão deste a Fazenda dos Montes Claros ficou entregue aos agregados. O Sargento-Mor Manoel Ângelo, primogênito de Antônio Gonçalves Figueira assumiu a administração da Fazenda. E foi ele que vendeu a Fazenda ao Alferes José Lopes de Carvalho em 1758, convencido que não era a dele aquela vida no meio rural. A atitude do Governador da Província das Minas Gerais desencadeou um clima de revolta e descontentamento muito forte no povo do Alto Sertão do São Francisco e Rio Verde. Por isto começou a ser organizado um exercito de aproximadamente quinze mil (15.000) homens (segundo o antropólogo Dr. João Batista de Almeida Costa) para marchar contra Vila Rica e derrubar o Governador da Província de Minas Gerais, Martinho Mendonça. E tudo estava preparado para no dia aprazado as forças revolucionarias atacarem Vila Rica.
Aconteceu, porém que o Padre Antônio Mendes Santiago, um dos chefes da revolução, atacou a expedição do Emissário do Governador que foi a São Romão fazer a devassa. Eles foram dominados e presos, mas por poucos dias, porque Domingos Alves Maciel, que não havia aderido ao movimento, pois era inimigo dos Cardoso, resolveu defender os homens do Governador. E invadiu o arraial de São Romão com o seu pessoal atacando o Padre Antônio Mendes Santiago, sem dar tempo de ele pedir ajuda aos seus amigos, e libertou todos da Expedição do Governador. O Domingos Alves Maciel comandava um bando de homens da pior espécie, indisciplinados e violentos. O Arraial de São Romão se entregou sem oferecer a menor resistência para evitar o pior, mas não deixou de sofrer os saques e todo tipo de violência dos homens de Domingos Maciel. Incontinente Pedro Cardoso invadiu o Arraial de São Romão e expulsou o Domingos Maciel e sua gente e restabeleceu a ordem naquela comunidade. Pedro Cardoso era completamente avesso ao banditismo. Os homens de Domingos Maciel, após o incidente romperam com o seu comando e saíram para o sertão das Gerais invadindo tudo, matando animais, queimando fazendas, saqueado, assassinando e cometendo toda sorte de violências por onde passavam. Ao Pedro Cardoso não restou outra alternativa se não partir em busca desses bandidos e combate-los até exterminar com todos eles. Com isto a idéia da revolta ficou em segundo plano e esfriou já que o perigo do banditismo era mais eminente naquele momento.
O Governador Martinho Mendonça se pôs calmo, afinal ele acabou com a revolta sem gastar um só tiro. A vista do fracasso dos revoltosos o Governador se organizou para com a ajuda dos Dragões (Polícia Especial do Governo Português na Colônia) prenderem todos os chefes da revolta. Mas aconteceu que todos fugiram para lugares ermos e desconhecidos do sertão das Gerais. E um dia quando a vida já havia voltado ao normal para todo mundo e as pessoas já estavam cuidando dos seus afazeres chegou a Fazenda das Pedras de Baixo, o Ministro Manoel Dias, e procurou a Dona Maria da Cruz solicitando-lhe a presença em São Romão para prestar algumas informações. Mas somente depois de embarcada foi que ela descobriu que estava presa. Em São Romão juntou-se a Pedro Cardoso e outros Chefes já aprisionados e todos foram levados para Vila Rica e, em seguida, para Salvador. E lá na Bahia começaram os interrogatórios e no decorrer do mesmo Pedro Cardoso assumiu sozinho toda a responsabilidade da revolta alegando que apenas usou o prestígio e nome da sua mãe, Maria da Cruz, para tentar organizar o movimento contra o quinto e que ela era inocente, assim como todos os outros prisioneiros ali presentes. O Vigário Geral da Bahia que conhecia muito bem as obras sociais de Dona Maria da Cruz e todos os outros prisioneiros ali presentes, porque naquela época essa região do Alto Sertão do São Francisco até o Rio das Velhas fazia parte da Província da Bahia, intercedeu junto às autoridades portuguesas conseguindo as suas libertações. Dona Maria da Cruz voltou para a sua Fazenda e sua gente e Pedro Cardoso foi degredado pela Coroa Portuguesa. E este foi o primeiro episódio da Inconfidência em Minas Gerais e foi chamada de Inconfidência Sanfranciscana (segundo o Antropólogo Dr. João Batista de Almeida Costa). E este assunto é marcado de muitos pontos obscuros por falta de registros oficiais e o que se sabe é baseado em relatos orais obtidos por alguns pesquisadores. Sendo que seria imprescindível que se pesquise mais sobre este assunto que é importantíssimo para o Norte de Minas, já que em breve seremos um novo Estado da União.
Fonte: PAULA, Hermes Augusto. Montes Claros – Sua História, Sua Gente e Seus Costumes. 2ª Ed., Montes Claros, 1979;
VASCONCELOS, Diogo. Histórias Antigas de Minas, 1ª Ed.
Relato do Dr. João Batista de Almeida Costa em entrevista a TV Geraes.
* mendonca_josegeraldo@yahoo.com.br
Pode entrar a casa é sua
José Geraldo Mendonça*
O governo federal inaugurou uma nova e produtiva relação com os estados, municípios, terceiro setor e população.
É o portal de convênios que a partir de agora vai viabilizar todas as etapas na realização de um projeto, do credenciamento a prestação de contas. Isso irá reduzir custos operacionais, além de dar mais agilidade ao processo e transparência na utilização de mais de 15 bilhões de reais em recursos públicos só para o exercício do ano de 2009.
O portal de convênios a partir de agora irá viabilizar todas as etapas na realização de um projeto.
Agora só não monta projetos em seu município aquele “prefeito” que não quiser fazer nada pelo seu povo, principalmente os menos favorecidos da sorte.
O governo Lula disponibiliza 15 bilhões de reais só para o ano de 2009.
Os administradores do sul do país são os mais bem preparados e são os mais ágeis na montagem de seus projetos por isso sempre abocanham a maior parte dos recursos disponibilizados pelo governo federal.
Projetos como: Hortas comunitárias, Cooperativa especial para os portadores de necessidades especiais “Floricultura” Clube de mães, Clube escola para amparar nossas crianças e adolescentes, Projetos especiais de apoio aos produtores rurais, Fábricas de farinha e derivados da mandioca, com o apoio da “Embrapa”, fábrica de blocos-social, cooperativa de catadores de lixo, cursos profissionalizantes na construção civil, com a construção de casas para os sem teto, preparando pedreiros, armadores, eletricistas, bombeiros hidráulicos e esgoto, carpinteiros e mestres de obra. Cooperativa de reciclagem dos entulhos disponibilizados pelas caçambas, para produção de areia, brita, cascalho, Associações de criadores de abelhas e outros pequenos animais, cozinhas comunitárias nos povoados da zona rural, para aproveitarem os produtos disponibilizados nas suas propriedades, e um cem número de atividades artesanais que poderão serem desenvolvidas tanto na periferia como na zona rural do município. Esperamos que essa nova administração que começa deva ser dirigida no sentido de resolver os problemas sociais como: pobreza e abandono, que são cruciantes em nosso município já que nenhum outro prefeito até agora levou a sério as suas obrigações para com a população que o elegeu.
Essa abertura do governo Lula só irá facilitar as coisas para os nossos prefeitos.
É só o prefeito exigir que cada um de seus secretários monte o mais rapidamente possível um projeto para beneficiar o povo dentro de sua área de abrangência, principalmente das secretarias de: educação, social e agricultura.
É lembrar!...
Esse país só vai desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
PS.: Onde se nformar:
Ministério de planejamento
Governo federal
Centro de atendimento
SERPRO
0800 978 2329
Centro de atendimento
IBAM
0800 282 9948
Portal convênios:www.covenios.gov.br
É a gestão pública a serviços de mais brasileiros.
* josegmendonca@gmail.com
O governo federal inaugurou uma nova e produtiva relação com os estados, municípios, terceiro setor e população.
É o portal de convênios que a partir de agora vai viabilizar todas as etapas na realização de um projeto, do credenciamento a prestação de contas. Isso irá reduzir custos operacionais, além de dar mais agilidade ao processo e transparência na utilização de mais de 15 bilhões de reais em recursos públicos só para o exercício do ano de 2009.
O portal de convênios a partir de agora irá viabilizar todas as etapas na realização de um projeto.
Agora só não monta projetos em seu município aquele “prefeito” que não quiser fazer nada pelo seu povo, principalmente os menos favorecidos da sorte.
O governo Lula disponibiliza 15 bilhões de reais só para o ano de 2009.
Os administradores do sul do país são os mais bem preparados e são os mais ágeis na montagem de seus projetos por isso sempre abocanham a maior parte dos recursos disponibilizados pelo governo federal.
Projetos como: Hortas comunitárias, Cooperativa especial para os portadores de necessidades especiais “Floricultura” Clube de mães, Clube escola para amparar nossas crianças e adolescentes, Projetos especiais de apoio aos produtores rurais, Fábricas de farinha e derivados da mandioca, com o apoio da “Embrapa”, fábrica de blocos-social, cooperativa de catadores de lixo, cursos profissionalizantes na construção civil, com a construção de casas para os sem teto, preparando pedreiros, armadores, eletricistas, bombeiros hidráulicos e esgoto, carpinteiros e mestres de obra. Cooperativa de reciclagem dos entulhos disponibilizados pelas caçambas, para produção de areia, brita, cascalho, Associações de criadores de abelhas e outros pequenos animais, cozinhas comunitárias nos povoados da zona rural, para aproveitarem os produtos disponibilizados nas suas propriedades, e um cem número de atividades artesanais que poderão serem desenvolvidas tanto na periferia como na zona rural do município. Esperamos que essa nova administração que começa deva ser dirigida no sentido de resolver os problemas sociais como: pobreza e abandono, que são cruciantes em nosso município já que nenhum outro prefeito até agora levou a sério as suas obrigações para com a população que o elegeu.
Essa abertura do governo Lula só irá facilitar as coisas para os nossos prefeitos.
É só o prefeito exigir que cada um de seus secretários monte o mais rapidamente possível um projeto para beneficiar o povo dentro de sua área de abrangência, principalmente das secretarias de: educação, social e agricultura.
É lembrar!...
Esse país só vai desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
PS.: Onde se nformar:
Ministério de planejamento
Governo federal
Centro de atendimento
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0800 978 2329
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Artesanato de palha de milho ganha a Europa
José Geraldo Mendonça*
A participação do SEBRAE na área de inovação, associativo, fiança, atendimento, mercado e design, foi fundamental para que aquele grupo das Marias Artesão, da região de Patos de Minas, Alto Paranaíba, atingissem o estágio que elas alcançaram hoje, com o grupo de senhoras de 60 anos ou mais passando de 12 para 25 artesãs e alcançando esse ano de 2008 renda de R$ 33.000,00 só com exportação de 600 presépios de palha só para a Holanda.
Só não entendo porque aqui em Montes Claros ainda não existe ação do SEBRAE em nenhum setor de alimentos e outros, porque será?
Só pode ser explicado porque os nossos prefeitos nunca interessaram em aproveitar o apoio desse importante órgão do governo para ajudar a nossa população carente, com seus problemas sociais, com montagens de alguma associação de produtores. Porque o SEBRAE é exemplo de ação e operacionalismo em todo o país.
Só quando se tem frente de uma prefeitura um prefeito idealista e altamente sensível com os problemas sociais como o nosso novo prefeito se pode esperar uma mudança substancial nesse setor.
Portanto espero que iremos acabar com a pobreza e o abandono em nosso município porque só assim nós iremos ficar livres dessa violência que hoje assola nossa cidade.
Já que a pobreza e o abandono são os geradores dessa violência que tanto nos incomoda.
E essa pobreza e abandono que a gente vê espalhado por todo o país é ainda herança da famigerada revolução de 64, triste ditadura.
Os militares jogaram os agregados das fazendas contra seus patrões na zona rural provocando aquela verdadeira avalanche de migrantes daqueles pobres coitados para as periferias das cidades, criando assim esses bolsões de pobrezas que hoje geram tanta violência no país.
E só hoje com o governo Lula apareceu alguém preocupado em ajudá-los.
Entretanto não adianta o governo federal criar programas para levar benefícios a essa grande camada de deserdados da sorte que na realidade são vítimas do sistema, se os prefeitos não interessarem em colocá-los em execução em benefício dessa gente, em seu município.
O comum de se vê por ai é os prefeitos tumultuando as coisas como no caso da Bolsa Família, que eles acabam credenciando pessoas de posse, só porque são seus apadrinhados políticos. O ministério do Desenvolvimento e Combate a Fome estima que 800.000 pessoas que hoje recebem a Bolsa Família são de pessoas que não necessitam dessa ajuda, enquanto que outro tanto de pessoas que realmente são carentes estão fora do programa.
É muito triste, mas esse tipo de coisas é muito comum de vê por todo país.
Entretanto o que deveria ser comum de se vê deveria ser os prefeitos levando ao povo todos os benefícios criados pelos governos federal e estadual.
Eu volto a afirmar que o prefeito deverá exigir mais e muito mais de seus assessores diretos “secretários”, para que ele consiga levar mais e mais benefícios para a nossa população. Só assim iremos acabar com a pobreza e o abandono em nosso município, criando aqui um cem número de projetos levando ocupação e renda a essa nossa população já tão judiada de nossa periferia e zona rural.
Eu volto a lembrar!...
Esse país só irá desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
* mendonça_josegraldo@yahoo.com.br
A participação do SEBRAE na área de inovação, associativo, fiança, atendimento, mercado e design, foi fundamental para que aquele grupo das Marias Artesão, da região de Patos de Minas, Alto Paranaíba, atingissem o estágio que elas alcançaram hoje, com o grupo de senhoras de 60 anos ou mais passando de 12 para 25 artesãs e alcançando esse ano de 2008 renda de R$ 33.000,00 só com exportação de 600 presépios de palha só para a Holanda.
Só não entendo porque aqui em Montes Claros ainda não existe ação do SEBRAE em nenhum setor de alimentos e outros, porque será?
Só pode ser explicado porque os nossos prefeitos nunca interessaram em aproveitar o apoio desse importante órgão do governo para ajudar a nossa população carente, com seus problemas sociais, com montagens de alguma associação de produtores. Porque o SEBRAE é exemplo de ação e operacionalismo em todo o país.
Só quando se tem frente de uma prefeitura um prefeito idealista e altamente sensível com os problemas sociais como o nosso novo prefeito se pode esperar uma mudança substancial nesse setor.
Portanto espero que iremos acabar com a pobreza e o abandono em nosso município porque só assim nós iremos ficar livres dessa violência que hoje assola nossa cidade.
Já que a pobreza e o abandono são os geradores dessa violência que tanto nos incomoda.
E essa pobreza e abandono que a gente vê espalhado por todo o país é ainda herança da famigerada revolução de 64, triste ditadura.
Os militares jogaram os agregados das fazendas contra seus patrões na zona rural provocando aquela verdadeira avalanche de migrantes daqueles pobres coitados para as periferias das cidades, criando assim esses bolsões de pobrezas que hoje geram tanta violência no país.
E só hoje com o governo Lula apareceu alguém preocupado em ajudá-los.
Entretanto não adianta o governo federal criar programas para levar benefícios a essa grande camada de deserdados da sorte que na realidade são vítimas do sistema, se os prefeitos não interessarem em colocá-los em execução em benefício dessa gente, em seu município.
O comum de se vê por ai é os prefeitos tumultuando as coisas como no caso da Bolsa Família, que eles acabam credenciando pessoas de posse, só porque são seus apadrinhados políticos. O ministério do Desenvolvimento e Combate a Fome estima que 800.000 pessoas que hoje recebem a Bolsa Família são de pessoas que não necessitam dessa ajuda, enquanto que outro tanto de pessoas que realmente são carentes estão fora do programa.
É muito triste, mas esse tipo de coisas é muito comum de vê por todo país.
Entretanto o que deveria ser comum de se vê deveria ser os prefeitos levando ao povo todos os benefícios criados pelos governos federal e estadual.
Eu volto a afirmar que o prefeito deverá exigir mais e muito mais de seus assessores diretos “secretários”, para que ele consiga levar mais e mais benefícios para a nossa população. Só assim iremos acabar com a pobreza e o abandono em nosso município, criando aqui um cem número de projetos levando ocupação e renda a essa nossa população já tão judiada de nossa periferia e zona rural.
Eu volto a lembrar!...
Esse país só irá desenvolver socialmente a partir do momento em que todos se engajarem nesse processo de forma ética com muita responsabilidade social e espírito de cidadania.
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terça-feira, 10 de março de 2009
O BANDEIRANTE ANTÔNIO GONÇALVES FIGUEIRA E VÁRIOS FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA A COLONIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO NORTE DE MINAS
* José Geraldo Mendonça
Ele nasceu em Santos, Vila do Litoral de São Paulo. Ele era filho primogênito de Dona Maria Gonçalves Figueira (de Itanhaem) e Manoel Afonso Gaia (de Santos).
Ali se transformou em um sertanista famoso, distingui-se sobremaneira na campanha contra os índios ANAIÓS, não somente pela sua bravura, mas também suprindo as poucas forças por astúcia e estratagemas. Durante as suas caçadas dormia caçado para ser o primeiro a levantar e entrar em combate.
Sua primeira viagem ao que hoje se constitui no Norte de Minas foi quando participa na famosa expedição das esmeraldas, do lendário bandeirante Fernão Dias Paes Leme, em que ele saiu de São Paulo no dia 30 de outubro de 1672, com o seu genro Borba Gato e dois filhos. O Figueira nessa expedição era ajudante de ordem de seu cunhado Matias Cardoso de Almeida lugar tenente da expedição.
Outras expedições que também saindo de São Paulo e da Bahia tinham como destino as Minas Gerais:
A de Francisco Bruza de Espinosa e Apicuêlta Navarro que saindo da Bahia chegaram até a região hoje conhecida como Jaíba – 1.553.
Sebastião Fernandes Tourinho – 1.572/3. Antônio Dias Adorno, que chegou em Itacambira, e chegou a colher algumas pedras de esmeraldas na Lagoa Vapabuçu, que ele levou ao Rei de Portugal – 1.676.
Outros também empreenderam viagens a Minas, saindo de São Paulo: André de Leão Glimer – 1.601.
Matias Cardoso de Almeida de 1.672-4, Lourenço de Caetano Taques – 1.668, Antônio Rodrigues Arzão 1.693.
E ainda outros como:
Bartolomeu Bueno da Silveira
Miguel Garcia de Almeida
Antônio Dias de Oliveira
Manuel João Camargo
Padre João de Faria Fialho
Todos esses saíram de São Paulo para Minas Gerais entre os anos de 1.694e 1.698.
Só que nessa viagem que o Figueira fez com a expedição das esmeraldas, tanto ele como o seu cunhado Matias Cardoso desligaram da expedição aqui no Norte de Minas aborrecidos, porque eles rodavam, rodavam e voltaram sempre ao mesmo lugar (hoje conhecido como 7 passagem), a expedição das esmeraldas ficou 7 anos em Minas.
Da 2ª vez, já em 1.691, eles passaram aqui no Norte de Minas, rumo a capitania de Pernambuco, onde iriam fazer a guerra contra o Zumbi de Palmares. O Matias veio na frente trazendo 600 homens e ficou esperando por Figueira na barra do Rio das Velhas (hoje Barra de Guaicuí).
Figueira veio como guia da expedição do Cel. João Amaro, que também trazia 600 homens. Ele veio aproveitando a trilha aberta quando da passagem da expedição das esmeraldas, e aproveitando os pontos de pouso construídos pelo Fernão Dias Paes Leme: Lopo, Viturana e Sumidoro.
Capitão Figueira veio sem parada para descanso até encontrar com Matias na barra do Rio das Velhas.
Dali em diante eles seguiram juntos até Recife na capitania de Pernambuco, onde encontraram o terceiro grupo, o de Domingos Jorge Velho, que havia vindo pelo mar e que também havia trazido outros 600 homens.
Eles então trataram de traçarem as estratégias para essa guerra.
Guerra fria, bem calculada para fazer prisioneiros (escravos).
Zumbi comandava um exército de 30.000 homens: negros escravos fugitivos e Índios ANAIÓS rebelados (segundo Dr. Hermes).
A luta contra Zumbi durou sete anos. Zumbi que depois da queda de Macacos, naquela batalha histórica onde cerca de 500 homens de seu exército despencaram daquele paredão da serra da Barriga, e que durante muitos anos, foi relatada por escritores da época como sendo um suicídio coletivo e que Zumbi teria morrido junto (1.694).
Esses escritores estavam com a cabeça cheia de histórias da antiguidade, e basearam em fatos ocorridos naquela época remota, em que os judeus para não caírem nas mãos dos romanos se lançaram dos paredões de pedra da fortaleza de Massada século I.
Só a partir de 1.960 é que historeografia com a verdadeira história passou a ser aceita, no meio cultural do país.
Depois da queda de Macacos, Zumbi chefiando um pequeno grupo, lutava despreparado para se manter vivo o seu ideal de liberdade. Como esse punhado de bravos passaram a viver escondidos na mata e praticando táticas de guerrilha.
Só que numa dessas escaramuças um de seus homens de confiança foi capturado pelos homens da força dos bandeirantes.
Os homens dos bandeirantes torturaram o prisioneiro, Antônio Soares e o convenceram a levá-los escondidos até o esconderijo de Zumbi.
Quando Antônio Soares chegou em frente ao Zumbi, depois de cumprimentá-lo, o apunhalou a traição executando assim o seu antigo chefe, em 20 de novembro de 1.698.
Os homens dos bandeirantes tomaram o seu corpo, arrancaram-lhe um dos olhos, cortaram a sua mão direita, cortaram o seu pênis que foi enfiado em sua boca, cortaram a sua cabeça que foi salgada e apodreceu espetada na ponta de uma estaca em uma praça pública do Recife.
Terminada assim a guerra, chegou a hora de dividir cordialmente os prisioneiros entre os vencedores.
O Figueira tocou 700 prisioneiros escravos (segundo Dr.Hermes).
Segundo (Isidoro Coelho de Azevedo) o Figueira negociou na partilha, abrindo mão de 500 prisioneiros em troca de todo o rebanho de bovinos e eqüinos capturados dos negros.
Tanto que Matias recebeu 1.200 prisioneiros escravos.
Figueira então desistiu de voltar a São Paulo, veio até Tranqueiras, de lá tomou a trilha aberta por eles quando da passagem rumo a Recife,
Quando ele atingiu o Rio Pardo, parou, escolheu um local na bacia do Rio e montou ali a sua fazenda Brejo Grande hoje povoado, distrito da cidade de Rio Pardo.
Ali na sua fazenda Brejo Grande ele plantou o primeiro canavial, instalou o primeiro engenho de cana e o primeiro alambique e foi ali que foram produzidas as primeiras rapaduras, as primeiras tachadas de açúcar mascavo e a primeira aguardente (cachaça) no hoje estado de Minas Gerais.
Quando ele regressou de Palmares ele trouxe um grande rebanho de bovinos e eqüinos capturados dos negros e que na negociação da partilha ficou para ele (segundo Isidoro Coelho Azevedo).
Ele passou então a criar os seus animais na Fazenda Brejo Grande. Só que essa região era habitada por grandes nações de índios TAPUIAS que começaram a incomodar o Figueira com suas carreiras e emboscadas. Ele então preparou uma nova expedição com aval do vice-rei, e partiu para dominar aqueles indígenas. Ele mostrou a sua bravura, combatendo e vencendo grandes nações de índios contando apenas com nove armas de fogo (segundo Dr. Hermes). Ele seguiu em frente, sempre rumo ao poente, chegou às margens do Rio Gameleira (hoje terras do município de Monte Azul), onde combateu e venceu uma grande nação indígena e montou ali a sua fazenda Olhos D’Água.
Um pouco mais na frente ele enfrentou e venceu, depois de muitos dias de luta, a maior nação indígena da região, que tinha a sua aldeia aí nas margens do rio Jacu das Piranhas (a aldeia Brejal), montou aí a sua fazenda Boa Vista depois de vencidos os índios. Nessa luta ele conseguiu fazer centenas de prisioneiros (escravos). Continuou em frente às margens do Rio Verde, outra luta, outra vitória, contra os índios dali. Ali ele montou a sua fazenda Jaíba (hoje cidade de Jaíba). E esse nome dado por ele à sua fazenda passou a denominar toda essa região mesmo depois de ser montado ali em Mocambinho o maior projeto de irrigação de toda a América Latina.
Nas lutas que ele travou com todas essas nações indígenas, lhe rendeu centenas de prisioneiros (escravos).
Porque ele era especialista em caçar índios desde lá de São Paulo. Ali na sua fazenda Jaíba ele recebeu a doação de uma sesmaria, via alvará do dia 12 de abril de 1.707, de três léguas de comprimento por légua e meia de largura, na cabeceira do Rio Verde, na sua margem esquerda.
Figueira fugindo da região palustosa do Rio Verde instalou a sua fazenda à margem direita do Rio Vieira, no altiplano, local onde hoje está edificado o H.U. Hospital Universitário. Aí na sede de sua fazenda ele construiu a casa residencial, currais, demais instalações e uma pequena capela em louvor a Nossa Senhora.
O padre Antônio Cordeiro de Ávila morador de Papagaios (hoje Curvelo) é quem frequentemente vinha celebrar em sua capela.
Também o padre Antônio Mendes Santiago fazia visitas regulares a sua fazenda dos Montes Claros, e celebrava também aí em sua capela.
Ele era da freguesia de Santo Antônio de Itacambira. Segundo o escritor Diogo de Vasconcelos teria sido ele o padre Antônio Mendes Santiago, o responsável pela construção de centenas de igrejas e capelas em todas as fazendas e povoados por toda essa região, ampliando a prática da fé católica conforme o mesmo escritor.
Outro padre também fez parte da história da fazenda dos Montes Claros, foi o padre Teotônio Azevedo.
O terreno salitroso e as magníficas pastagens nativas indicaram a Figueira o rumo a seguir (a pecuária).
O regime pastoril ali se esboçou como uma sugestão dominadora dos Gerais.
Segundo comentário de Euclides da Cunha que acrescenta, nem faltava para isso sobre a rara fecundidade do solo, um elemento essencial, o sal gratuito nas baixadas salobras dos barreiros.
Constitui-se desta maneira favorecida a extensa zona de criação de gado, que já no alvorecer do século XVIII, dominava toda essa região do Norte de Minas, indo até Goiás, passando para o outro lado do Rio São Francisco, margem esquerda, que naquela época ainda era considerado território de Pernambuco.
Desenvolveram desde o primeiro momento a criação de gado por toda essa região.
A região que era rica em pastos nativos colaborou para a expansão da pecuária.
Além disso, era uma região muito saudável isso colaborou, mostrando ali um gado sempre muito gordo e sadio, e as vacas procriavam com muita rapidez e regularidade. Por isso em muito pouco tempo a criação de gado já dominava toda essa região do Norte de Minas.
Ele era de muita visão, pois logo que chegou à região, colocou uma turma de homens, alargado a picada que eles abriram quando da suas passagens ali rumo à capitania de Pernambuco. Derrubaram matas construindo ali uma estrada acessível para passar com as suas boiadas rumo a Tranqueiras, na Bahia, para negociar ali o seu gado nessa que era a região mais populosa da Colônia. Essa estrada que ele abriu ligando a sua fazenda dos Montes Claros a Tranqueiras, na Bahia, foi denominada “Estrada Nova”, 1.709.
Essa sua estrada Nova passava pela sua fazenda Brejo Grande no Rio Pardo. Hoje o único trecho desta estrada que ainda existe está aí em cima da serra. Ela começa aí em frente a cidade de Monte Azul e vai até Rio Pardo. A região aí em cima da serra é lindíssima. Esse trecho da estrada Nova aí em cima da serra poderá ser transformado em uma excelente atração turística.
Figueira também abriu estradas ligando a sua fazenda dos Montes Claros até Pitangui, Serro e às outras vilas de bacia do Rio da Velhas.
No início o gado era levado e comercializado nessas regiões consumidoras. Com o passar do tempo os tropeiros passaram a virem carregados de sal das regiões produtoras de “Casa Nova”, “Pilão Arcado”, até a sua fazenda dos Montes Claros, aí a carga de sal era vendida ao Capitão Figueira, e eles carregavam com carne de sol para levar para o Nordeste.
Ele passou a abater o gado aí na sua fazenda, as carnes eram salgadas, colocadas para curtir em grandes gamelas de madeira (maceira). Depois as mantas de carne eram colocadas ao sol para secar em jiraus, de varões de madeira. Produzindo assim a carne de sol (Jabá).
Os porcos gordos também eram abatidos, o toucinho, as banhas e a carne: lombo e pernis eram salgados.
Depois enrolavam os panos de toucinho colocando dentro as banhas e as carnes. Tudo era bem amarrado formando uma peça fechada. Os tropeiros vinham de todas as regiões até a fazenda dos Montes Claros para comprar as carnes para levarem para as suas regiões.
Esse sucesso da criação de gado nessa região atraiu para esse lugar aqui nosso Norte de Minas, muita gente contribuindo assim para o povoamento de toda a região.
O rei de Portugal contribuiu com essa ocupação, distribuindo em 1.707, 20 sesmarias nessa região.
Entre os irmãos de Figueira que receberam sesmarias podemos citar:
I.Manoel Afonso Gaia -
Homônimo de seu avô, morou primeiro em Cachoeira, Bahia. Ali se casou, sendo também o Capitão-Mor da vila. Conseguiu a sua sesmaria também em 1.707. Para cá se transferiu com mulher e 7 filhos, onde se fixou definitivamente, tendo falecido depois dos oitenta anos de idade deixando em nosso meio numerosa descendência, principalmente na cidade de Brasília de Minas, dele provindo os Gaia, ali domiciliados até hoje. Muitas fazendas possuiu o Manoel Afonso, mas a sua sesmaria era a fazenda “Tabua”, que se transformou em um povoado com esse mesmo nome. Hoje as suas terras já foram subdivididas entre vários proprietários.
II. Pedro Nunes Siqueira –
Também sesmeiro cujas terras se situam na vertente do Rio Pacuí, hoje pertencentes ao grupo Montes Claros Diesel S.A. e são chamadas de Campo Azul. Pedro era capitão de ordenança do Rio São Francisco, e aqui deixou grande descendência.
III.Miguel Gonçalves Figueira –
Ele dedicou primeiro a mineração no serro, em cujo mister se tornou riquíssimo. Mudou em 1.707 quando recebeu sua sesmaria para junto de seus irmãos, sua sesmaria limitava com seu irmão Pedro.
Mais chegou a ter seis enormes fazendas das quais cada uma de per si já constituía em um respeitável latifúndio. Não era um esbanjador, entretanto era um grande cidadão, côncio de suas obrigações sociais. De uma só vez, doou 70 gramas de diamante aos padres para a construção do Curado de Bom Jesus de Macaúbas (hoje um colégio de freiras).
Os padres ficaram de tal maneira agradecidos com aquela doação e tanta generosidade que arranjaram o casamento da bela jovem Leonor Pereira Abreu, sobrinha do padre Manoel Amorim, com o ricaço já bem avançado em idade.
IV.João Gonçalves Figueira –
Também sesmeiro no Rio Verde, sua sesmaria era a fazenda “Araras”, hoje pertencente a Ademar Figueiredo (Nozinho Figueiredo) e Ilídio dos Reis (segundo Dr. Hermes).
Abandonou a pecuária pela mineração de ouro e diamantes em Serro Frio, fazendo justamente o caminho inverso de seu irmão Miguel.
Entretanto seus filhos continuaram com a criação de gado na sua fazenda Araras. Entre eles: Lourenço Caetano Figueira, Antônio Gonçalves Lara e o genro Agostinho Costa Nogueira.
Entre os cunhados de Figueira podemos citar: o Cel. João Peixoto Veigas, que era casado com sua irmã Dona Maria de Neves, Atanásio Cerqueira Brandão, casado com Dona Catarina Siqueira, Matias Cardoso de Almeida, casado com Dona Inês Gonçalves Figueira.
Dentre as não aparentadas conseguimos os registros apenas das presentes pessoas: Estevão Pinheiro que adquiriu as fazendas Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba do Capitão Figueira, e que deixou grande descendência na cidade de Mato Verde, o capitão de Cavalos Belchior dos Reis de Melo, que foi o primeiro proprietário da fazenda Ribeirão, e Domingos Carneiro, que foi o proprietário da fazenda Riachinho, todas duas no hoje município de Monte Azul (segundo Isidoro Coelho Azevedo).
A Brejo Grande, sua fazenda na Bacia do Rio Pardo, não foi encontrado registro sobre a quem ela foi vendida.
Havia também outros sesmeiros na região (pois eram 20 sesmarias) que desapareceram por falta de registro.
Assim como muitas outras pessoas que se instalaram aqui no Norte de Minas, atraídos pelo sucesso alcançado pelo capitão Figueira na criação de gado.
Esses proprietários dos currais do Rio Verde criaram os primeiros povoados nessa região.
Eles foram os povoadores de Montes Claros e toda essa região, daquilo que é hoje o Norte de Minas.
Por isso se considera os Figueiras e aparentados como os Colonizadores do Norte de Minas.
Enquanto que seu cunhado Matias Cardoso de Almeida, que também havia participado da guerra contra Zumbi em Palmares, veio com seus 1.200 escravos, que conseguiu na partilha após a guerra.
Ele veio também até Tranqueiras de lá tomou o rumo de Currais dos Figueira (hoje Brumado) e de lá tomou o rumo do Rio São Francisco, onde fundou Morrinhos (hoje Matias Cardoso), Amparo e São Romão, além de outras pequenas povoações nos barrancos do Rio, como Porto de Salgados (hoje Januária) abrindo assim a estrada do São Francisco.
Aí em Morrinhos seu filho Januário Cardoso de Almeida, construiu a majestosa Matriz.
Ele também atraiu parentes para o alto sertão do São Francisco. O seu sobrinho Salvador Cardoso de Oliveira que era casado com Dona Maria da Cruz, fundador da fazenda Pedras de Baixo (hoje cidade Pedras de Maria da Cruz).
O Pedro Cardoso de Oliveira, que era filho de Salvador Cardoso de Oliveira e Dona Maria da Cruz, foi o fundador da fazenda Urucuia, e colonizador daquela região e São Romão.
Aí na região do pantanal de Pandeiros, ele desenvolveu uma grande criação de gado, com a participação de muitas outras pessoas que ficaram no anonimato por falta também de registro, e que se instalaram ali. Aí no barranco do Rio ele instalou um grande abatedouro de gado. As carnes eram salgadas e expostas em jiraus de varões de madeira ao sol na beira do Rio para atrair a atenção dos barqueiros que navegavam pelo Rio.
As barcas (carrancas) que vinham de Cachoeira, Bahia, carregadas de sal para abastecer essa região de criação de gado, dali até Goiás. E voltavam para o Nordeste carregadas de carne de sol.
Esse comércio ribeirinho de sal era feito no começo pelos tropeiros que traziam o sal das regiões produtoras de Casa Nova e Pilão Arcado e depois de Margarida, para Cachoeira, e dali o sal era levado rio acima pelas carrancas até o porto de salgados, para abastecer os lambedouros desta região até Goiás, e voltavam carregados de carne de sol para abastecer o Nordeste.
Com a chegada da estrada de ferro, o movimento mudou de Cachoeira para Juazeiro e o sal para abastecer essas regiões passou a vir de Aracajú e Mossoró no Rio Grande do Norte.
Também no Rio São Francisco as coisas mudaram. Em 1.852 foi montado o primeiro “Vapor” o “Saldanha Marinho”, em um estaleiro no rio das Velhas.
Esse vapor navegou durante 29 (vinte e nove) anos pelo Rio das Velhas. Em 1.871, o governador da província de Minas, dona do vapor, autorizou sua decida pelo Rio das Velhas até sua foz, entrar no Rio São Francisco e navegar até a sua foz no Oceano Atlântico.
Ele então desceu o rio, parando em vários Portos de cidades ribeirinhas para abastecer, e fez escala no Porto de Juazeiro em 4 de fevereiro de 1.871, e continuou descendo o Rio até Boa Vista em Pernambuco (hoje CORIPÓS ou Santa Maria de Boa Vista), porque não poderia continuar descendo o Rio por causa da série de cachoeiras que há no Rio abaixo dali. De Boa Vista ele voltou a Juazeiro, onde permaneceu ancorado a espera da decisão que estava sendo tomada no Rio de Janeiro para a criação de uma companhia de navegação no Rio (Viação Brasil).
Enquanto ele estava ancorado aí no Porto de Juazeiro, estava sendo montado ali em um estaleiro improvisado, o Estaleiro Jovino, um outro vapor que havia sido adquirido no estaleiro de Ponta da Areia, no Rio de Janeiro e o seu transporte até Juazeiro durou 4 anos, entre transporte marítimo, ferroviário e por fim de carro de bois.
Esse outro vapor era idêntico ao nosso Vapor Saldanha Marinho que teve a mesma procedência.
Esse vapor o Presidente Dantas tinham características idênticas: roda do meio, com motor mono-cilíndrico, idêntico comprimento, calado e largura. Eles foram os primeiros vapores a navegarem no Rio São Francisco.
Naquela época a companhia Baiana com sede em Juazeiro, na Bahia, chegou a ter 15 vapores, várias chatas, rebocadores e lanchas.
Já a companhia Mineira com sede em Pirapora chegou a ter 12 vapores, várias chatas e alguns rebocadores.
Naquela época se fazia viagens regulares de Juazeiro a Pirapora, e vice-versa, transportando passageiros e todo tipo de carga.
Os vapores contribuíram grandemente para o desenvolvimento do Norte de Minas e principalmente para o desenvolvimento das comunidades ribeirinhas.
Os Portos de Juazeiro e Pirapora eram ligados a outros centros do sul do país e todo Nordeste por estradas de ferro (conforme José Bergamini).
Figueira também havia ligado por estradas a sua fazenda dos Montes Claros com as suas outras fazendas Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba, assim como com os seus parentes no barranco do rio São Francisco.
Depois que ele vendeu as suas três fazendas: Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba para o Estevão Pinheiro, ele resolveu deixar a sua fazenda dos Montes Claros nas mãos de seu filho André Gonçalves Figueira e voltou para sua vila natal, Santos, para viver o resto de seus dias, perto de seus amigos e parentes. Ali também ele teve uma fazenda e morreu aos 68 anos conforme o Professor Arquiminio Altamiro Pires.
Em 1.736, o Rei de Portugal designou o Martinho Mendonça para governar a província de Minas em substituição ao Gomes Freire, com a incumbência de cobrar o 5º de todos os negociantes da província: negociantes em qualquer ramo, até artesãos.
Antes o 5º era cobrado apenas dos mineradores e comerciantes do ouro.
Como a produção de ouro na província caiu drasticamente, o governo de Portugal instituiu a cobrança do 5º para todos para não deixar cair os rendimentos da coroa em sua Colônia de Além Mar.
Para cobrar o 5
º o Martinho Mendonça organizava uma escolta armada para acompanhar uma autoridade que iria fazer a cobrança em determinada área.
A primeira cobrança foi na Barra do Rio das Velhas.
A escolta de 40 homens fortemente armados acompanhavam o juiz de Papagaios (Curvelo) André de Souza Flores. Só que eles foram recebidos à bala pelo Cel. Antônio Tinoco Barcelos e seus homens.
Eles foram obrigados a votarem com uma quente, outra fervendo, e de mãos vazias.
O Martinho então aprendeu a lição porque a escolta organizada para vir à bacia do Rio Verde, na fazenda dos Montes Claros foi muito maior.
Aqui eles também foram recebidos à bala pelos homens de André Gonçalves Figueira. Mais eles resistiram ao combate, venceram e prenderam o André Gonçalves Figueira. Também confiscaram tudo de valor que encontraram (segundo pesquisas feitas pelo Dr. Hermes; já o Diogo de Vasconcelos só fala que não havia registro daqueles acontecimentos).
O André posteriormente foi deportado para Angola.
Com a prisão de André a fazenda dos Montes Claros ficou entregue aos agregados da fazenda até a vinda de outro filho do Capitão Figueira, o sargento-mor Manoel Ângelo Figueira.
O sargento- mor Manoel Ângelo Figueira era o primogênito do Capitão Figueira, e foi ele que negociou a venda da fazenda dos Montes Claros para o Alferes José Lopes de Carvalho em 1.758.
O padre Teotônio Azevedo já vivia aqui no Norte de Minas, foi quem secretariou o 2º proprietário da fazenda dos Montes Claros em 1.769, na doação do patrimônio para a construção da nossa igreja Matriz em louvor a Nossa Senhora e São José. Só que essa igreja foi construída muito distante e onde o Capitão Figueira havia construído a sede de sua fazenda dos Montes Claros. A sede construída por ele foi justamente atraz de onde hoje se encontra construído o Hospital Universitário Clemente de Faria – HUCF; já a igreja Matriz construída pelo Alferes José Lopes de Carvalho, foi justamente onde hoje se encontra a nossa Matriz apesar dela já ter sofrido duas reconstruções nesse período.
Nessa ocasião a fazenda dos Montes Claros recebeu a visita do visitador do Sertão Alto, o Ilmo Padre Silvestre da Silva Carvalho e seu coadjutor padre Francisco de Medeiros Cabral.
Posteriormente o padre Teotônio passou a celebrar na igreja matriz de Formigas.
Foi ele quem assentou um cruzeiro às margens da estrada “Nova” que o Figueira abriu ligando a sua fazenda a Tranqueiras na Bahia.
Em volta desse cruzeiro, floresceu o povoado de Sanharó e que foi mais tarde em 1.710 dizimado pela epidemia de varíola (bexiga).
O padre Teotônio (segundo o padre Newton Caetani de Angelis), era quem guardava os livros com a história da igreja até então em nossa região. Depois que a varíola vitimou inclusive o padre Teotônio, todas as casas daquele povoado foram queimadas inclusive a do padre Teotônio.
Com isso toda a história da igreja e da população de nossa região até então foi destruída, isso conforme o padre Newton que fala que o padre Teotônio era um estudioso e também um escritor.
O Alferes José Lopes de Carvalho construiu a sua nova residência bastante próxima da nova igreja Matriz.
Então aí próximo da Nova Matriz se formou rapidamente um povoado com a construção de dezenas de casas residenciais e comerciais, formando assim o povoado de Formigas.
Segundo o Dr. Hermes sem demora essa área em volta da nova igreja Matriz foi povoada de negros fugitivos, índios acuados, mineiros cansados de perseguições frustradas. Sesmeios que construíram casas para terem onde se hospedarem dia de missa e de festa, comerciantes e também pessoas que fugiam de outras regiões, como Miguel Domingos fugindo dos ataques dos índios papudos de Itacambira e também da febre tifo que glaçava ali naquela região.
Essa riqueza extraordinária dessa região (segundo Augusto Lima Jr.) explica como não obstante sua posição remota, a grande distância dos dois grandes centros: São Paulo e Salvador, Bahia, despertavam tanto interesse nas pessoas que por aqui passavam, atraindo-as para uma fixação definitiva.
A nossa Matriz foi elevada a categoria de freguesia, por decreto de 14/07/1.832, tendo como filial o curado de Bom Jesus de Macaúbas.
Mais somente em 1.835 foi que recebemos o nosso primeiro vigário padre Antônio Gonçalves Chaves, que veio provisório por dois anos.
Formigas já havia sido elevada a categoria de vila (13/10/1.831).
O padre Chaves tomou de amores por nossa vila. Foi eleito vereador por três mandatos consecutivos, presidente da câmara, tendo governado a nossa vila por 12 anos, e se elegeu a deputado provincial.
A 3 de julho de 1.857, pela lei nº. 802, a vila de Formigas foi elevada à categoria de cidade (cidade de Montes Claros).
A festança realizada no dia da elevação da vila a cidade, não tem registro desse regozijo da sua população pelo acontecimento. Mesmo a tradição oral pouco transmitiu, até nossos dias. Sabe-se apenas que a banda de música Euterpe Montesclarense, criada um ano antes pela Dona Eva saiu às ruas pela primeira vez para festejar o acontecimento.
Poucas vantagens nos trouxeram essa transição. Pois a nossa vila já gozava de todas as regalias de cidade: era independente em política administrativa, era cabeça de comarca, com juiz de direito e juiz de paz municipal, possuía cartórios, etc.
Daí o fato relativo às festanças ter se apagado tão rapidamente da memória dos Montesclarenses.
A mudança do nome de Formigas para “Montes Claros” veio de encontro de uma velha aspiração dos formiguenses, conforme se lê em ata no livro de registro da câmara de 26 de julho de 1.844.
O presidente propôs que existindo duas vilas com o mesmo nome de Formigas na província de Minas, o que causava desvio de ofícios e outros papéis, por isso ser conveniente que se dirigisse à assembléia provincial por intermédio do governo, para mudar o nome de Vila de Formigas para Vila dos Montes Claros.
Em 1.903 os padres brancos, Premonstratenses, foram designados para vigários de nossa Matriz. Primeiro vieram os cônegos Carlos Vincat e Francisco de Paula Mureaux. O cônego Vincat imprimiu em nossa paróquia um cunho nunca visto.
Nessa época estavam acontecendo movimentos na região para sediar o bispado que seria criado no Norte de Minas.
O primeiro movimento foi do pessoal de Januária liderado pelo Manuel Ambrósio e Antônio Nascimento, com o apoio do núncio apostólico e o jornal “A Luz”.
Entretanto os padres premonstratenses de Montes Claros tendo a frente os padres Bento e Maurício Gaspar, iniciaram um movimento para Montes Claros sediar o novo Bispado.
O D. Lúcio recém indicado para o bispado de Paracatu, além dos deputados Camilo Prates e Honorato Alves participaram da campanha. Foi esse movimento movido pelos padres premonstratenses que resultou na criação de nosso Bispado.
Os padres premonstratenses eram vibrantes, criaram jornal, trouxeram as irmãs para fundar o Colégio Imaculada e foi um padre premonstratense Cônego Jerônimo Lambin que projetou e construiu a nossa Catedral. Ele chegou ao Brasil em 4 de dezembro de 1.929, da Abadia Dom Senhor Isac. Em 1.914 foi construído o palácio episcopal.
E em 1.918 iniciou a construção do seminário, que foi inaugurado em abril de 1.920, hoje demolido para construção de mais uma loja do Bretas.
Em 7 de março de 1.911, pela bula “Comisum Humilitat Nostrae”, o D. João Antônio Pimenta foi designado 1º Bispo de Montes Claros, já que o nosso bispado havia sido criado pelo papa Pio X, pela bula ” Postulat Sane” em 10 de dezembro de 1.910.
Do casamento de Antônio Gonçalves Figueira com Dona Isabel Ribeiro Aguiar, que era filha de Manoel Cardoso Aguiar e Dona Francisca da Silva Teixeira, lhes renderam os seguintes filhos, conforme nos informa Taques e Nabiliaquia:
1.Manoel Ângelo Figueira, sargento-mor, casado com Dona Isabel Caetano Leite de Azevedo.
2.Maria Inácia da Silva – casada com Manoel Andrade e Almeida
3.Francisca Ângela Xavier Silva - casada com Isidoro José
4.Miguel Gonçalves Figueira
5. José Antônio Gonçalves Figueira
6.Córdula Maria de Jesus – casada em primeiras núpcias com Luiz Ribeiro Mendonça e em segunda com Salvador Gomes Freire
7.André Gonçalves Figueira.
Em carta ao Dr. Hermes Augusto de Paula, Tauny fala da existência de mais duas filhas, Dona Domingas e Dona Rita e mais um filho que ele não conseguiu identificar.
Fontes:
VASCONCELOS, Diogo L.P. História Antigas de Minas Gerais
TORRES, João Camilo de Oliveira. História de Minas Gerais
SILVA, Gutemberg Mota. Minas Colonial
LIMA JÚNIOR, Augusto de. A Capitania das Minas Gerais
D`ANGELO, Jota. Pelos Caminhos de Minas
BASTANI, Tanus Jorge – O escravo da Coroa
PAULA, Hermes Augusto de – Montes Claros sua História, sua Gente, seus Costumes
AZEVEDO, Isidoro Coelho – Andanças de Minas Gerais.
DANGELIS, Newton Caetane – História da Igreja no Norte de Minas
* mendonca_josegeraldo@yahoo.com.br
Ele nasceu em Santos, Vila do Litoral de São Paulo. Ele era filho primogênito de Dona Maria Gonçalves Figueira (de Itanhaem) e Manoel Afonso Gaia (de Santos).
Ali se transformou em um sertanista famoso, distingui-se sobremaneira na campanha contra os índios ANAIÓS, não somente pela sua bravura, mas também suprindo as poucas forças por astúcia e estratagemas. Durante as suas caçadas dormia caçado para ser o primeiro a levantar e entrar em combate.
Sua primeira viagem ao que hoje se constitui no Norte de Minas foi quando participa na famosa expedição das esmeraldas, do lendário bandeirante Fernão Dias Paes Leme, em que ele saiu de São Paulo no dia 30 de outubro de 1672, com o seu genro Borba Gato e dois filhos. O Figueira nessa expedição era ajudante de ordem de seu cunhado Matias Cardoso de Almeida lugar tenente da expedição.
Outras expedições que também saindo de São Paulo e da Bahia tinham como destino as Minas Gerais:
A de Francisco Bruza de Espinosa e Apicuêlta Navarro que saindo da Bahia chegaram até a região hoje conhecida como Jaíba – 1.553.
Sebastião Fernandes Tourinho – 1.572/3. Antônio Dias Adorno, que chegou em Itacambira, e chegou a colher algumas pedras de esmeraldas na Lagoa Vapabuçu, que ele levou ao Rei de Portugal – 1.676.
Outros também empreenderam viagens a Minas, saindo de São Paulo: André de Leão Glimer – 1.601.
Matias Cardoso de Almeida de 1.672-4, Lourenço de Caetano Taques – 1.668, Antônio Rodrigues Arzão 1.693.
E ainda outros como:
Bartolomeu Bueno da Silveira
Miguel Garcia de Almeida
Antônio Dias de Oliveira
Manuel João Camargo
Padre João de Faria Fialho
Todos esses saíram de São Paulo para Minas Gerais entre os anos de 1.694e 1.698.
Só que nessa viagem que o Figueira fez com a expedição das esmeraldas, tanto ele como o seu cunhado Matias Cardoso desligaram da expedição aqui no Norte de Minas aborrecidos, porque eles rodavam, rodavam e voltaram sempre ao mesmo lugar (hoje conhecido como 7 passagem), a expedição das esmeraldas ficou 7 anos em Minas.
Da 2ª vez, já em 1.691, eles passaram aqui no Norte de Minas, rumo a capitania de Pernambuco, onde iriam fazer a guerra contra o Zumbi de Palmares. O Matias veio na frente trazendo 600 homens e ficou esperando por Figueira na barra do Rio das Velhas (hoje Barra de Guaicuí).
Figueira veio como guia da expedição do Cel. João Amaro, que também trazia 600 homens. Ele veio aproveitando a trilha aberta quando da passagem da expedição das esmeraldas, e aproveitando os pontos de pouso construídos pelo Fernão Dias Paes Leme: Lopo, Viturana e Sumidoro.
Capitão Figueira veio sem parada para descanso até encontrar com Matias na barra do Rio das Velhas.
Dali em diante eles seguiram juntos até Recife na capitania de Pernambuco, onde encontraram o terceiro grupo, o de Domingos Jorge Velho, que havia vindo pelo mar e que também havia trazido outros 600 homens.
Eles então trataram de traçarem as estratégias para essa guerra.
Guerra fria, bem calculada para fazer prisioneiros (escravos).
Zumbi comandava um exército de 30.000 homens: negros escravos fugitivos e Índios ANAIÓS rebelados (segundo Dr. Hermes).
A luta contra Zumbi durou sete anos. Zumbi que depois da queda de Macacos, naquela batalha histórica onde cerca de 500 homens de seu exército despencaram daquele paredão da serra da Barriga, e que durante muitos anos, foi relatada por escritores da época como sendo um suicídio coletivo e que Zumbi teria morrido junto (1.694).
Esses escritores estavam com a cabeça cheia de histórias da antiguidade, e basearam em fatos ocorridos naquela época remota, em que os judeus para não caírem nas mãos dos romanos se lançaram dos paredões de pedra da fortaleza de Massada século I.
Só a partir de 1.960 é que historeografia com a verdadeira história passou a ser aceita, no meio cultural do país.
Depois da queda de Macacos, Zumbi chefiando um pequeno grupo, lutava despreparado para se manter vivo o seu ideal de liberdade. Como esse punhado de bravos passaram a viver escondidos na mata e praticando táticas de guerrilha.
Só que numa dessas escaramuças um de seus homens de confiança foi capturado pelos homens da força dos bandeirantes.
Os homens dos bandeirantes torturaram o prisioneiro, Antônio Soares e o convenceram a levá-los escondidos até o esconderijo de Zumbi.
Quando Antônio Soares chegou em frente ao Zumbi, depois de cumprimentá-lo, o apunhalou a traição executando assim o seu antigo chefe, em 20 de novembro de 1.698.
Os homens dos bandeirantes tomaram o seu corpo, arrancaram-lhe um dos olhos, cortaram a sua mão direita, cortaram o seu pênis que foi enfiado em sua boca, cortaram a sua cabeça que foi salgada e apodreceu espetada na ponta de uma estaca em uma praça pública do Recife.
Terminada assim a guerra, chegou a hora de dividir cordialmente os prisioneiros entre os vencedores.
O Figueira tocou 700 prisioneiros escravos (segundo Dr.Hermes).
Segundo (Isidoro Coelho de Azevedo) o Figueira negociou na partilha, abrindo mão de 500 prisioneiros em troca de todo o rebanho de bovinos e eqüinos capturados dos negros.
Tanto que Matias recebeu 1.200 prisioneiros escravos.
Figueira então desistiu de voltar a São Paulo, veio até Tranqueiras, de lá tomou a trilha aberta por eles quando da passagem rumo a Recife,
Quando ele atingiu o Rio Pardo, parou, escolheu um local na bacia do Rio e montou ali a sua fazenda Brejo Grande hoje povoado, distrito da cidade de Rio Pardo.
Ali na sua fazenda Brejo Grande ele plantou o primeiro canavial, instalou o primeiro engenho de cana e o primeiro alambique e foi ali que foram produzidas as primeiras rapaduras, as primeiras tachadas de açúcar mascavo e a primeira aguardente (cachaça) no hoje estado de Minas Gerais.
Quando ele regressou de Palmares ele trouxe um grande rebanho de bovinos e eqüinos capturados dos negros e que na negociação da partilha ficou para ele (segundo Isidoro Coelho Azevedo).
Ele passou então a criar os seus animais na Fazenda Brejo Grande. Só que essa região era habitada por grandes nações de índios TAPUIAS que começaram a incomodar o Figueira com suas carreiras e emboscadas. Ele então preparou uma nova expedição com aval do vice-rei, e partiu para dominar aqueles indígenas. Ele mostrou a sua bravura, combatendo e vencendo grandes nações de índios contando apenas com nove armas de fogo (segundo Dr. Hermes). Ele seguiu em frente, sempre rumo ao poente, chegou às margens do Rio Gameleira (hoje terras do município de Monte Azul), onde combateu e venceu uma grande nação indígena e montou ali a sua fazenda Olhos D’Água.
Um pouco mais na frente ele enfrentou e venceu, depois de muitos dias de luta, a maior nação indígena da região, que tinha a sua aldeia aí nas margens do rio Jacu das Piranhas (a aldeia Brejal), montou aí a sua fazenda Boa Vista depois de vencidos os índios. Nessa luta ele conseguiu fazer centenas de prisioneiros (escravos). Continuou em frente às margens do Rio Verde, outra luta, outra vitória, contra os índios dali. Ali ele montou a sua fazenda Jaíba (hoje cidade de Jaíba). E esse nome dado por ele à sua fazenda passou a denominar toda essa região mesmo depois de ser montado ali em Mocambinho o maior projeto de irrigação de toda a América Latina.
Nas lutas que ele travou com todas essas nações indígenas, lhe rendeu centenas de prisioneiros (escravos).
Porque ele era especialista em caçar índios desde lá de São Paulo. Ali na sua fazenda Jaíba ele recebeu a doação de uma sesmaria, via alvará do dia 12 de abril de 1.707, de três léguas de comprimento por légua e meia de largura, na cabeceira do Rio Verde, na sua margem esquerda.
Figueira fugindo da região palustosa do Rio Verde instalou a sua fazenda à margem direita do Rio Vieira, no altiplano, local onde hoje está edificado o H.U. Hospital Universitário. Aí na sede de sua fazenda ele construiu a casa residencial, currais, demais instalações e uma pequena capela em louvor a Nossa Senhora.
O padre Antônio Cordeiro de Ávila morador de Papagaios (hoje Curvelo) é quem frequentemente vinha celebrar em sua capela.
Também o padre Antônio Mendes Santiago fazia visitas regulares a sua fazenda dos Montes Claros, e celebrava também aí em sua capela.
Ele era da freguesia de Santo Antônio de Itacambira. Segundo o escritor Diogo de Vasconcelos teria sido ele o padre Antônio Mendes Santiago, o responsável pela construção de centenas de igrejas e capelas em todas as fazendas e povoados por toda essa região, ampliando a prática da fé católica conforme o mesmo escritor.
Outro padre também fez parte da história da fazenda dos Montes Claros, foi o padre Teotônio Azevedo.
O terreno salitroso e as magníficas pastagens nativas indicaram a Figueira o rumo a seguir (a pecuária).
O regime pastoril ali se esboçou como uma sugestão dominadora dos Gerais.
Segundo comentário de Euclides da Cunha que acrescenta, nem faltava para isso sobre a rara fecundidade do solo, um elemento essencial, o sal gratuito nas baixadas salobras dos barreiros.
Constitui-se desta maneira favorecida a extensa zona de criação de gado, que já no alvorecer do século XVIII, dominava toda essa região do Norte de Minas, indo até Goiás, passando para o outro lado do Rio São Francisco, margem esquerda, que naquela época ainda era considerado território de Pernambuco.
Desenvolveram desde o primeiro momento a criação de gado por toda essa região.
A região que era rica em pastos nativos colaborou para a expansão da pecuária.
Além disso, era uma região muito saudável isso colaborou, mostrando ali um gado sempre muito gordo e sadio, e as vacas procriavam com muita rapidez e regularidade. Por isso em muito pouco tempo a criação de gado já dominava toda essa região do Norte de Minas.
Ele era de muita visão, pois logo que chegou à região, colocou uma turma de homens, alargado a picada que eles abriram quando da suas passagens ali rumo à capitania de Pernambuco. Derrubaram matas construindo ali uma estrada acessível para passar com as suas boiadas rumo a Tranqueiras, na Bahia, para negociar ali o seu gado nessa que era a região mais populosa da Colônia. Essa estrada que ele abriu ligando a sua fazenda dos Montes Claros a Tranqueiras, na Bahia, foi denominada “Estrada Nova”, 1.709.
Essa sua estrada Nova passava pela sua fazenda Brejo Grande no Rio Pardo. Hoje o único trecho desta estrada que ainda existe está aí em cima da serra. Ela começa aí em frente a cidade de Monte Azul e vai até Rio Pardo. A região aí em cima da serra é lindíssima. Esse trecho da estrada Nova aí em cima da serra poderá ser transformado em uma excelente atração turística.
Figueira também abriu estradas ligando a sua fazenda dos Montes Claros até Pitangui, Serro e às outras vilas de bacia do Rio da Velhas.
No início o gado era levado e comercializado nessas regiões consumidoras. Com o passar do tempo os tropeiros passaram a virem carregados de sal das regiões produtoras de “Casa Nova”, “Pilão Arcado”, até a sua fazenda dos Montes Claros, aí a carga de sal era vendida ao Capitão Figueira, e eles carregavam com carne de sol para levar para o Nordeste.
Ele passou a abater o gado aí na sua fazenda, as carnes eram salgadas, colocadas para curtir em grandes gamelas de madeira (maceira). Depois as mantas de carne eram colocadas ao sol para secar em jiraus, de varões de madeira. Produzindo assim a carne de sol (Jabá).
Os porcos gordos também eram abatidos, o toucinho, as banhas e a carne: lombo e pernis eram salgados.
Depois enrolavam os panos de toucinho colocando dentro as banhas e as carnes. Tudo era bem amarrado formando uma peça fechada. Os tropeiros vinham de todas as regiões até a fazenda dos Montes Claros para comprar as carnes para levarem para as suas regiões.
Esse sucesso da criação de gado nessa região atraiu para esse lugar aqui nosso Norte de Minas, muita gente contribuindo assim para o povoamento de toda a região.
O rei de Portugal contribuiu com essa ocupação, distribuindo em 1.707, 20 sesmarias nessa região.
Entre os irmãos de Figueira que receberam sesmarias podemos citar:
I.Manoel Afonso Gaia -
Homônimo de seu avô, morou primeiro em Cachoeira, Bahia. Ali se casou, sendo também o Capitão-Mor da vila. Conseguiu a sua sesmaria também em 1.707. Para cá se transferiu com mulher e 7 filhos, onde se fixou definitivamente, tendo falecido depois dos oitenta anos de idade deixando em nosso meio numerosa descendência, principalmente na cidade de Brasília de Minas, dele provindo os Gaia, ali domiciliados até hoje. Muitas fazendas possuiu o Manoel Afonso, mas a sua sesmaria era a fazenda “Tabua”, que se transformou em um povoado com esse mesmo nome. Hoje as suas terras já foram subdivididas entre vários proprietários.
II. Pedro Nunes Siqueira –
Também sesmeiro cujas terras se situam na vertente do Rio Pacuí, hoje pertencentes ao grupo Montes Claros Diesel S.A. e são chamadas de Campo Azul. Pedro era capitão de ordenança do Rio São Francisco, e aqui deixou grande descendência.
III.Miguel Gonçalves Figueira –
Ele dedicou primeiro a mineração no serro, em cujo mister se tornou riquíssimo. Mudou em 1.707 quando recebeu sua sesmaria para junto de seus irmãos, sua sesmaria limitava com seu irmão Pedro.
Mais chegou a ter seis enormes fazendas das quais cada uma de per si já constituía em um respeitável latifúndio. Não era um esbanjador, entretanto era um grande cidadão, côncio de suas obrigações sociais. De uma só vez, doou 70 gramas de diamante aos padres para a construção do Curado de Bom Jesus de Macaúbas (hoje um colégio de freiras).
Os padres ficaram de tal maneira agradecidos com aquela doação e tanta generosidade que arranjaram o casamento da bela jovem Leonor Pereira Abreu, sobrinha do padre Manoel Amorim, com o ricaço já bem avançado em idade.
IV.João Gonçalves Figueira –
Também sesmeiro no Rio Verde, sua sesmaria era a fazenda “Araras”, hoje pertencente a Ademar Figueiredo (Nozinho Figueiredo) e Ilídio dos Reis (segundo Dr. Hermes).
Abandonou a pecuária pela mineração de ouro e diamantes em Serro Frio, fazendo justamente o caminho inverso de seu irmão Miguel.
Entretanto seus filhos continuaram com a criação de gado na sua fazenda Araras. Entre eles: Lourenço Caetano Figueira, Antônio Gonçalves Lara e o genro Agostinho Costa Nogueira.
Entre os cunhados de Figueira podemos citar: o Cel. João Peixoto Veigas, que era casado com sua irmã Dona Maria de Neves, Atanásio Cerqueira Brandão, casado com Dona Catarina Siqueira, Matias Cardoso de Almeida, casado com Dona Inês Gonçalves Figueira.
Dentre as não aparentadas conseguimos os registros apenas das presentes pessoas: Estevão Pinheiro que adquiriu as fazendas Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba do Capitão Figueira, e que deixou grande descendência na cidade de Mato Verde, o capitão de Cavalos Belchior dos Reis de Melo, que foi o primeiro proprietário da fazenda Ribeirão, e Domingos Carneiro, que foi o proprietário da fazenda Riachinho, todas duas no hoje município de Monte Azul (segundo Isidoro Coelho Azevedo).
A Brejo Grande, sua fazenda na Bacia do Rio Pardo, não foi encontrado registro sobre a quem ela foi vendida.
Havia também outros sesmeiros na região (pois eram 20 sesmarias) que desapareceram por falta de registro.
Assim como muitas outras pessoas que se instalaram aqui no Norte de Minas, atraídos pelo sucesso alcançado pelo capitão Figueira na criação de gado.
Esses proprietários dos currais do Rio Verde criaram os primeiros povoados nessa região.
Eles foram os povoadores de Montes Claros e toda essa região, daquilo que é hoje o Norte de Minas.
Por isso se considera os Figueiras e aparentados como os Colonizadores do Norte de Minas.
Enquanto que seu cunhado Matias Cardoso de Almeida, que também havia participado da guerra contra Zumbi em Palmares, veio com seus 1.200 escravos, que conseguiu na partilha após a guerra.
Ele veio também até Tranqueiras de lá tomou o rumo de Currais dos Figueira (hoje Brumado) e de lá tomou o rumo do Rio São Francisco, onde fundou Morrinhos (hoje Matias Cardoso), Amparo e São Romão, além de outras pequenas povoações nos barrancos do Rio, como Porto de Salgados (hoje Januária) abrindo assim a estrada do São Francisco.
Aí em Morrinhos seu filho Januário Cardoso de Almeida, construiu a majestosa Matriz.
Ele também atraiu parentes para o alto sertão do São Francisco. O seu sobrinho Salvador Cardoso de Oliveira que era casado com Dona Maria da Cruz, fundador da fazenda Pedras de Baixo (hoje cidade Pedras de Maria da Cruz).
O Pedro Cardoso de Oliveira, que era filho de Salvador Cardoso de Oliveira e Dona Maria da Cruz, foi o fundador da fazenda Urucuia, e colonizador daquela região e São Romão.
Aí na região do pantanal de Pandeiros, ele desenvolveu uma grande criação de gado, com a participação de muitas outras pessoas que ficaram no anonimato por falta também de registro, e que se instalaram ali. Aí no barranco do Rio ele instalou um grande abatedouro de gado. As carnes eram salgadas e expostas em jiraus de varões de madeira ao sol na beira do Rio para atrair a atenção dos barqueiros que navegavam pelo Rio.
As barcas (carrancas) que vinham de Cachoeira, Bahia, carregadas de sal para abastecer essa região de criação de gado, dali até Goiás. E voltavam para o Nordeste carregadas de carne de sol.
Esse comércio ribeirinho de sal era feito no começo pelos tropeiros que traziam o sal das regiões produtoras de Casa Nova e Pilão Arcado e depois de Margarida, para Cachoeira, e dali o sal era levado rio acima pelas carrancas até o porto de salgados, para abastecer os lambedouros desta região até Goiás, e voltavam carregados de carne de sol para abastecer o Nordeste.
Com a chegada da estrada de ferro, o movimento mudou de Cachoeira para Juazeiro e o sal para abastecer essas regiões passou a vir de Aracajú e Mossoró no Rio Grande do Norte.
Também no Rio São Francisco as coisas mudaram. Em 1.852 foi montado o primeiro “Vapor” o “Saldanha Marinho”, em um estaleiro no rio das Velhas.
Esse vapor navegou durante 29 (vinte e nove) anos pelo Rio das Velhas. Em 1.871, o governador da província de Minas, dona do vapor, autorizou sua decida pelo Rio das Velhas até sua foz, entrar no Rio São Francisco e navegar até a sua foz no Oceano Atlântico.
Ele então desceu o rio, parando em vários Portos de cidades ribeirinhas para abastecer, e fez escala no Porto de Juazeiro em 4 de fevereiro de 1.871, e continuou descendo o Rio até Boa Vista em Pernambuco (hoje CORIPÓS ou Santa Maria de Boa Vista), porque não poderia continuar descendo o Rio por causa da série de cachoeiras que há no Rio abaixo dali. De Boa Vista ele voltou a Juazeiro, onde permaneceu ancorado a espera da decisão que estava sendo tomada no Rio de Janeiro para a criação de uma companhia de navegação no Rio (Viação Brasil).
Enquanto ele estava ancorado aí no Porto de Juazeiro, estava sendo montado ali em um estaleiro improvisado, o Estaleiro Jovino, um outro vapor que havia sido adquirido no estaleiro de Ponta da Areia, no Rio de Janeiro e o seu transporte até Juazeiro durou 4 anos, entre transporte marítimo, ferroviário e por fim de carro de bois.
Esse outro vapor era idêntico ao nosso Vapor Saldanha Marinho que teve a mesma procedência.
Esse vapor o Presidente Dantas tinham características idênticas: roda do meio, com motor mono-cilíndrico, idêntico comprimento, calado e largura. Eles foram os primeiros vapores a navegarem no Rio São Francisco.
Naquela época a companhia Baiana com sede em Juazeiro, na Bahia, chegou a ter 15 vapores, várias chatas, rebocadores e lanchas.
Já a companhia Mineira com sede em Pirapora chegou a ter 12 vapores, várias chatas e alguns rebocadores.
Naquela época se fazia viagens regulares de Juazeiro a Pirapora, e vice-versa, transportando passageiros e todo tipo de carga.
Os vapores contribuíram grandemente para o desenvolvimento do Norte de Minas e principalmente para o desenvolvimento das comunidades ribeirinhas.
Os Portos de Juazeiro e Pirapora eram ligados a outros centros do sul do país e todo Nordeste por estradas de ferro (conforme José Bergamini).
Figueira também havia ligado por estradas a sua fazenda dos Montes Claros com as suas outras fazendas Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba, assim como com os seus parentes no barranco do rio São Francisco.
Depois que ele vendeu as suas três fazendas: Olhos D’Água, Boa Vista e Jaíba para o Estevão Pinheiro, ele resolveu deixar a sua fazenda dos Montes Claros nas mãos de seu filho André Gonçalves Figueira e voltou para sua vila natal, Santos, para viver o resto de seus dias, perto de seus amigos e parentes. Ali também ele teve uma fazenda e morreu aos 68 anos conforme o Professor Arquiminio Altamiro Pires.
Em 1.736, o Rei de Portugal designou o Martinho Mendonça para governar a província de Minas em substituição ao Gomes Freire, com a incumbência de cobrar o 5º de todos os negociantes da província: negociantes em qualquer ramo, até artesãos.
Antes o 5º era cobrado apenas dos mineradores e comerciantes do ouro.
Como a produção de ouro na província caiu drasticamente, o governo de Portugal instituiu a cobrança do 5º para todos para não deixar cair os rendimentos da coroa em sua Colônia de Além Mar.
Para cobrar o 5
º o Martinho Mendonça organizava uma escolta armada para acompanhar uma autoridade que iria fazer a cobrança em determinada área.
A primeira cobrança foi na Barra do Rio das Velhas.
A escolta de 40 homens fortemente armados acompanhavam o juiz de Papagaios (Curvelo) André de Souza Flores. Só que eles foram recebidos à bala pelo Cel. Antônio Tinoco Barcelos e seus homens.
Eles foram obrigados a votarem com uma quente, outra fervendo, e de mãos vazias.
O Martinho então aprendeu a lição porque a escolta organizada para vir à bacia do Rio Verde, na fazenda dos Montes Claros foi muito maior.
Aqui eles também foram recebidos à bala pelos homens de André Gonçalves Figueira. Mais eles resistiram ao combate, venceram e prenderam o André Gonçalves Figueira. Também confiscaram tudo de valor que encontraram (segundo pesquisas feitas pelo Dr. Hermes; já o Diogo de Vasconcelos só fala que não havia registro daqueles acontecimentos).
O André posteriormente foi deportado para Angola.
Com a prisão de André a fazenda dos Montes Claros ficou entregue aos agregados da fazenda até a vinda de outro filho do Capitão Figueira, o sargento-mor Manoel Ângelo Figueira.
O sargento- mor Manoel Ângelo Figueira era o primogênito do Capitão Figueira, e foi ele que negociou a venda da fazenda dos Montes Claros para o Alferes José Lopes de Carvalho em 1.758.
O padre Teotônio Azevedo já vivia aqui no Norte de Minas, foi quem secretariou o 2º proprietário da fazenda dos Montes Claros em 1.769, na doação do patrimônio para a construção da nossa igreja Matriz em louvor a Nossa Senhora e São José. Só que essa igreja foi construída muito distante e onde o Capitão Figueira havia construído a sede de sua fazenda dos Montes Claros. A sede construída por ele foi justamente atraz de onde hoje se encontra construído o Hospital Universitário Clemente de Faria – HUCF; já a igreja Matriz construída pelo Alferes José Lopes de Carvalho, foi justamente onde hoje se encontra a nossa Matriz apesar dela já ter sofrido duas reconstruções nesse período.
Nessa ocasião a fazenda dos Montes Claros recebeu a visita do visitador do Sertão Alto, o Ilmo Padre Silvestre da Silva Carvalho e seu coadjutor padre Francisco de Medeiros Cabral.
Posteriormente o padre Teotônio passou a celebrar na igreja matriz de Formigas.
Foi ele quem assentou um cruzeiro às margens da estrada “Nova” que o Figueira abriu ligando a sua fazenda a Tranqueiras na Bahia.
Em volta desse cruzeiro, floresceu o povoado de Sanharó e que foi mais tarde em 1.710 dizimado pela epidemia de varíola (bexiga).
O padre Teotônio (segundo o padre Newton Caetani de Angelis), era quem guardava os livros com a história da igreja até então em nossa região. Depois que a varíola vitimou inclusive o padre Teotônio, todas as casas daquele povoado foram queimadas inclusive a do padre Teotônio.
Com isso toda a história da igreja e da população de nossa região até então foi destruída, isso conforme o padre Newton que fala que o padre Teotônio era um estudioso e também um escritor.
O Alferes José Lopes de Carvalho construiu a sua nova residência bastante próxima da nova igreja Matriz.
Então aí próximo da Nova Matriz se formou rapidamente um povoado com a construção de dezenas de casas residenciais e comerciais, formando assim o povoado de Formigas.
Segundo o Dr. Hermes sem demora essa área em volta da nova igreja Matriz foi povoada de negros fugitivos, índios acuados, mineiros cansados de perseguições frustradas. Sesmeios que construíram casas para terem onde se hospedarem dia de missa e de festa, comerciantes e também pessoas que fugiam de outras regiões, como Miguel Domingos fugindo dos ataques dos índios papudos de Itacambira e também da febre tifo que glaçava ali naquela região.
Essa riqueza extraordinária dessa região (segundo Augusto Lima Jr.) explica como não obstante sua posição remota, a grande distância dos dois grandes centros: São Paulo e Salvador, Bahia, despertavam tanto interesse nas pessoas que por aqui passavam, atraindo-as para uma fixação definitiva.
A nossa Matriz foi elevada a categoria de freguesia, por decreto de 14/07/1.832, tendo como filial o curado de Bom Jesus de Macaúbas.
Mais somente em 1.835 foi que recebemos o nosso primeiro vigário padre Antônio Gonçalves Chaves, que veio provisório por dois anos.
Formigas já havia sido elevada a categoria de vila (13/10/1.831).
O padre Chaves tomou de amores por nossa vila. Foi eleito vereador por três mandatos consecutivos, presidente da câmara, tendo governado a nossa vila por 12 anos, e se elegeu a deputado provincial.
A 3 de julho de 1.857, pela lei nº. 802, a vila de Formigas foi elevada à categoria de cidade (cidade de Montes Claros).
A festança realizada no dia da elevação da vila a cidade, não tem registro desse regozijo da sua população pelo acontecimento. Mesmo a tradição oral pouco transmitiu, até nossos dias. Sabe-se apenas que a banda de música Euterpe Montesclarense, criada um ano antes pela Dona Eva saiu às ruas pela primeira vez para festejar o acontecimento.
Poucas vantagens nos trouxeram essa transição. Pois a nossa vila já gozava de todas as regalias de cidade: era independente em política administrativa, era cabeça de comarca, com juiz de direito e juiz de paz municipal, possuía cartórios, etc.
Daí o fato relativo às festanças ter se apagado tão rapidamente da memória dos Montesclarenses.
A mudança do nome de Formigas para “Montes Claros” veio de encontro de uma velha aspiração dos formiguenses, conforme se lê em ata no livro de registro da câmara de 26 de julho de 1.844.
O presidente propôs que existindo duas vilas com o mesmo nome de Formigas na província de Minas, o que causava desvio de ofícios e outros papéis, por isso ser conveniente que se dirigisse à assembléia provincial por intermédio do governo, para mudar o nome de Vila de Formigas para Vila dos Montes Claros.
Em 1.903 os padres brancos, Premonstratenses, foram designados para vigários de nossa Matriz. Primeiro vieram os cônegos Carlos Vincat e Francisco de Paula Mureaux. O cônego Vincat imprimiu em nossa paróquia um cunho nunca visto.
Nessa época estavam acontecendo movimentos na região para sediar o bispado que seria criado no Norte de Minas.
O primeiro movimento foi do pessoal de Januária liderado pelo Manuel Ambrósio e Antônio Nascimento, com o apoio do núncio apostólico e o jornal “A Luz”.
Entretanto os padres premonstratenses de Montes Claros tendo a frente os padres Bento e Maurício Gaspar, iniciaram um movimento para Montes Claros sediar o novo Bispado.
O D. Lúcio recém indicado para o bispado de Paracatu, além dos deputados Camilo Prates e Honorato Alves participaram da campanha. Foi esse movimento movido pelos padres premonstratenses que resultou na criação de nosso Bispado.
Os padres premonstratenses eram vibrantes, criaram jornal, trouxeram as irmãs para fundar o Colégio Imaculada e foi um padre premonstratense Cônego Jerônimo Lambin que projetou e construiu a nossa Catedral. Ele chegou ao Brasil em 4 de dezembro de 1.929, da Abadia Dom Senhor Isac. Em 1.914 foi construído o palácio episcopal.
E em 1.918 iniciou a construção do seminário, que foi inaugurado em abril de 1.920, hoje demolido para construção de mais uma loja do Bretas.
Em 7 de março de 1.911, pela bula “Comisum Humilitat Nostrae”, o D. João Antônio Pimenta foi designado 1º Bispo de Montes Claros, já que o nosso bispado havia sido criado pelo papa Pio X, pela bula ” Postulat Sane” em 10 de dezembro de 1.910.
Do casamento de Antônio Gonçalves Figueira com Dona Isabel Ribeiro Aguiar, que era filha de Manoel Cardoso Aguiar e Dona Francisca da Silva Teixeira, lhes renderam os seguintes filhos, conforme nos informa Taques e Nabiliaquia:
1.Manoel Ângelo Figueira, sargento-mor, casado com Dona Isabel Caetano Leite de Azevedo.
2.Maria Inácia da Silva – casada com Manoel Andrade e Almeida
3.Francisca Ângela Xavier Silva - casada com Isidoro José
4.Miguel Gonçalves Figueira
5. José Antônio Gonçalves Figueira
6.Córdula Maria de Jesus – casada em primeiras núpcias com Luiz Ribeiro Mendonça e em segunda com Salvador Gomes Freire
7.André Gonçalves Figueira.
Em carta ao Dr. Hermes Augusto de Paula, Tauny fala da existência de mais duas filhas, Dona Domingas e Dona Rita e mais um filho que ele não conseguiu identificar.
Fontes:
VASCONCELOS, Diogo L.P. História Antigas de Minas Gerais
TORRES, João Camilo de Oliveira. História de Minas Gerais
SILVA, Gutemberg Mota. Minas Colonial
LIMA JÚNIOR, Augusto de. A Capitania das Minas Gerais
D`ANGELO, Jota. Pelos Caminhos de Minas
BASTANI, Tanus Jorge – O escravo da Coroa
PAULA, Hermes Augusto de – Montes Claros sua História, sua Gente, seus Costumes
AZEVEDO, Isidoro Coelho – Andanças de Minas Gerais.
DANGELIS, Newton Caetane – História da Igreja no Norte de Minas
* mendonca_josegeraldo@yahoo.com.br
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